quarta-feira, 26 de setembro de 2012

1 Ano sem Redson

Redson, o filho vermelho, foi uma águia que em sua vida sempre enxergou além da paisagem e do horizonte visíveis a olhos leigos. Sempre voando alto, acima das nuvens, ele enxergou a essência das coisas e das pessoas. Com audição aguçada, ouviu o grito dentro de cada um, inclusive do planeta terra. E fez com que esse grito ecoasse, em letras que mudaram muitas vidas, que fez uma geração refletir sobre suas vidas, suas ideias e sua contribuição para o mundo.

Caiu e se levantou algumas vezes. Fez da guitarra sua arma, da voz seu gatilho e das ideias e observações do mundo sua munição. Declarou guerra ao sistema. Sistema de classes, sistema financeiro, sistema terrestre. Uniu diferentes seres, mostrou que se queremos algo realmente, podemos construir, podemos criar e podemos gerir.

Ele falou dos subúrbios, do mar, da praça da paz. O faça você mesmo foi sua religião. A fé no outro e na ânsia de realizar, não deixaram que ele parasse, nunca. Um show do Cólera, não era um show com banda no palco e público no chão, era um show de troca e de sintonia. Impossível sair indiferente depois de uma, duas ou três horas de show do Cólera. Impossível não usar uma frase escrita por ele ao menos uma vez na vida, para dar exemplo sobre algo que te indignou ou para dar uma palavra de apoio a um amigo numa situação difícil.

Forte e grande somos nós, porque acreditamos nisso, porque um dia, um cara junto com seu irmão, resolveu montar uma banda de punk rock pra protestar sem ser panfletário, mas sim pacifista. Num mundo onde o caos mental é geral, um cara gritou: Hey Urgente! Me falta oxigênio, deixe a terra em paz!!

E assim a águia filhote se foi. Acredito que ele tenha alcançado o que tanto procurou durante sua trajetória e por ter encontrado, se superou e precisou partir.

Voa, águia filhote!

por Deise Santos

revoluta

sábado, 22 de setembro de 2012

# 242 - 22/09/2012

O que restou do Titãs estará hoje em Aracaju participando de uma daquelas festas saudosistas dos anos oitenta que tanto sucesso fazem Brasil afora. Até iria, se fosse mais barato e soubesse que eles iriam tocar a íntegra do "Cabeça Dinossauro" - a divulgação do evento não informa. Vai que vou e rola aquele show burocrático com os sucessos melosos mais recentes ...

Em todo caso, tocarei hoje, (quase) na íntegra, a versão demo do citado disco, obra-prima do rock nacional. Lembro bem do impacto deste álbum na época. Lembro, por exemplo, que um cara lá onde eu morava, Itabaiana, riscou a faixa "igreja" da sua cópia em vinil, para que ninguém ouvisse. Pra muita gente, eles foram longe demais - "eu não gosto de bispo", normal, muita gente que se diz "crente" não gosta, mas "eu não gosto de Cristo" foi realmente ousado. Terão meu eterno respeito por isso.

Que mais? Rock instrumental nordestino, nova do Down (a banda de Phil Anselmo), Midas Fate, que é prog rock brasileiro tentando a vida na europa - pedido de meu amigo Juliano, direto de Praga, República Checa; mais metal no bloco do ouvinte, Wander Wildner, Holidays (que abrirá o show do Dead Fish em Aracaju dia 13 próximo), Beck - pedido de Isabela Raposo - e Ramones, para lembrar os oito anos do falecimento do guitarrista Johnny. Era pra ter rolado sábado passado, mas me passei ...

A.

