domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sepultura, uma entrevista.

Contrato com gravadora alemã e turnê gigante por Estados Unidos/Europa recolocam o Sepultura mais próximo do primeiro mundo e longe da reunião da formação clássica acalentada por boa parte dos fãs.

Texto por Marcos Bragatto

Foto por Estevam Romera
Fonte Rock Em Geral

Esse ano não tem pra ninguém. O Sepultura está concluindo um novo álbum, o primeiro a ser lançado dentro do contrato com a gravadora alemã Nuclear Blast, a número um entre as independentes segmentadas no heavy metal. A partir de abril o grupo embarca numa turnê com mais de 40 datas nos Estados Unidos e Canadá, passando por cidades onde nunca esteve, e segue depois para os festivais europeus, incluindo a estreia no Wacken Open Air, na Alemanha, hoje o maior evento de heavy metal do mundo.

É certo que o Sepultura nunca jogou a tolha, mas não é um exagero reconhecer que o momento é de retomada na fase pós Max Cavalera, que já dura 14 anos. Enquanto Max desanda a clamar por uma sonhada turnê de reunião, incluindo farpas aqui e acolá em diversos veículos da imprensa em todo o mundo, a formação atual, liderada por Andreas Kisser dá de ombros. Porque, a bem da verdade, a banda está “fazendo outras coisas”, embora o guitarrista admita que “abriu uma porta que estava fechada”. Completam o time Derrick Green (vocais), Paulo Jr. (baixo) e Jean Dolabela (bateria).

Andreas descolou um tempinho entre uma gravação de guitarra e outra para falar do novo álbum, cujas gravações se encerram na segunda (28/2). O título não pôde ser revelado, mas, segundo Andreas, o disco é uma espécie de autobiografia do Sepultura e busca um formato “old school”. São 11 músicas inéditas e dois covers que talvez só entrem como bônus em versões especiais. O lançamento do CD deve acontecer antes de a turnê americana começar, mas os brasileiros só vão ver as músicas novas, ao vivo, no Rock In Rio, onde o Sepultura, dessa vez, toca junto com o grupo de percussão francês Tambours du Bronx (dia 25/9). Veja tudo isso e muito mais nessa entrevista exclusiva com Andreas Kisser:

Rock em Geral: Vocês estão terminando a gravação do novo disco, qual é a avaliação do trabalho?

Andreas Kisser: Eu tô super feliz com o resultado, estamos trabalhando desde 20 de janeiro, fizemos umas demos de pré produção no ano passado. A participação do Roy Z. (produtor) está sendo fundamental, ele tá conseguindo traduzir a sonoridade que a banda estava querendo, aquela coisa de trazer o som do palco para o estúdio, deixar o mais ao vivo possível. Estamos super felizes com o resultado, tá ficado muito foda.

REG: O Roy Z. não tinha experiência com bandas mais pesadas, mais thrash. Houve algum problema, em princípio?

Andreas: Não, nada a ver, ele tem a sensibilidade de perceber aquilo que a banda precisa. Ele tem muito know-how dos sons em geral, de utilizar microfones, de fazer testes, de pedais. Ele tá no mundo do metal, apesar de não ter trabalhado com nada tão extremo, mas tá funcionando bem pra caralho.

REG: Como rolou de chamá-lo para produzir o disco?

Andreas: Nós conhecemos o Roy há um tempo, eu conheço o trabalho dele com o Bruce Dickinson, com o Rob Halford, com o Judas e outras bandas, principalmente tocando. Nós já tínhamos conversado, ele sempre curtiu a banda e agora rolou essa oportunidade, porque ele vem bastante ao Brasil, tem mulher aqui, e arranha o português bem. Tudo facilitou para ele vir trabalhar conosco. O estúdio da Trama tem uma condição muito boa, ele curtiu pra caralho a mesa, toda a situação. A gente tava a procura de um cara com um know-how de fora. Nos últimos discos trabalhamos com o Stanley Soares, que é o nosso técnico de PA, que viaja com a banda, fez um puta trabalho no “Dante” (“Dante XXI”, de 2006) e no “A-Lex” (de 2009). Mas resolvemos mudar, trazer um cara de fora, com outro ponto de vista, outras idéias, e o Roy foi o cara perfeito para o que tínhamos para fazer.

REG: O disco já tem título, tá com as faixas definidas?

Andreas: O disco tem nome, mas não estamos anunciando ainda. Estamos segurando, mas tá tudo definido. Alguns nomes de algumas músicas ainda têm que acertar, mas tá 80, 90% definido.

REG: São quantas faixas?

Andreas: Gravamos 13 faixas, incluindo dois covers, um do Ministry e outro do Prodigy. Do Ministry é “Just One Fix” e do Prodigy é “Firestarter”. As músicas ficaram boas pra caralho, fizemos para ficar de bônus, fazer lançamento de “box set”, se o Japão precisar de coisas extras, mas tá rolando a pressão da gente mesmo para colocar tudo no disco. Talvez vamos guardar essas faixas para um lançamento oficial. Fora elas, são onze faixas, que foi nosso objetivo fazer um disco tipo o “Arise”, que tem nove faixas, o “Master Of Puppets” (do Metallica), que tem oito, nove (tem oito).

REG: Tipo LP…

Andreas: É, old school mesmo, não tinha espaço para fazer nessa época e se focava dentro daquele espaço, com criatividade. No “Roots” chegamos a fazer 16 faixas, era aquela coisa do CD, “ah, agora cabe”. Nós fechamos nesse limite, eram 10, mas aí acabamos fazendo mais uma e foi 11, mais esses dois covers. Ao mixar tudo vamos ter uma ideia melhor de todas as músicas, como elas vão se assentando, e vamos escolher a ordem, se vamos cortar alguma ou não.

REG: Então não é um disco temático, que obedece a uma ordem previamente estabelecida entre as músicas…

Andreas: Não é como foi o “Dante” e o “A-Lex”, mas é um disco inspirado em nós mesmos, como se fosse um livro, uma biografia do Sepultura. Nossas próprias experiências, as mudanças, as viagens, as turnês que fizemos com tantas bandas, essa carreira que a gente tem. Então pode se considerar temático, mas uma coisa não tão fechada dentro de uma história, mas a nossa própria história.

REG: As letras devem ser todas bem pessoais…

Andreas: Acho que as letras são mais pessoais, íntimas, porque não tem uma história permeando a mensagem que queremos passar. É uma coisa mais das nossas experiências. Por exemplo, tem uma música que se chama “Born Strong”, em que falamos da nossa família, de pai, mãe, mulher, filho, da paciência, da força e do equilíbrio de estar na estrada e voltar para a casa. Aquela coisa de ter a educação do berço, coisas nossas que foram fundamentais para que a banda fosse possível. Também falamos da experiência de palco, das nossas relações com gravadoras, empresários. São as nossas experiências como banda, como músicos e como pessoas. Ficou uma coisa mais pessoal, mais íntima.

REG: E em termos de som, tá mais old school também ou tem coisas novas?

Andreas: Acho que tá os dois, tem esse espírito de old school, de ter tocado o “Arise” inteiro no Manifesto (show realizado no bar/casa de shows paulistano, em que a banda tocou a íntegra do álbum “Arise”, em dezembro de 2010). No começo da turnê do “A-Lex” nós colocamos as opções no site, para a galera escolher uma fase da banda para nós tocarmos. Nos preparamos bastante para isso e tocamos muita coisa velha. E ao mesmo tempo é uma coisa nova, é o Sepultura novo com as influências que escutamos desde sempre, com as coisas mais recentes, e com essa pegada de hoje. Não importa se estamos tocando música de 15, 30 anos atrás, estamos tocando hoje. Então eu acho que tem esse clima de coisa nova, mas dá para sentir a influência da história da banda nas músicas.