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Camarones Orquestra Guitarrística - Espionagem industrial
Perdeu a Língua - Sem sair do lugar
Vendo 147 - Godofredo

Down - Levitation

Midas Fate - What Dreams may come

After Forever - The key
Mago de Oz - El Señor de los gramillos
Kamelot - III Ways to Epica
Sinergy - Written in stone
- por Deborah Fernandes

Beck - Bad Blood
Ramones - Something to believe in

The Smashing Pumpkins - Tonite reprise
Weezer - Holiday
Placebo - Every you every me
Teenage Fanclub - Metal Baby

Holidays - Breaking rules
Wander Wildner - Punk-Rajneesh

Titãs - "Demo" Cabeça Dinossauro

# Cabeça Dinossauro
# AAUU
# Igreja
# Polícia
# A Face do destruidor
# Tô cansado
# Bichos escrotos
# Homem primata
# O que

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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Oito anos sem Johnny Ramone

"Pai da guitarra punk e uma enorme influência sobre o metal moderno orientado por riffs, Johnny Ramone é um dos grandes anti-heróis do instrumento. John Cummings fez seu nome com uma guitarra Mosrite barata, sobre a qual ele martelou power chords em alta velocidade em um estilo devastador e minimalista que se tornou apropriadamente conhecido como “serra circular”. Um motor de ritmo puro, Johnny quase nunca tocava solos, mas seu estilo tinha o impulso de um trem que vem chegando à estação em alta velocidade. Em uma era na qual “pesado” era sinônimo de “lento”, o suingue primitivo e metronômico de seus riffs em “Blitzkrieg Bop” e “Judy Is a Punk” e os grilhões do trampolim pop de “Rockaway Beach” mostraram que dava para acelerar as coisas sem perder um centímetro de potência – um tanto surpreendentemente, já que seu herói na guitarra era Jimmy Page."

Sábado passado, dia 15, fez 8 anos de sua morte. Por um lapso imperdoável, esqueci de homenageá-lo no programa de rock. Faço-o agora, farei-o amanhã - e sempre. Apesar dele ter sido republicano e admirador de Ronald Reagan e George W. Bush. Ninguém é perfeito.

O texto do primeiro parágrafo é da revista Rolling Stone.

A.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

# 241 - 15/09/2012

Sandie Shaw (pseudônimo da cantora britânica Sandra Goodrich) é uma das "heroínas musicais" de Morrissey e Johnny Marr, dos Smiths. Tornou-se famosa em toda a Europa ao cantar descalça no Festival Eurovisão da Canção de 1967, em Viena - que ela venceu com a canção Puppet on a string. Teve uma carreira cheia de sucessos, alcançando três primeiros lugares no top britânico, e em abril de 1984 lançou um single com "Hand in glove", canção de seus auto-intitulados "fãs incuráveis" - seu marido era muito amigo de Geoff Travis, do Rough Trade, selo que lançava os discos da banda de Manchester. /// "New Rose", do Damned, foi o primeiro single lançado por uma banda punk britânica, em 22 de outubre de 1976. Aqui ela aparece numa versão ao vivo extraída do álbum duplo que registra a turnê comemorativa de 35 anos do grupo, que tocou pela primeira vez no Brasil (somente em São Paulo) em abril deste ano de 2012. /// O rock paulista costuma dar umas escorregadas fascistóides quando o tema é a migração nordestina. Além do célebre caso de "pobre paulista", do Ira!, temos também a música "Nada", do Olho Seco, que diz em sua letra "você deveria proibir a migração do povão". Porra nenhuma! São Paulo é Brasil, e o Brasil é nosso! Credito este tipo de pensamento equivocado à imaturidade da época em que estas músicas foram feitas, mas parece que nossos "astros do rock" são arrogantes demais para admitir seus erros e vivem inventado desculpas esfarrapadas para justificar o injustificável ...

A.

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The Damned - New rose (Ao Vivo)
The John Spencer Blues Explosion - Black Mold
Skunk Anansie - I Believe in you

Syd Barret - Baby Lemonade (Take 1)
Pink Floyd - Shine on you crazy diamond (Live at Wembley 1974)

Casca Grossa - Destrói
Cessar Fogo - Carrascos do poder

Ratos de porão - Pobreza
Olho Seco - Nada
Inocentes - Aprendi a odiar
Cólera - Duas Ogivas
Lixomania - Os punks também amam

Wander Wildner - Fora da lei
Autoramas - A 300km/h

Brian Setzer - When the bells don´t chime
Stray Cats - Dig Dirty Doggie
Jerry Lee Lewis with Eric Clapton and James Burton - You can have her
Chuck Berry - Maybellene
Buddy Holly - Rave on

Sweet - Sweet F. A.
Mott The Hoople - Jerkin´crocus
David Bowie - Velvet Goldmine

Sandie Shaw & The Smiths - Hand in glove
Siouxsie And The Banshees - The Passenger
Mazzy Star - Wild Horses

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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Edson Luís, gente que faz ...