REG: Você pode citar mais alguns títulos, falar de uma música ou outra?

Andreas: Deixa eu ver… tem a “Born Strong”, que fala da família… Por exemplo, essa que eu falei de estarmos no palco. Fazendo uma analogia, é como se estivéssemos na frente de batalha mesmo, porque todo dia é uma batalha, sair e encarar o mundo. Então tem uma música que se chama “No One Will Stand”. É tipo isso, depois de um show do Sepultura, cabeças rolam… Damos o máximo, é aquela coisa de passar o sentimento de estar no palco, a coisa mais espetacular na vida de um músico. Passar um pouco desse sentimento de tocar na Índia, em Cingapura, nas Filipinas, encarando como uma batalha, no bom sentido.

REG: Você disse que de participações só tem o Tambours du Bronx. Eles gravaram a parte deles em enviaram para vocês?

Andreas: Eu mandei a música que escolhemos para fazermos juntos, ela já fazia parte do repertório do Sepultura. Escolhemos aquela que poderia combinar mais com o estilão dos caras.

REG: Qual o nome dessa música?

Andreas: Ela tá sem nome ainda, estamos fazendo ela agora nesses últimos estágios, e a idéia é misturar inglês, português e francês na letra, uma coisa que nunca fizemos antes. Eu mandei a música, eles fizeram um rascunho, mandaram para cá, nós curtimos pra caralho e mandamos de volta. Eles fizeram na França e mandaram de volta, tá ficando muito bom.

REG: E o show do Rock in Rio com eles, como vai ser?

Andreas: Vamos ensaiar muito, vai ser o primeiro show que vamos fazer juntos. A ideia era fazer os festivais na Europa já nesse ano, mas deixamos para fazer a estreia no Rock in Rio e fazer a Europa com eles em 2012, principalmente na França.

REG: Eles vão tocar no show todo ou em uma música ou outra?

Andreas: É uma parceria, vai ser um show atípico, porque vai ser uma mistura de duas bandas. Vamos fazer temas antigos do Sepultura e juntar algumas coisas deles. Estamos definindo algumas músicas. Eu sei que vamos fazer o “Roots” com eles e umas outras, mas vamos chegar um pouco mais cedo no Rio para definir, vamos ter que ensaiar bastante.

REG: Você ficou chateado por não ter sido chamado para tocar no palco principal do Rock In Rio?

Andreas: Não, pelo contrário, esse Palco Sunset vai ser muito mais legal que o principal.

REG: É que é mais cedo…

Andreas: Mas isso na Europa é a coisa mais tradicional do mundo. Público vai ter, esse é o estilo do festival. E o Rock in Rio tá fazendo isso justamente com o Sunset para dar esse valor, não ficar aquela coisa de palco b, palco c. É um palco importante, fantástico, que vai ter grandes nomes, acho que é até mais fodido que o palco principal. Tem Milton Nascimento com Esperanza Spalding… Vai ser o diferencial desse festival ou até em festival do mundo inteiro. E eu tô muito feliz de fazer parte disso, por ter essa chance de fazer um show diferente, especial e exclusivo, praticamente. E os outros shows têm o Korzus com os caras do Destruction, com o Gary Holt (guitarrista do Exodus). É legal esse desafio, e é mais um pioneirismo do Sepultura, participar de uma coisa nova como essa.

REG: Você participa de shows de muitos artistas que não têm nada a ver com o heavy metal, o que gera reclamações por parte dos fãs. Isso te incomoda? Você é cobrado pelos fãs?

Andreas: Ah, não importa o que você fizer vai ter sempre gente reclamando. Então vou fazer o que eu curto, e é um privilegio. Primeiro que eu tenho capacidade para fazer, não é só querer. Quem não quer tocar com o Jorge Benjor? Fora o currículo é uma puta honra, e mais do que isso é levar o heavy metal para isso. O heavy metal se coloca numa posição fechada, achando que é melhor do que tudo, uma posição meio arrogante. “Ah, não, não toco com isso porque não gosto, porque o heavy metal é mais foda”. Nada a ver. O heavy metal pode permear tudo quanto é coisa. Aliás, o heavy metal só sobrevive por causa das misturas, é um dos estilos mais camaleões.

REG: Vocês transmitiram diariamente, na internet, a gravação do disco. Foi bom? Atrapalhou ou ajudou?

Andreas: É a primeira vez que abrimos um canal assim, sem censura ou edição, com som e a imagem. Foi legal, para a galera que não tem a mínima noção de como se faz um disco. A maioria das pessoas estava esperando um videoclipe das músicas. É engraçado ver a galera sem paciência ou achando que aquilo tudo era uma palhaçada. Mas muita gente também aprendeu que o processo é lento, cheio de detalhes. No estúdio tudo aparece, defeitos, barulhinhos. Troca microfone, testa isso, testa aquilo, é demorado, mas foi uma experiência muito legal, tanto para nós quanto para quem estava assistindo.

REG: Vocês não ficaram intimidados?

Andreas: No começo, sim, mas depois você acaba acostumando. Na hora em que a câmera tá ligada você pensa mais naquilo que vai falar, porque no estúdio você conversa de tudo, fala mal de todo mundo, fala de futebol. A gente se autocensura, mas nada que mude o ritmo de gravação. Foi legal porque deu para mostrar todas as fases, a gravação da bateria, guitarra, baixo, vocal, agora os solos. Foi muito interessante, acho que o Sepultura foi a segunda banda a fazer isso, o Blur fez isso há um tempo. O Sepultura nunca teve medo de se expor, não tem nada para esconder. Os segredos a gente guardou. É a ponta do iceberg: quem pensa que tá vendo tudo não tá vendo nada.

REG: Vocês estão com uma agenda de 40 datas nos Estados Unidos e em vários festivais na Europa. Faz tempo que não havia uma turnê do Sepultura grande assim no exterior…

Andreas: Não, no ano passado nós ficamos quatro meses direto, mais pela Europa. Faz tempo que não vamos para os Estados Unidos, essa é a primeira tour em quatro anos, eu acho. E é uma turnê com uma nova gravadora, estamos com a Nuclear Blast e também tem a promoção desse disco novo. Voltamos para o Canadá, tem umas datas lá nessa turnê, então tá legal, vai ser um começo, e depois vamos para a Europa de novo, para os festivais. Vamos tocar no Wacken pela primeira vez, estamos chegando numa boa hora lá.

REG: Gravadora nova, disco novo e essa turnê… É como se fosse uma retomada de carreira, né?

Andreas: Para quem está de fora eu acho que sim, mas nós nunca paramos. É lógico que saímos do eixo principal de Estados Unidos e Europa, mas o mundo é muito maior que isso. As pessoas ficam muito fechadas nesse circuito e acham que o mundo é isso. Mas a gente foi para Índia, Filipinas, Ilhas Reunião, Cuba, Emirados Árabes, Turquia. E o público ama, o público é fantástico, muito melhor do que lugares na Europa em que o público é totalmente mimado com as coisas, acha que já sabe tudo de tudo. Isso mantém a banda viva e com ideias novas, conhecendo culturas diferentes. Todo ano o Sepultura visita um país que nunca foi antes, isso é muito importante. Mesmo agora, estamos indo para shows no Canadá em lugares em nunca fomos, na carreira inteira. O ritmo é o mesmo, ritmo pesado, muita viagem, muito show. Mas é bom voltar para esse circuito, com a estrutura da Nuclear Blast, com o disco novo e com uma formação super estabilizada e afinada no palco. O momento é muito positivo.

REG: O que houve de conversas entre você e o Max para fazer uma turnê de reunião que tanto o Max fica falando que vocês não quiseram? O Max tá louco?

Andreas: Ah, eu não sei, parece que sim, né? Ele tá batendo na mesma tecla, mas não houve nada de específico. Foi legal que abriu uma porta que estava fechada. O Sepultura tocou com o Soulfly, acho que há dois anos, na Alemanha (Devilside Festival, em junho de 2009, na Alemanha), e acabei encontrando a Glória (Cavalera, esposa de Max e um dois pivôs da separação, em 1996), a empresária…

REG: Vocês conversaram normalmente…

Andreas: Eu conversei com a Glória um pouquinho e depois começamos a abrir um contato e tudo…

REG: Você e a Glória…

Andreas: E o Max também, até, mas muito pouco. Conversei com ele no telefone, sobre futebol, mais nada, uns dois minutos. Mas essas viagens dele eu nem sei como falar porque eu tô aqui fazendo outras coisas e é meio triste ver a situação em que o cara tá… enfim, não tem nada rolando, estamos fazendo o nosso projeto. Essa coisa de reunião desde que ele saiu da banda rola, principalmente por parte dele, mas cada um com sua doideira.

REG: Mas chegou a ter uma conversa de reunião ou não teve nada?

Andreas: Não.

REG: Você e o Paulo estiveram lá no SWU e assistiram ao Cavalera Conspiracy. O que você achou?

Andreas: Achei legal, vi o Iggor tocando com vontade, coisa que eu não via há muito tempo. Mas foi legal, eu já tinha assistido ao Soulfly umas duas vezes, nos Estados Unidos. É legal, eu curto, não tem nada a ver essa coisa de “ah, não vou lá ver”. É palhaçada isso, música é música, os caras tão fazendo o som deles.

REG: Com o Iggor não tem nenhum problema, não, né?

Andreas: Acho que não tem nenhum problema com ninguém, eles escolheram sair da banda e escolheram o caminho que tinham que seguir. O Iggor parece bem mais tranquilo e feliz fazendo o Mix Hell (projeto de música eletrônica de Iggor Cavalera), tá curtindo outra fase. Inclusive eu vi o Iggor no Rock in Rio Madri no ano passado com o Mix Hell, é classe A, super positivo.

REG: E o Musica Diablo (banda paralela do vocalista Derrik Green), você curte?

Andreas: Acho legal, thrashão. É legal ele ter uma banda, o lance é organizar datas, esses negócios. Mas é válido todo mundo com alguma coisa. Eu tenho o trabalho solo, o Jean tem as coisas deles, o Paulo tem um lance em BH. A prioridade todo mundo sabe qual é, que é o que fez possível todos esses projetos. É até saudável musicalmente, tentar coisas que não entram no Sepultura em outros lados. O cara volta com ideias novas para o Sepultura.

REG: Está gostando de ter uma coluna no Yahoo?

Andreas: Eu curto, é um canal legal de opinião em que você chega a várias pessoas e dá para falar de música de tudo o que é jeito, não fico preso no heavy metal. Mas tem também essa experiência de viajar o mundo, tocar com outros músicos e gravar com outras pessoas. É um canal legal para tirar um pouco essa coisa do preconceito, do radicalismo. É legal trocar uma ideia com a galera e ver a posição de cada um.


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Dobradinha sergipana

The Baggios e Café Pequeno acabam de vencer, nas categorias vocal e instrumental, o Festival de musica da ARPUB - Associação das Rádios Públicas do Brasil. As bandas concorreram depois de terem vencido a etapa local, o Festival Aperipê de Música.

Julio Andrade, via Facebook: "Um 25 de fevereiro para ninguém botar defeito. Dia lindo, namorada, grandes amigos, família e uma grande surpresa. Isso tudo devo a essa galera de bom coração e que realmente aposta no meu trampo. Estou muito feliz e emocionado com isso tudo que vem acontecendo. Surreal. Thanxs"

Gabriel Carvalho, via Facebook: "valeu a todo mundo! café pequeno ganhou tb na categoria instrumental!"

Indira Amaral, presidente da Fundação Aperipê, via Facebook: "Tá difícil até de escrever, mas Sergipe sagrou-se campeão pela segunda vez no Festival Nacional de Música das Rádios Públicas. É tanto significado q isso carrega q eu nem sei se consigo dizer tdo. Primeiro pela excelente qualidade do trabalho dos meninos de São Cristóvão, a The Baggios, e pela musica do Café Pequeno. Segundo porque somos o menor estado do país, de uma emissora pequena mas atrevida."

Edezio Aragão, diretor da Aperipê FM, via Facebook: "To orgulhoso pra#$%$#&*ˆ(ˆ(($%@@ˆ... merecidíssimo... Felicidade demais vivenciar esse momento da música em SE... contrariar esse tal do serigy... o que é bom tem que aparecer... espero que sirva de estímulo para continuarmos nesse bom caminho que a música de SE já vem se colocando... PARABËNS de novo para os dois grupos."

Congratulações a todos os envolvidos.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Patton Strikes again

Mike Patton/ Mondo Cane + Orquestra Sinfônica de Heliópolis !!! - O vocalista do Faith No More, Mike Patton, apresenta pela primeira vez no Brasil seu projeto paralelo Mondo Cane, que traz releituras orquestradas de clássicos da música pop italiana dos anos 1950 e 60 como “Che Notte!”, de Fred Buscaglione, “Urlo Negro”, da banda The Blackmen, e “Deep Down”, de Ennio Morricone. No Sunset Rock in Rio, Mike Patton contará com a Sinfônica Heliópolis, orquestra formada por jovens instrumentistas da maior favela de São Paulo.

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Em um eveto realizado ontem à tarde (22/2) no Hotel Fasano, na zona sul do Rio, o Rock In Rio definiu as traçãoes que irão se apresentar no Palco Sunset, o espaço do festival destinado a encontros de uma ou mais bandas e/ou artistas. Dentre os destaques, estão o ex-vocalista do Faith No More, Mike Patton, com o projeto Mondo Cane (foto), adicionado de uma orquesta brasileira; a ex-vocalista do Nightwish, Tarja Turunen, cuja turnê passa pelo Brasil em maio, como convidada do Angra; o grupo indie dinamarquês The Asteroiods Galaxy Tour, cujo convidado ainda não foi definido; e a fusão de Cidadão Instigado com Júpiter Maçã - ambos já tocaram juntos, mas em shows individuais.

O evento, apresentado pela vice-presidente do Rock In Rio, Roberta Medina, aproveitou a excelente localização da cobertura do hotel - no Arpoador, com o pôr do sol de Ipanema e Leblon ao fundo - para realizar pequenas apresentações, no clima de jam session do Palco Sunset. Tocaram Ed Motta, Andreas Kisser, João Donato, Tulipa Ruiz, Zeca Baleiro e Monobloco, entre outros. Antes, fizeram breves discursos a Secretária de Turismo Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro, Márcia Lins; o Secretário Municipal de Turismo, Antonio Pedro; o curador do Palco Sunset, Zé Ricardo; e os representates das empresas Líder e Wizard, patrocinadoras do Palco Sunset.