Edson Luís de Souza, ex-fanzineiro, Sócio Numero 001 do lendário Curipira Rock Clube e vocalista das bandas The Power of The Bira e Camisa de Força, está fazendo um admirável trabalho de resgate ao digitalizar fitas demo de bandas independentes brasileiras dos anos 80 e 90 do século passado. Na minha modesta opinião, foi um dos períodos mais ricos da cena - especialmente na primeira metade da década de 90, que foi quando o rock brasileiro parecia ter encontrado, finalmente, uma identidade própria, com o Hardcore temperado a ritmos nordestinos do Raimundos, o som pesado e suingado de Planet Hemp e dos Funk Fuckers, o "saravá metal" da Gangrena Gasosa e, especialmente, com o Mangue Beat. Isso para não falar de grandes bandas que não tinham nada de "brasileiro" em seu som mas estavam entre as melhores do mundo em seus segmentos, como os baianos do brincando de deus, Dead Billies, Headhunter DC e Mystifier (indie rock, psychobilly, Death e Black Metal), Snooze(também "indie"), Karne Krua, Devotos e Câmbio Negro HC (Hard Core); Lacertae, Safari Hamburges, No Sense, Concreteness, Pinheads, Cervejas, Second Come, Killing Chainsaw e muitos, muitos outros, que merecem muito ser redescobertos.

Conheça aqui o magnífico trabalho do Edson Luís - um verdedeiro serviço de utilidade pública, e voluntário! Abaixo, seu depoimento sobre a gênese do projeto ...

Um pouco de história.

Minha coleção de demo-tapes começou em 1987, mas realmente ganhou volume nos anos 90 quando comecei a editar um fanzine (Abrigo Nuclear – 1991 a 1995) e tocar em bandas (Camisa-de-Força e The Power of the Bira). O esquema acontecia via correios, principalmente com trocas e doações. Também copiava as demos legais dos amigos, comprava em lojas e por aí. Aos poucos, com o advento do CD e do mp3, essa coleção ficou abandonada dentro de um baú de uma estante na minha sala.

Em 2010 comecei a me preocupar com a memória do Rock em minha cidade, Joinville e região (Jaraguá do Sul, Guaramirim, etc). As novas gerações não conheciam (ou não tiveram oportunidade de conhecer) as bandas do passado. Comecei a resgatar no baú algumas fitas de bandas legais da cidade e converter em mp3. Tensão Superficial, Elemento Suspeito, Hephrem, Necrópsia, Leis e Ordens e por aí. Juntei todos esses materiais e montei um blog chamado Joinroll, que viria a ser o embrião do Demo-Tapes Brasil. A mesma sensação de abandono que tive para com as bandas da minha cidade, mais tarde eu tive para com o “Rock Brasil”. Não sei se é descaso das pessoas que tinham as bandas, se é falta de equipamento, se é falta de conhecimento de como fazer uma conversão ou sei lá. Só acho muito estranho quando alguém que tinha uma banda não tem nada dela guardado. Vivi algumas situações como essa nesse ano. Pessoas agradecendo por eu ter convertido uma demo-tape em que elas tocavam e esse material se perdeu ao longo do tempo. Raríssimas exceções eu pude ver nesse ano de 2012 de pessoas resgatando seu passado. Acho que um ótimo exemplo a ser citado é o blog da banda curitibana Pinheads, com toda a sua trajetória do início ao fim da banda. Confesso que me inspirei nele para fazer o blog de minha banda The Power of the Bira. Para organizar todo esse enrosco, os blogs que tenho hoje são:

·         The Power of the Bira (Minha banda que durou de 1992 a 1996).
·         Joinroll (Rock de Joinville e região – principalmente anos 80 e 90).
·         Demo-Tapes Brasil (O mais “famoso” e acessado).
·         Os Fritz da Puta (Minha nova banda em que toco bateria. Não vivo só no passado não viu!! O blog ainda não tem nada, mas o domínio já está registrado. Devemos estar lançando a 1ª demo ainda em 2012. Quem quiser conhecer tem um vídeo de um ensaio aqui!!).