Ao todo, serão quatro shows por dia, com início às 14h45, o que, segundo a produção, garante o término das apresentações antes das 19h, sem que os shows do Palco Mundo (o principal) sejam prejudicados. A capacacidade aproximada do Palco Sunset é de 25 mil pessoas. Embora a produção dissesse que hoje seriam anunciadas todas as atrações, ainda falta confirmar os convidados de Ed Motta e Rui Veloso, do Asteroids Galaxy Tour e de Marcelo Camelo. Veja abaixo a programação (quase) completa do Palco Sunset Rock In Rio:

Dia 23/9, sexta
Móveis Coloniais de Acaju + Orkestra Rumpilezz + Mariana Aydar
Ed Motta + Rui Veloso + convidado
Bebel Gilberto + Sandra de Sá
The Asteroids Galaxy Tour + convidado

Dia 24/9, sábado
Marcelo Yuka + Cibelle + Karina Buhr + Amora Pêra
Tulipa Ruiz + Nação Zumbi
Milton Nascimento + Esperanza Spalding
Mike Patton/Mondo Cane + orquestra

Dia 25/9, domingo
Matanza + BNegão
Korzus + The Punk Metal Allstars
Angra + Tarja Turunen
Sepultura + Tambours du Bronx

Dia 30/9, sexta
Buraka Som Sistema + Mixhell
João Donato + Céu
Cidade Negra + Martinho da Vila + Emicida
Monobloco + Macaco

Dia 1/10, sábado
Cidadão Instigado + Júpiter Maçã
Tiê + Jorge Drexler
Zeca Baleiro + Concha Buika
Erasmo Carlos + Arnaldo Antunes

Dia 2/10, domingo
The Monomes + David Fonseca
Mutantes + Tom Zé
Titãs + Xutos & Pontapés
Marcelo Camelo + Convidado

Fonte: reg

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Iron Maiden em Encontro de Motoclubes ...

Vendo esta notícia não pude resistir a fazer uma comparação com os encontros de motoclube que acontecem por aqui, onde rola de tudo, menos rock de verdade. Interessante como, ao contrário do resto do mundo, o motociclismo no Brasil (ou pelo menos nesta parte do país) não está necessariamente ligada à cultura "rocker". Uma pena.

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Iron Maiden é a atação principal da 30ª Concentração Motard de Faro.

Este encontro, que é a maior convenção de Motos na Europa é realizado anualmente pelo Moto Clube de Faro e este ano ocorre entre 14-17 julho, com a Donzela de Ferro como headline da noite do dia 14 de julho de 2011.

A presença do Maiden em Faro homenageia uma grande amizade de muitos anos, tanto da banda e do Moto Clube de Faro - com o falecido Manu da Silva, amigo pessoal de Steve Harris e gerente do "Eddie's Bar", em Santa Bárbara de Nexe, Faro.

Steve Harris comentou a notícia: "Temos tentado agendar nosso show neste incrível evento por muitos anos e é fantástico que tenhamos finalmente a oportunidade de tocar lá. Eu conheci e fiz amizade com os caras do Moto Clube de Faro há muito tempo, através de um amigo em comum do Eddie's Bar, o gerente Manu Da Silva, que morreu tragicamente há cinco anos. Manu foi durante muitos anos um bom amigo muito próximo de mim e da banda, assim podemos dizer que vamos tocar em um tributo à sua memória. Estamos todos muito ansiosos para isto."

A última vez que o Iron Maiden tocou no Algarve foi em Março de 1993, durante a Real Live Tour, então este retorno está bem atrasado! Além do Maiden também estão confirmados no evento: Xutos e Pontapés (PT); Mago de Oz (ES); Hells Bells - Tribute to AC/DC (UK); Los Inhumanos (ES) e IRIS(PT)

Karne Krua - "Massacre Of Innocence (Air Attack)"

(wikipedia) Discharge é uma influente banda punk inglesa, criadora do D-beat. Foi formada em 1977 por Terry 'Tezz' Roberts nos vocais, Tony 'Bones' Roberts e Roy 'Rainy' Wainwright nas guitarras, Nigel Bamford no baixo e Akko na bateria. Nigel sai da banda em seguida e Roy entra no baixo. Essa formação soava mais como um Sex Pistols e grava apenas uma demo tape. A formação e o som mudaram em 1979. A banda contava apenas com Tony e Roy da formação original, agora com Kelvin 'Cal' Morris nos vocais e Tez na bateria. Para muitos, é a formação clássica do Discharge.

O som pesado, rápido e extremamente cru da nova formação despertou a atenção dos fãs. Suas letras falavam sobre o anarquismo, o pacifismo e temas enfatizando uma possível guerra nuclear, além do mal social causado pelo capitalismo. Em 1980, assinaram com a gravadora Clay Records e lançaram o single Realities Of War, que alcançou certo destaque nas paradas musicais independentes do Reino Unido. Depos disso, a banda passou por mais uma mudança na formação com a saída de Tez e a entrada de Dave 'Bambi' Ellesmere (ex-The Insane), antes do single Why ser lançado. Em 1982 lançam o álbum Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing, que chegou a entrar nas paradas de sucesso do Reino Unido.

No EP Never Again houve uma nova mudança na formação, com a entrada de Gary Maloney, do The Varukers, na bateria. Bones saiu antes da gravação de Warning. Foi quando a banda começou a mudar o som para o Crossover. Com essa proposta, lançam Ignorance em 1985, já com uma nova formação. Houveram várias mudanças na formação até 2002, quando lançaram o álbum Discharge com a formação clássica.

Em 2004 fizeram uma turnê brasileira e chegaram a tocar na tradicional casa de shows de punk/hardcore Hangar 110, em São Paulo, com Ratos de Porão e Calibre 12. Com a formação original (exceto o vocalista, que na ocasião era Anthony "Rat" Martin do The Varukers) tocaram ao vivo em horário nobre no programa Gordo Pop Show do vocalista do Ratos de Porão, João Gordo, na MTV Brasil. A banda está na ativa até hoje.

Clique aqui para ver o clip de um cover do Discharge gravado recentemente pela Karne Krua.

São Pedro Sodomita

“Torce contra que é melhor”, já dizia uma musica do Poindexter, extinta banda de “funk metal” da Baixada fluminense. Não digo que estava “torcendo contra”, não mesmo, não é do meu feitio, felizmente, mas não botavas muita fé, e é gratificante quando você tem uma surpresa positiva vinda de algo no qual não botava fé. Não botava fé no “Trimorfia” porque não gosto do nome (falo do som da palavra em si, o significado até que é ok: adj (gr trímorphos) 1 Miner Diz-se de uma substância que se pode cristalizar de três formas diversas. 2 Bot Diz-se das flores que têm estames de três tamanhos diferentes) e porque a esmagadora maioria das bandas que têm surgido nos últimos tempos não têm absolutamente nada a dizer.

Fiquei positivamente surpreendido com a banda já na sexta, quando eles apareceram para um bate-papo vapt vupt no programa de rock. Têm potencial. Não se apegam a fórmulas fáceis e possuem aquela velha e boa energia tão cara ao bom e velho rock and roll. No sábado, haveria um show promovido pelos rapazes. Fui, apesar de São Pedro não ter dado trégua. Muita chuva e show de banda underground na Casa Cultiva, que fica onde Judas perdeu as botas, é quase sempre sinal de pouco público e muito prejuízo, e foi o que, infelizmente, parece ter acontecido.

Mas normal: “Quem ta no rock é pra se foder”, já dizia Irmã Dulce, e é bom que a garotada aprenda logo isso pra saber por onde pisam nesse terreno pantanoso, “onde os fracos não têm vez”. O rock rolou, e é isso que importa. Anéis de Vento foi a primeira, e foi mais uma surpresa positiva. Fazia tempo que não via um show dos caras e tive a impressão de que estão crescendo bastante no palco, o que é ótimo. O ponto fraco ainda é o vocal do baixista e principal vocalista, mas há algumas músicas cantadas por um dos guitarristas que, se não tem lá uma grande voz, compensa com garra e vontade – o outro deveria seguir seu exemplo, fica a dica.

Na sequencia, The Renegades of punk. Nada a dizer que já não tenha sido dito: show energético, som no talo, excelente perfomance de todos – e olha que eles estavam apenas ensaiando ao vivo, segundo confidenciaram a todos os presentes. Grande banda.

Trimorfia foi ok. Na passagem de som tiraram um trechinho de “Black Magic”, clássico do slayer. Deveriam incorporá-la ao set list, ficou ótimo. O vocalista é muito bom, e toca guitarra também. O baterista descontou a raiva pelo preju na produção em suas peles e isso foi ótimo, imprimiu uma dinâmica excelente à apresentação. O baixista é ok. É uma banda relativamente nova, um tanto quanto “verde” ainda, mas tem muito potencial. Espero que sigam em frente.

E foi isso. Em tempo: o título deste post é uma referêcia a uma frase dita por um dos produtores, algo do tipo: “nunca pensei que uma chuva pudesse comer tão violentamente o cu de alguém como essa de hoje”.

Até a próxima, se Deus (?) quiser.

A.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Capturados em transição

O Jason "voltou", mas Leonardo "Panço" saiu. Seria apenas mais uma mudança de formação nesta banda que é, antes de tudo, um grupo de amigos unidos em torno de uma (uma? Várias!) idéia. Seria, caso Panço não tivesse se convertido, "quase sem querer", na "cara" da banda, ao manter o grupo em circulação pelo Brasil e pelo mundo - passando várias vezes, inclusive, pelo nordeste brasileiro, outrora sempre esquecido. E se o nordeste já não é mais tão esquecido pelas bandas "underground" em turnê, boa parte da "culpa" é justamente deles, que sempre nos incluíram sistematicamente em seus "gigs". O Jason sempre se arriscou "fora do eixo", muito antes deste termo cair "na boca do povo", o que é apenas mais um entre os muitos méritos que esses caras têm. Merecem, no mínimo, respeito (eu, particularmente, tenho muito mais do que isso), por isso é uma honra para o Blog de meu humilde programinha de rádio veiculado aqui em nosso cantinho do mundo poder capturá-los num momento tão especial. Desde já desejo-lhes toda a sorte do mundo, estarei atento às novidades. E valeu pela dica dos downloads disponíveis no Trama Virtual - preciso mesmo tocar MAIS Jason no programa de rock!

Abaixo, uma entrevista inédita e fresquinha, materializada há apenas alguns minutos em minha página de recados do Facebook:

programa de rock: Fui recentemente surpreendido pela notícia de que o Jason tinha voltado com a formação “quase” original, com Vital e Floq, o que me fez notar que eu não sei qual foi, afinal, a formação “original” do Jason, a primeira, a que começou tudo, as primeiras composições e tal. Qual foi ? Rafael Ramos era um membro “oficial” do Jason ? Ele foi o primeiro baterista ou era apenas um “convidado”?

Flock: Você tem razão em chamar de formação "quase" original, pois o Rafael foi da banda e gravou os dois primeiros discos comigo, Vital e Panço. Só que o atual baterista, de Souza, está há tanto tempo no Jason que o efeito foi de "retomada" mesmo.

programa de rock: Em todo caso, digam aí vocês: como foi que surgiu essa idéia de voltar ao trio dos princípios, Panço, Flock e Vital? Foi o que, saudade, mais tempo disponível ou apenas uma conjunção astral favorável?

Flock: Eu já estava falando aos quatro ventos que queria voltar a compôr, estava muito a fim de voltar a fazer música e tal. Um belo dia encontrei numa mesa de bar o Panço e o Carlos Fialho - que estava no Rio e parece mesmo gostar do Jason -, quando o assunto surgiu. Não lembro exatamente o que o Fialho disse, mas quando soube que o Vital também estava a fim, saí daquela mesa certo de que voltaria à banda.

de Souza: O Vital e o Flock, mesmo fora da banda, sempre estiveram fortemente ligados ao Jason. Eu entrei na banda em 2002, e em grande parte deste tempo até hoje, já não tinha nenhum dos dois oficialmente. Saí em 2007, e fiquei mais ou menos um ano fora. Depois voltei, mas rolaram apenas alguns poucos shows esporádicos, ainda com uma outra formação. Não tínhamos ritmo de banda ativa, e também nenhuma perspectiva pra que esse ritmo voltasse. A volta dos dois é que alavancou novamente as minhas pretensões de voltar a fazer música.

programa de rock:Quais shows fizeram recentemente, e como foi ? Foi bom pra vocês ? parece ter sido bom para o público ?

de Souza: Desde que retomamos, estabelecemos o foco na criação em detrimento das apresentações ao vivo. Todos nós temos nossos compromissos extra-banda, e fica difícil querer fazer tudo ao mesmo tempo. Portanto foram poucos shows nesse período. Abrimos pro RDP no Teatro Odisséia, tocamos no Circo Voador, Resende e Barra Mansa, no interior do RJ, São José dos Campos (SP) e gravamos o Estúdio Oi Novo Som. Todos eles foram muito bons pra todas as partes envolvidas.

programa de rock: Mais surpreso ainda fiquei com a saída do Panço, ele deu alguma explicação que possa ser compartilhada com o público ? Se propôs a continuar colaborando com a banda sempre que solicitado, assim como Vital e Flock sempre colaboraram ?

Vital: Assim que a gente começou a fazer músicas novas, ele saiu. Ele alegou estar se aposentando desse lance de banda. Então pressupomos que futuras colaborações dele não façam muito sentido.

Flock: A situação agora é totalmente diferente da época do "Regressão", quando o Vital cantou e eu fiz as letras. Agora somos uma banda de volta ao estúdio, discutindo música diariamente, compartilhando arquivos, enfim, criando. Somos auto-suficientes.

De Souza: Exceto pelos que estiveram envolvidos nos discos, o Jason sempre teve uma certa rotatividade de integrantes, e os que optavam por sair, eram substituídos. Dessa vez será da mesma forma. Mas no momento estamos preocupados apenas em continuarmos os 3 compondo, que era o que já vinha acontecendo há algum tempo.

programa de rock: Quem de vocês se dispõe a assumir as funções, digamos, “burocráticas” (marcar show, manter contato, dar entrevista) que geralmente era o panço que fazia ?

Vital: A única coisa que estamos nos preocupando agora é seguir compondo. Não paramos de ensaiar, nossa rotina seguiu normalmente. Calhou que somos três caras muito a fim de criar, de fazer música. Isso afinal é a única coisa que importa de verdade. Depois que o material estiver pronto, vamos ver como rola todo o resto. Sem atropelos.

Flock: Eu não incluiria dar entrevistas como burocracia, sempre fiz com prazer enquanto tive banda, inclusive o Jason. Acho irônico eu e o Vital sermos os autores de "Imagem É Tudo, Sua Cabeça Não Tem Nada" e agora precisarmos vincular nossa imagem à nossa própria banda - não é fascinante? Mas isso vai acontecer naturalmente com o passar do tempo, inclusive criamos o email jasonoficial@gmail.com e reativamos os perfis da banda (facebook, twitter, orkut etc) para suprir todas as necessidades de comunicação. Está funcionando muito bem, aposto que foi fácil nos achar para responder essas perguntas, por exemplo :) (NOTA: foi facílimo)

De Souza: A gente tem procurado dividir todas as tarefas que pintam (como esta entrevista), e tentamos fazer tudo da forma mais democrática possível. Ter banda é isso aí.

programa de rock: Estão Procurando um novo guitarrista fixo ? Quais os planos de vocês para o futuro, lançar algo novo, fazer alguma turnê ? Já têm idéias para um novo disco – aliás, pretendem fazer um novo disco, um álbum (coleção de musicas) como no “passado”? Caso positivo, como pretendem lançá-lo ? O suporte físico ainda é valido ? Em que sentido ?

Vital: Como a saída do Panço pegou a gente no processo de composição, resolvemos seguir por ora como trio e continuar compondo. Os três compoem, essa parte tá indo muito bem. Se fóssemos parar agora pra procurar guitarrista, teríamos que ficar marcando ensaios-teste, tocando as músicas antigas, e isso iria mandar o processor criativo pras picas. A gente vai ver isso de guitarrista com o material novo já adiantado.