O blog Demo-Tapes Brasil estreou em 17 de novembro 2011. Ficou praticamente parado no 1º semestre de 2012 porque foi o período em que eu estava fazendo o blog da The Power of the Bira (juntando material, pesquisando datas, digitalizando cartazes, fotos e flyers, convertendo todas as demos-tapes e shows em cassetes). Voltamos com gás total em julho desse ano e estamos desde então postando demo-tapes quase todos os dias.

Método de trabalho.

·         Não fazemos milagres!!

Para quem não conhece o processo de conversão, parece fácil ir até o blog baixar o arquivo. Essa realmente é a parte fácil. Mas muitas vezes o público não está familiarizado em relação às etapas por trás de cada post. Tenho fitas com mais de 25 anos e é praticamente impossível não existir degradação do som com uma fita dessa idade. São fatores como umidade (bolor), frio, calor, campos magnéticos, poeira, fumaça (tudo o que tem na nossa casa!) são prejudiciais a vida útil das fitas. Então caro amigo, NUNCA uma conversão terá a qualidade de uma gravação das que podem ser obtidas na atualidade. Sempre haverá perdas.
Como a maioria das bandas eram “duras” de $$, essas demo-tapes eram gravadas em fitas da pior qualidade possível (type I – normal - baseadas em óxido férrico - Fe2O3). A primeira impressão de “estranheza” é com relação aos sons agudos (chimbal, pratos de bateria, etc). Ele não é nítido e muitas vezes é distorcido. Em fitas cromo (type II) e metal (type IV) esse efeito é bem reduzido.
É preciso estar ciente das limitações existentes na época. Estúdios eram caríssimos, os computadores eram limitados, CDs não existiam (para os mortais) e o mp3 menos ainda. Hoje qualquer músico grava em casa, em multipista e 100% digital. Som analógico hoje é opção e não imposição.

·         Como são escolhidas as demos?

Não temos metodologia! É puro instinto! Vai do meu gosto a pedidos dos frequentadores do Blog. O único cuidado que tenho é ser o mais eclético possível, lançando demos dos mais variados estilos possíveis. Metal, Hardcore, Rock Pop, Eletrônico, Industrial e por aí.

·         Antes de iniciar as conversões.

Primeiramente após escolher o que quero converter, tento ver se a demo já está disponível em algum lugar na internet. Procuro em blogs, torrents, 4shares e Mediafires da vida. Se achar eu baixo e analiso a qualidade. Se estiver boa eu faço a digitalização da capa e faço a postagem. Se não estiver do meu agrado, faço a conversão e lanço o post. Normalmente eu mesmo faço mais de 90% das conversões do blog e o requisito principal é qualidade. A fita cassete já tem suas deficiências então o mais importante no meu trabalho é não deixar a gravação pior do que está. Não acredite em que certos “técnicos” falam tipo que o “software pode melhorar tudo em uma conversão”. Se a fonte (no caso a fita em si) não for boa, o resultado final também não o será.

·         Equipamentos e acessórios?

Hoje uso um tape-deck Akai (modelo CS-702D) para reproduzir as fitas. O mesmo já está com sinais de cansaço. É o segundo. Um Polyvox modelo CP850D já foi aposentado. Evite usar walkman, pois eles tem motores fracos para tracionar fitas velhas e com bolor. Cabo Y para interligar o tape-deck a placa de som do computador e um bom fone de ouvido. Não é obrigatório, mas uso ainda um receiver e um par de caixas de som para ouvir o resultado final. Tenho também uma multifuncional HP para fazer a digitalização das capas.
 Acessórios indispensáveis: cotonetes, álcool isopropílico (com quase ausência de água) e chave Philips (para regulagem do Azimuth da fita).