Flock: Acho que só a indicação de alguém de confiança ou o destino ser muito benevolente fará com que um guitarrista entre na banda agora. Nossa intenção é voltar a ser um quarteto em algum momento, mas sem desespero.

Vital: Esse lance de disco físico realmente tá complicado, mas eu particularmente ainda gosto de fazer. Mais uma vez, vamos primeiro fazer as músicas e depois decidir. A gente tá tipo zen, sabe? Estamos imersos nesse lance de criar e todo o resto vai vir depois mesmo. Mas, te respondendo, claro que vamos lançar, independente do formato.

programa de rock: Como vocês vêem o cenário atual do circuito “alternativo” brasileiro e como vocês pretendem (se vão continuar, devo deduzir que pretendem) se inserir nele ? O circuito de festivais, por exemplo, noto que o jason sempre ficou um pouco à margem, especialmente neste novo momento depois da Fundação da Abrafin – pretendem tentar algum contato neste sentido ?

Vital: Quando nós estivermos prontos de pra cair na estrada de novo, vamos fazer o feijão-com-arroz normal de qualquer banda pra divulgar, espalhar, viajar, tocar. Na real eu e Flock ja fazíamos isso no Poindexter. E vou te contar um segredo: eu só voltei a ter banda pelo rock pela arte. Não tenho mais nenhuma urgência de assinar, fazer social, tirar onda, sair em jornal, ou participar de um evento "porque vai dar status", nada disso. É uma sensação de liberdade muito grande cagar solenemente pra esse tipo de coisa. Vamos fazer nossa parte, o que pintar será bem-vindo.

programa de rock: Fazendo um retrospecto da carreira da banda: Qual o melhor disco na opinião de cada um ? o que ficou de boas (e más) lembranças das muitas turnês que vocês fizeram pelo Brasil e pelo mundo?

de Souza: Gosto muito dos dois últimos, Eu Tu Denis e Regressão. Gosto também das faixas gravadas com o Glerm de vocalista, ali entre 2003 e 2006. Elas foram lançadas num split com uma banda alemã. Não estão em nenhum outro álbum nosso. Estamos tentando dar uma organizada nisso e acabamos de disponibilizar essas músicas como se fosse um EP virtual, chamado Verde, que pode ser ouvido/baixado em http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/jason

Flock: Cada disco foi feito com uma intenção e todos foram bem-sucedidos dentro da sua lógica interna. Esbarramos em questões de produção em algum momento, mas a maioria das músicas que hoje ainda me dizem algo estão no Eu Tu Denis. Sobre as turnês, eu generalizo assim: quanto mais distante fui, mais boas lembranças trouxe.

programa de rock: Qual o legado que vocês acreditam que o Jason está deixando para esta entidade estranha chamada “rock brasileiro” ?

Flock: Legado é um termo bem forte, né? Sei que já estamos na história do roque pelas nossas realizações, inclusive as que estão por vir, e gosto de acreditar que a gente sirva de inspiração pra uma galera. Isso basta.

programa de rock: Algo a acrescentar ?

de Souza: Estamos sempre no jasonoficial@gmail.com e em breve lançaremos uma música inédita, com divulgação especialmente no facebook.com/jasonoficial e twitter.com/jasonoficial

Flock: Espero que a gente coma uma macaxeira de forno com você novamente. Abraço!

As fotos são de Carlos Fernando Castro

Adelvan Kenobi perguntou
Jason respondeu

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Clive Burr: Uma tragédia pessoal.

Quando o baterista CLIVE BURR foi chutado do IRON MAIDEN, em 1982, ele achou que as coisas não poderiam piorar muito. Daí ele foi diagnosticado com esclerose múltipla e sua vida virou de pernas pro ar...

Por LEE MARLOW, traduzido por Nacho Belgrande

Começou primeiramente em suas mãos. De todos os lugares, suas mãos – as ferramentas de seu comércio. Era apenas uma sensação de formigamento a princípio, nada de mais ou muito preocupante; inconveniente ao invés de doloroso. Mas não passava. E, ao invés de piorar, foi ficando continuamente, preocupantemente pior. A dedução de CLIVE BURR sobre o formigamento em suas mãos era simples: era por causa da bateria. A culpada deve ser toda aquela bateria que ele tocou por anos.

‘Bata nelas com força’, ele tinha imprimido em suas baquetas feitas por encomenda. “E eu sempre bati”, ele diz. “Então eu continuei. Eu guardei aquilo no fundo da minha cabeça, tentei não pensar nisso”.

Isso foi no fim dos anos 80, ele acha. 1988 ou talvez 89. Um longo tempo depois de ele ter deixado o IRON MAIDEN. Ele tinha ocupado o banquinho de uma meia dúzia de bandas desde o Maiden.

Por volta de 1994, estava tão ruim que ele não podia continuar ignorando. “Eu vivia deixando as coisas caírem”, ele diz. “Eu não conseguia segurar nada direito. Eu mal podia segurar minhas baquetas”. Quando ele não conseguia mais rodar as baquetas entre seus dedos – o tipo de truque que ele conseguia fazer com os olhos fechados dois anos antes – tinha chegado a hora de consultar um médico.

O diagnóstico levou meses. Houve testes e exames, mais testes, até que eventualmente tudo culminou no consultório de um clínico, um homem de cara fechada com notícias muito ruins. Pior, impossível. Os exames revelaram esclerose múltipla, e duma variação particularmente virulenta e agressiva da doença, e por isso chamada de EM Inicial Agressiva. A vida do Sr. Clive Burr estava prestes a mudar para sempre.

Hoje em dia, o homem que fornecia a frenética, porém sempre distinta e original espinha dorsal rítmica dos três primeiros discos do Iron Maiden, está numa cadeira de rodas. Algumas vezes, apenas sair da cama para encarar um novo dia é uma luta. “Eu fico muito cansado”, ele diz. Eu nem sempre consigo fazer o que quero.”

A bateria dele está numa garagem em sua casa especialmente adaptada, em Wanstead, zona leste de Londres, que ele divide com sua parceira Mimi, uma ex-professora de catecismo que também tem EM. “Meeeeeeeeemes”, ele grita, repetidamente ao longo de nossa entrevista. “Onde está o meu Rosie?” [Rosie Lee = marca de chá]. “Eu só tiro a bateria quando meus sobrinhos veem agora”, ele diz. “Eles parecem gostar”. Para Clive, agora com 53 anos de idade, é só até aí que a coisa vai hoje em dia.

Em outro aglomerado de tralhas está uma pilha de pratos Paiste danificados, quebrados em vários shows da turnê Beast On The Road em 1982; um lembrete contundente, se fosse preciso, do baterista poderoso que ele uma vez foi. Seus dias de baterista estão acabados.

Nas raras ocasiões que a EM o abate, ele vai ao DVD player e assiste a um antigo show do Maiden. “Eu gosto disso”, ele ri. “Eu sento lá com a Meemes, com os pés pra cima, e eu volto praquela época. Eu fico sorrindo por todo o vídeo. A gente era uma banda boa, sabe.”

Antes que a gente comece a falar do Maiden, e como eles eram bons com Clive junto, talvez seja mais pertinente abordar como isso acabou. Isso é algo que tem sido negado a Clive pela maior parte dos últimos 30 anos. Muito tem sido escrito sobre sua saída do Maiden, durante uma exaustiva turnê no verão de 1982. A maioria disso tudo, ele diz firmemente, é asneira.

“Eu ouvi as histórias – que foi por causa de drogas ou por muita bebida”, ele diz. “Não foi nada parecido com isso”.
A verdade, como é muitas vezes em casos de cadeiras musicais do heavy metal, é um pouco mais sórdida, um pouco mais acrimoniosa. Começou com uma ligação. Ele não lembra onde ele estava quando recebeu a ligação, ele só lembra que ele tinha que ir pra casa em Londres. O pai dele, Ronald, tinha morrido repentinamente de um infarto. Ele tinha apenas 57 anos.

Um mapa dos EUA ponteado com shows está à frente do Maiden, mas, naquele momento, isso não importava, ele diz. “Eu tinha que ir pra casa”. Todo mundo pareceu concordar com isso, ele lembra. Vai pra casa, eles disseram. Fique com sua família. Clive voou de volta pra casa num Concorde.

O Maiden trouxe o ex-baterista do TRUST, Nicko McBrain, como substituto para que a turnê continuasse, o show pudesse continuar. Clive e Nicko eram amigos. Sem problema. Tudo estava beleza. “Eu conhecia o Nicko”, Clive diz. Cara legal. Bom baterista. Num número dos primeiros shows, Nicko tinha se caracterizado de Eddie para assustar a plateia. “Ele amava a banda, ele amava ser parte de tudo aquilo. E o resto da banda gostava dele”. Clive estava prestes a descobrir o quanto gostavam.

Então Clive foi pra casa, foi ao funeral de seu pai, passou algum tempo com sua família, e duas semanas depois, voou de volta para os EUA para se juntar ao Maiden, que estava cruzando a América, abrindo pro Rainbow, Scorpions, .38 Special e Judas Priest. “Eu voltei e podia sentir que algo não estava certo”, Clive lembra. Houve uma reunião. A atmosfera estava tensa. Havia mudança no ar, e Clive, ainda dormente pela perda do pai, podia farejá-la. “Achamos que está na hora de uma pausa”, eles disseram a Clive. E foi isso. Depois da melhor parte de quatro anos, três discos – não apenas qualquer disco velho, tampouco, mas os três discos que muitos fãs do Maiden dirão a você que permanecem sendo o melhor trabalho da banda – e de repente o sonho tinha acabado, logo quando estava começando a virar realidade.

Todos sabem o que aconteceu com o Maiden depois. O que aconteceu a seguir com Clive Burr foi um caso de sacudir a poeira e começar tudo de novo. Ele estava de luto por seu pai. Agora ele também estava de luto por sua banda e pelo trabalho com o qual ele tinha sonhado desde que viu Ian Paice tocando "Highway Star", com o Deep Purple, pela primeira vez. Em casa, no Reino Unido, os rumores eram díspares: eram as drogas as culpadas por sua demissão; era a cachaça; que Clive gostava da cerveja, sexo e rock n’ roll apenas um pouco mais do que os outros; que algumas vezes ele tinha que tocar nos shows com um balde do lado de sua bateria pra quando as ressacas fossem demais... as mazelas do rock n’ roll estavam entrando no caminho da banda, todo mundo concordava. Todos exceto por Clive.

Trinta anos depois, ele diz que ainda incomoda ouvir isso. Ele nunca foi muito de beber. Claro, ele tomava brandy com Coca-Cola – um Curvoisier e uma Coca-Cola. “Meu roadie costumava me arrumar um antes de entrarmos no palco”, ele ri – mas nada muito exagerado. Não mais ou menos do que qualquer um da banda. “Éramos como garotos de escola nos EUA”, ele diz. “Nunca havíamos estado lá antes e nossos olhos se abriram. Havia muitas festas, e as garotas estavam se jogando em cima de nós. Nós nunca tínhamos vivido qualquer coisa como aquilo.”

Clive – o cara que tinha sido eleito ‘Gostosão do Mês’ de julho pela revista para adolescentes Oh Boy – mandou ver. “Claro que mandei. Todos nós mandamos.” E daí acabou. Clive voou para Londres novamente, e daí para a Alemanha com sua mãe, e ficou na dele. “Eu estava muito chateado para sentir raiva disso”, ele diz. “Houve um período de luto – eu senti pelo meu pai e eu senti pela minha banda – e daí eu me levantei e continuei”.

Simples assim?

“Bem assim, sim. Não teve nenhuma mágoa. A vida é curta demais. É bom esclarecer os fatos, contar meu lado da história”, ele diz, “porque ele não é muito conhecido. Eu acho que se você vai despedir alguém, despedir essa pessoa logo depois dela ter perdido o pai não é o melhor momento pra fazê-lo... eu acho que eles tinham as razões deles. E foi isso.”

Depois do Maiden, Clive tocou com um número de bandas em seqüência rápida: Graham Bonnet’s Alcatrazz (isso durou uma semana), Stratus, o assim chamado supergrupo da NWOBHM Gogmagog, Elxir, Dee Snider’s Desperados. Nenhuma delas chegou perto de obter o que ele tinha alcançado com o Maiden. E ainda assim, para Clive, isso não fazia diferença. “Eu só queria toca. Quando eu vim pra casa da Alemanha,depois do Maiden, eu costumava prender meu cabelo num chapéu, pôr um par de óculos escuros e tocar com qualquer pessoa que me quisesse, nos bares por Londres”, ele ri. “Eu só queria tocar bateria”.

Era como era quando ele era garoto. Os Burr moravam num apartamento em Manor Park, no coração da zona Leste de Londres. Enquanto estava na escola, Clive construiu uma bateria artesanal. “Tudo que tínhamos pela casa, ele estava batendo com baquetas”, sua mãe Kiara lembra.

Quando ele descobriu Ian Paice e o Deep Purple, sua obsessão pareceu tomar uma nova dimensão. A família de Kiara comprou seu primeiro kit da bateria pra Clive quando ele tinha 15 anos. Foi tanto uma benção como uma praga. “Era legal pra eles, mas eles não tinham que ouvir aquilo”, diz Kiara. “Eu costumava sair do apartamento com medo de olhar os vizinhos na cara por causa do barulho que ele estava fazendo.”

Mesmo para os ouvidos leigos de Kiara, ela conseguia ver que era bom. Muito bom. Ele nunca teve uma aula propriamente dita, ele aprendeu vendo outros bateristas e tocando constantemente.

Clive entrou pro Maiden saindo do Samson em 1979, substituindo Doug Sampson, logo quando o Maiden estava prestes a assinar com a gingante EMI Records. Era um baita passo, ele lembra, do rock tradicional calcado no blues do Samson. Os ensaios do Maiden eram sérios, e eles tinham que ser. As canções eram mais rápidas e intrínsecas, com muitas mudanças de tempo. Tocar bateria com essa banda não era emprego pra novato. Mais –e melhores – shows começaram a vir, e também o interessa na banda de gravadoras. Logo que a EMI contratou o Maiden, Clive saiu de seu emprego diurno como entregador na cidade.

O sucesso da banda devia-se quase todo ao baixista, Steve Harris, Clive diz, “Steve era o líder, com certeza. Ele escrevia as músicas, ele agendava os shows, ele arrumava os ensaios. Ele era muito centrado. Ele sabia pra onde ele queria que a coisa fosse. E a gente seguia.”

A sessão rítmica naqueles três primeiros discos não podia ser mais entrosada. “Nem sempre foi assim, Clive lembra. “Steve costumava dizer que eu tocava as músicas de maneira muito rápida, ele estava sempre me dizendo pra desacelerar. Minha memória marcante de gravar 'The Number of the Beast' é Steve me dizendo pra diminuir”.

Havia rusgas, ele diz, mas nada sério, nada grande. “A gente se dava bem, e havia muita camaradagem”. Mesmo depois da racha, Clive se encontrava com o guitarrista do Maiden, Adrian Smith e iam pescar.