·         Softwares?
Audacity (É um software livre e sem custo de licença. Recebe o sinal vindo da placa de som e permite a edição da música a ser digitalizada. Pode ser utilizado para realizar funções de gravação, edição, corte, volume, tempo, etc. Possui filtros de normalização, equalização, fade in, fade out, etc).

Lame para Audacity (é um plugin que permite ao Audacity exportar para o formato mp3. Devido ao formato da licença do Audacity ele não exporta para .mp3 nativamente. Fácil de instalar e de usar).

Tagscanner (Usado para escrever as “Tags” dos arquivos mp3. Nessas “Tags” é escrito o nome da música, nome da demo, ano do lançamento, inclusão da capa dentro do arquivo mp3, etc. Meu e-mail está presente em todos os arquivos que converto também).

7zip (Para compressão dos arquivos. Criação dos arquivos .zip).

Media Fire (Serviço de armazenamento online. Gosto dele porque não tem limitação de tamanho e quantidade de arquivos, é possível fazer mais de um download ao mesmo tempo, e não tem tempo de espera para iniciar o download).

E você? Quer ajudar?
Entre em contato: velhoedi@gmail.com

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

# 240 - 08/09/2012

Revolting Cocks - ou Revco. - é mais conhecida como um projeto paralelo de Al Jourgensen, do Ministry. Mas a banda, na verdade, foi fundada por Richard 23, do Front 242 (banda pioneira da EBM - Electronic Body Music) e pelo musico belga Luc Van Acker. Jourgensen, a princípio, apenas produzia os discos, tendo sido incorporado posteriormente. A musica que tocamos é um cover de um conhecido hit de Rod Stewart - pelo qual ele foi acusado de plágio por nosso Jorge Benjor. Rod culpou o autor da música, o baterista Carmine Appice, e cedeu os lucros de “Do ya think i’m sexy” ao Unicef em um show beneficente na sede da ONU, em Nova York /// Toque Joy Division e Creedence Clearwater Revival atendendo pedidos feitos via facebook. 

 Japoneses são malucos. Lembrem-se que eles são o único povo que já sofreu um ataque nuclear. Aquilo deve tê-los deixado pirados - só isto explicaria coisas como Godzilla, Dr. Gori (o inimigo do Spectremen) e o Melt Banana. São de Tokyo e fazem um som que mescla Hardcore, grindcore e experimentalismos sonoros. Me amarro nos vocais anasaldos da magricela Yasuko Onuki e nos efeitos que o inventivo Ichirou Agata tira de sua guitarra. As perfomances ao vivo são matadoras - procure no youtube e confira. Sou fã dessa porra, vou tocar sempre no programa de rock. /// "Tinderbox" é meu disco preferido do Siouxsie and the Banshees. Talvez seja porque foi o primeiro deles que ouvi, ainda na década de oitenta, na época do lançamento. O mesmo acontece com relação ao Iron Maiden - tenho um carinho especial por "Somewhere in time", o primeiro disco de "rock pauleira" que ouvi inteiro, de cabo a rabo.

"Caroço de Manga" fez parte da trilha sonora da novela "A Volta de Beto Rockfeller", exibida pela TV Tupi em 1973. Bons tempos em que as trilhas sonoras de novela tinham músicas de gente como Raul Seixas ... /// "Lonely boy" é uma música do Sex Pistols. Foi lançada no disco "póstumo" (e picareta) "The great rock and roll swindle" e é cantada pelo guitarrista Steve Jones. /// Júlio Reny morava em uma casa em Porto Alegre cuja garagem tornou-se legendária. Ele a alugava para ensaios e por ali passaram bandas como Engenheiros do Hawaii e DeFalla - pilares do que há de pior e melhor no rock gaúcho. "Cine Marabá" foi sucesso no sul e chegou a tocar em rádios do Rio de Janeiro e São Paulo. /// Eu odeio o Engenheiros do Hawaii. Só não são a pior banda de rock brasileira de todos os tempos porque criaram uma coisa abjeta chamada Charlie Brown jr. /// Os Estados Unidos nunca se desculparam pelo bombareio atômico de Hiroshima e Nagasaki. Até entendo o argumento deles, de que foi uma medida extrema porém necessária para por fim à guerra e, assim, salvar mais vidas do que as que foram perdidas nas duas cidades. Só fico pensando se não daria para eles terem feito pelo menos um ou dois alertas, bombardeando lugares mais remotos e avisando que atacariam locais habitados caso os japas não se rendessem ...

Por falar em Estados Unidos, hoje, 11 de setembro de 2012, faz 39 anos que o presidente Chileno Salvador Allende morreu num golpe de estado comandado pelo general Augusto Pinochet com o apoio dos ianques.

Foda-se os Estados Unidos e seu imperialismo.

A.

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The Raveonettes - She owns the streets
Lacrimosa -  Irgendein Arsch Ist Immer Unterwegs
The Vaccines - Teenage icon (demo)
Macaco Bong - Otro

Melt Banana - Blank page of the blind
Converge - No light escapes
Naked City - You will be shot
Revolting Cocks - Do ya think i´m sexy

Creedence Clearwater Revival - Fortunate son

Damn Laser Vampires - Morte por tesão
Viana Moog - Santo estéreo
Wander Wildner - Lonely Boy
Julio Reny - Cine Marabá

The Fall - Latch key kid
Make up - I Am pentagon
Gallon Drunk - Jewess Tattooess

Plastique Noir - Shadowrun (versão urban requiems)

Joy Division - Isolation
Siouxsie & The Banshees - Cities in dust
The Sisters of Mercy - Blood Money
Clan of Xymox - No words

Discoteca Básica - Raul Seixas, "Krig Hah Bandolo"

# (Introduçao)Good rockin´tonight
# Dentadora postiça
# Caroço de manga (bonus track)
# Rockixe
# As minas do rei Salomão
# Cachorro-urubu
# A hora do trem passar
# How Could I know

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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cheias de charme...

... e de insolência. Por trás da banda Pussy Riot, o rosto de uma juventude russa irrequieta com o país da era Putin.



por DORRIT HARAZIM, na revista piauí

Da antiga União Soviética elas só conheceram o período de implosão e desmantelamento. Nasceram na virada dos anos 90, numa Rússia já em transição do comunismo para um regime mais assemelhado às democracias ocidentais. Cresceram dentro das fronteiras de uma nova classe média emergente, urbana e de sotaque europeu.

Nadezhda Tolokonnikova, de 22 anos,estuda filosofia e é mãe de uma menina de 4 anos. Maria Alyokhina, de 24, cursa jornalismo e letras e atua em causas ambientais. Tem um filho de 5 anos. A mais velha do grupo, Yekaterina Samutsevich, de 30, além de formada em fotografia, é programadora de computação. Trabalhou durante dois anos no desenvolvimento de um software para o submarino nuclear K-152 Nerpa.

A identidade individual das três integrantes da banda feminista de nome atrevido, Pussy Riot, era tão obscura quanto a de outros coletivos artísticos contestatórios de voz estridente e presença na internet. Permaneceram anônimas por trás de suas simpáticas bataclavas coloridas até se tornarem cause célèbre no Ocidente, muito além das expectativas mais desvairadas da banda. Tudo por um erro de calibragem política de Vladimir Putin, que avaliou mal o quanto a sua Rússia já estava conectada ao resto do mundo e contagiada pela internet. Erro elementar para um ex-coronel da KGB.

O crime-relâmpago das garotas foi cometido no altar da Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Durou menos de quarenta segundos, abortado às pressaspelos seguranças. Mas foi tempo suficiente para entoarem uma insolente prece profana à Virgem Maria, que pedia à Santa Mãe para abraçar a causa feminista e destronar Putin.

O fato ocorreu numa terça-feira, 21 de fevereiro passado. No sábado 3 de março, véspera de reeleição de Putin para presidente-czar da Federação Russa, o clipe editado da transgressão, com 1min53 de duração, foi postado na internet. Tornou-se viral, com mais de 1 milhão de acessos. Na noite do mesmo dia, três das cinco punketes profanas foram presas (as outras duas conseguiram escapulir da Rússia), acusadas de vandalismo e ódio religioso. No julgamento encerrado no mês passado, de reverberação mundial, foram condenadas a dois anos de prisão. Fizeram, assim, mais barulho político do que sucesso musical. Era esse o propósito.

“As pussy rioters mexeram literalmente com fogo em várias áreas”, diz Angelo Segrillo, professor de história contemporânea da usp, autor de Os Russos. “Criticaram o líder [Putin] em um momento em que ele está acuado pela crise econômica e pelo temor de que ocorra uma ‘primavera russa’ do tipo da Primavera Árabe. Mais que isso, mexeram com um tradicionalismo patriarcal que ainda é forte no país, não só entre os homens; boa parte das mulheres russas também não aceitam o feminismo contestador ocidental. E ainda mexeram com os fortes sentimentos religiosos [da população].”

uando a sentença foi proferida, oardiloso Putin, que retornara de Londres após ver seu país ficar em 3º lugar nas Olimpíadas, pode ter se surpreendido com a simpatia mundial derramada sobre as jovens. Mas calibrou corretamente a reação doméstica. Segundo dados do Centro Levada, conceituado instituto de pesquisa russo, a grande maioria da população manifestou simpatia escassa por essas jovens com atitude – mesmo entre os que consideraram excessiva a pena criminal. Apenas 5% se declararam abertamente simpáticos a elas.

“A saga da Pussy Riot pode ter sido um desastre para a imagem de Putin no Ocidente, mas fez pouco para diminuir seu apoio doméstico. Mesmo quando o país parece estar embicando para uma direção errada, Putin continua sendo extremamente popular”, avalia o autor e pesquisador de assuntos russos Vadim Nikitin, formado por Harvard e pela London School of Economics.Ele acredita ser provável que a própria oposição ao líder tenha se cindido com o episódio, umavez que a atual resistência ao Krem-linnão contém o componente de cultura liberal comum a outros países. “A vitória da Pussy Riot se deu em outro plano: desnudou a extensão do poder político da Igreja Ortodoxa”, conclui Nikitin.

De fato, se até agora Putin soube dosar o grau de liberdade privada e de consumo concedido sem precisar afrouxar demais o controle sobre as outras liberdades, sempre pôde contar com o colossal peso do Patriarcado ortodoxo, confiável sustentáculo da ordem conservadora.

leitura dos autos da sentença contra a Pussy Riot parece saída de uma peça de Dario Fo. As acusadas, “vestidas com indumentárias impróprias para uma igreja”, teriam violado “regras concebíveis e inconcebíveis”. Citando exames psiquiátricos e psicológicos das jovens, a juíza Marina Syrova arrolou alguns dos desvios de personalidade que teriam sido constatados: “propensão a protestos”, “autoestima inflada”, “abordagem proativa da vida”, entre outros.

As peças de acusação são ainda mais delirantes. Uma dúzia de seguranças da catedral, um sacristão e um coroinha representavam a parte ofendida. Mikhail Kuznetsov, o advogado de um deles, acusou a Pussy Riot de ser uma conspiração criminosa e qualificou o episódio de “ato capaz de se transformar rapidamente em algo da dimensão do ataque de 11 de Setembro contra as Torres Gêmeas”. Instado a se explicar um pouco melhor, não hesitou: “O atentado russo foi obra de um grupo satânico. O [ataque] americano teve autoria de forças acima do governo dos Estados Unidos. Foi obra de um governo global.”

Para uma parte da classe média da Rússia emergente, que aspira a não mais viver num estado pária e em dissintonia com as democracias ocidentais, o recurso a “anomalias psicológicas” desenterradas do passado bolchevique e sandices como as do advogado incomodam. A fusão de Igreja e Estado em torno da perpetuação de uma “civilização ortodoxa russa”, também. Só que a fatia em desconforto com a velha ordem ainda é pequena.

"Liberdade é quando você es-que-ce o nome do tirano”, escre-veu o poeta e ensaísta Joseph Brodsky, expulso da União Soviética quinze anos antes de ganhar o Nobel de Literatura, em 1987. A citação consta de uma carta endereçada ao governo pelas ativistas da Pussy Riot enquanto aguardavam julgamento. Por essa medida, as jovens ainda terão de rezar muito até a nação deixar de ter o nome de Vladimir Putin na ponta da língua.
 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

# 239 - 01/09/2012

De vez em quando recebo ligações no estudio na hora do programa de rock de senhores que pensam que o numero do telefone é da AM. Sábado passado foi foda: o figura queria porque queria ouvir uma musica que ele curtia muito quando era jovem e morava em Curitiba. Achava que era de Orlando Silva, mas não tinha certeza, e também não sabia o nome da mesma, então ficava cantarolando a melodia pra ver se eu identificava. Falou que não iria sossegar enquanto não ouvisse aquela música no radio, e cumpriu a promessa: ligou umas 3 vezes, sempre com a mesma história - não adiantava eu falar que ali era a FM, e ele estava ouvindo a AM. Foi um teste de paciência para não ser ignorante com o tiozinho ...

Die Mensch-Maschine: Segundo uma entrevista recente do Kraftwerk eles tinham o costume de parar o ônibus da turnê alguns quilômetros antes de chegarem à cidade onde iriam se apresentar e completar o percurso de bicicleta. Devem ter feito isso ao chegar em Utrecht, Holanda, em 1981, para o show registrado ao vivo do qual extraímos a segunda música tocada no programa de rock do último sábado /// "Cult of the goat" é uma faixa extraída do último disco de estúdio da banda finlandesa Impaled Nazarene, "Road to the octagon", lançado em 2010 /// No bloco do ouvinte tivemos 4 bandas cujo som faz uma mescla de punk rock com música celta tradicional. Flatfoot 56 é de Chicago, Illinois, Estados Unidos; The Real McKenzies é do Canadá; Flogging Molly é de Los Angeles, California, e o Fidlers Green é alemão. O bloco foi produzido por Edson Luis, de Santa Catarina. Ele cantava (ou não) na banda punk experimental The Power of the Bira, nos anos 90 do século passado, e atualmente administra um excelente blog que se dedica a resgatar as fitas demo daquele período: http://demo-tapes-brasil.blogspot.com.br/ /// Mark Bolan (nome artístico do britanico Mark Feld, nascido em Londres em 1947), do T-Rex, morreu em 16 de setembro de 1977, vítima de um acidente de carro. "Electric Warrior", seu disco mais bem sucedido, foi o álbum mais vendido de 1971 (o ano em que eu nasci) no Reino Unido. "Metal guru", a música que tocamos, é a faixa de abertura de "The Slider", lançado no ano seguinte. /// Já "Don´t pretend you didn´t know" abre o mais novo álbum do Dinosaur jr, "I Bet on sky". /// Wander Wildner, o trovador "comanchero" gaúcho, estará de volta a Aracaju dia 28 para um show acústico no Tio Maneco Botequices. Imperdível.

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Gary Numan - (Ao Vivo)Cars
Kraftwerk - (Ao Vivo)Autobahn

Dinosaur jr. - Don´t pretend you didn´t know

Impaled Nazarene - Cult of the goat
Lamb of God - Laid to rest
Iron Maiden - Run to the hills
Metallica - Enter Sandman

Fiddlers Green - Empty pokets empty fridge
Flogging Molly - Requien for a dying song
The Real McKenzies - My Mangy Hound
Flatfoot 56 - Way of the sun
- por Edson Luis

T-Rex - Metal guru
David Bowie - Diamond dogs
The Modern Lovers - Girl friend
Television - little Johnny Jewel, pts 1 & 2

Wander Wildner - quase um alcoólatra

Cinemerne - Chovendo querosene
Trimorfia - Running in circles
The Jezebels - Je suis cceur
Penny Moks - Make the end