Quando a banda soube da esclerose múltipla de Clive, eles interferiram e ajudaram-no da melhor maneira que eles podiam – tocando por ele. A ajuda deles transformou sua vida.
“Eles me deram um carro...” Ele pausa. “Meeeeeeemes, que carro é aquele mesmo?” ele grita. “Nós os chamamos de Clivemóvel. É um Volkswagen Caddy com vidro fumê. É como um carro de gângster americano. Eles organizaram shows para angariar dinheiro, não só pra mim, mas pra outras pessoas com EM. Eles colocaram um elevador nas escadas de nossa casa. Algumas vezes eu subo as escadas olhando pros discos de ouro e platina na parede, ha ha ha”.

Melhor do que isso, e o que ele mais aprecia em tudo, Mimi diz que quando Clive está sumido, eles se lembram dele. “Eles dizem que se você precisar de qualquer coisa, apenas ligue, telefone,” ela diz. “Toda vez que eles tocam em Londres, Clive sabe que tudo que ele tem a fazer é pegar o fone e ele tem os dois melhores ingressos do lugar. Pode não parecer muito, mas pra Clive, é. No fim das contas, pra ele, é como seus feitos – quem ele é e o que ele fez – estão sendo reconhecidos.

Fonte: Whiplash

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

RENEGADES ! e + ...

Visite o Myspace da banda Renegades of Punk. Você não vai entender uma única palavra pronunciada pela vocalista Daniela. Apesar disso, sob o nervosismo barulhento de uma Tagima classuda, além das pancadas violentas da bateria e de um baixo obstinado, é possível intuir tudo. A música não fala por palavras, mas a energia desse power trio atinge nossos nervos com o ímpeto de uma revolução.

Esta semana, a banda faz as honras da casa, numa noite de muito RRRock na Cultiva (assim, com muitos “r”s mesmo). Além da ROP, Love Toys (PE), Trimorfia e Anéis de Vento prometem fazer barulho até ninguém mais agüentar.

Ano passado, o Jornal do Dia entrevistou Daniela, que relatou com muita clareza e segurança suas impressões a respeito do underground local. Interessante, a pauta que orientou a conversa foi, no entanto, muito limitada. Daniela é uma daquelas criaturas idealistas que, no dia a dia, dão sentido à filosofia do faça você mesmo. Feminista, vegan e punk, sem perder a ternura.

A opinião é compartilhada por muita gente boa. Adolfo Sá, jornalista responsável pela direção do programa Cena do Som (a melhor coisa que aconteceu na televisão local) e pelo blog Viva la Brasa, é um doas admiradores declarados da banda (aparentemente, da vocalista também).

“Comparei Dani a Joan Jett e Chryssie Hinde por ser uma guitarrista punk, porém ela me lembra mesmo duas outras garotas: a inglesa PJ Harvey pela aparente fragilidade contrastando c/ a personalidade forte, os vocais gritados e os riffs poderosos; e a personagem de Uma Thurman em Pulp Fiction, Mia Wallace, pela franja preta à la Louise Brooks”.

Já o parceiro Adelvan Kenobi, apresentador do Programa de Rock, maior autoridade do gênero aqui na terrinha, preferiu resumir as virtudes da banda em poucas palavras. Curto e grosso, como a ROP merece.

“Primeiro, o vocal feminino, o que não deveria, mas ainda é um diferencial no meio “roqueiro”, especialmente o sergipano. Dani não canta, ela grita, põe pra fora seus demônios de uma forma muito visceral, e isso é lindo, pois transmite uma energia e uma verdade muito forte, especialmente nos shows”.

ROP – The Renegades of Punk surgiu no calor tropical do nordeste brasileiro, mais especificamente em Aracaju (Sergipe), no inicio de 2007. A banda conta com ex-integrantes de bandas do cenário punk como Triste Fim de Rosilene e xReverx.

Agora, mais velhos e mais chatos, esses degenerados se dedicam a arte decadente do punk rock. Em seus quatro anos de atividade a banda lançou um ep (2008), um split com os potiguares da Mahatma Gangue (2009), uma versão em vinil 7” do primeiro ep pelo selo alemão Thrashbastard (2010) e um 5 way com bandas do cenário punk rock nacional (Velho, Os Estudantes, Homem-Elefante e Ornitorrincos). A banda já tocou em diversos shows pelo sudeste e nordeste do país.

Atualmente estão preparando o novo albúm para ser lançado em 2011.

por Rian Santos

Serviço:

Local: Casa Cultiva
Data: 19 de fevereiro (sábado)
Hora: 22 horas

# 178 - 18/02/2011

Existe rock “underground” no interior, também. Existem, inclusive, alguns verdadeiros batalhadores do underground espalhados por esse “Brasil profundo”. Um deles é nosso camarada Luiz Humberto. Ele mora em Poço Redondo, uma cidade constantemente assolada pela seca no sertão sergipano. Famosa por abrigar em seu território a Grota de Angicos, o local onde Lampião e Maria Bonita foram assassinados, Poço Redondo fica ao lado de duas verdadeiras potências energéticas do nordeste, as cidades de Canindé do São Francisco, que divide com a vizinha Xingó, em Alagoas, uma gigantesca usina hidrelétrica, e Paulo Afonso, na Bahia. É de lá que vem uma das bandas que Luiz nos enviou em seu “Bloco do ouvinte”, a Hatend. Abaixo, você confere uma entrevista com eles, conduzida em 2008 por outro batalhador do underground, Adauto Dantas, de Cicero Dantas. Completando o combo, Karne Krua, Cu Sujo, Melody Monster e Invasores de cérebro com a “infame” “A mulher do presidente” (tive que dar uma distraída no operador da rádio pra que ele não notasse o que dizia a letra da música). Tivemos ainda, em homenagem ao vindouro mês de abril, o mês mais “rocker” de todos os tempos em terras nordestinas, Slayer tocando DRI, Shades Apart tocando Misfits e Iron Maiden tocando The Who! E mais: 3 sons e uma micro-entrevista ao vivo com a promissora banda Trimorfia, de Aracaju, Grunge Revenge, um projeto paralelo de Alexandre Rojas, de São Paulo, que nos foi enviado via e-mail, Lestics ao vivo no “Sala Especial Loaded” e novas do Matanza, Manic Street Preachers, Cavalera Conspiracy, Firefriend, Rafael Costelo, J. Mascis, PJ Harvey, Gang of four, Radiohead, ... Andy ou Will know us by the trail of dead, Peter, Bjorn and John e Cake. Deu tempo, ainda, para tocar uma musica pedida por telefone (3179-1321) por um ouvinte, “O futuro é vortex”, dos Replicantes.

Espero que tenham gostado. Sexta-feira tem mais (eu acho).

A.

* * *

Hatend, de Paulo Afonso


(10:40) ADAUTO DANTAS -: Pra inicio de papo me conta o porquê do nome da banda ser Hatend e como é manter uma banda no agreste/sertão baiano?
(10:44) HATEND: O nome veio de uma determinação nossa em deixar um passado de não afirmação e não integrantes fixo na banda e resolvemos não ter mais ódio, por tudo isso que acontecia na época que era a inconstância na banda quanto ao estilo e ao som, pois o nome Hatend é junção de duas palavras hate ódio e end fim, resolvemos não sentir mais ódio e não reclamar e lutar pelo som que fazemos hoje, que é o Death, Thrash e Heavy, e manter uma banda no agreste é difícil, pois muitos das iniciativas culturais ou de qualquer outra forma de patrocínio vem para bandas que tem um pouco de mais de acessibilidade, e nós que fazemos metal temos que fazer tudo no amor e nas coxas mesmo, mas sempre prezando pela qualidade e satisfação nossa e dos bangers que curtem o nosso som.
(10:52) ADAUTO DANTAS -: Pois é cara é muito foda se fazer algo underground aqui na nossa região. Seja banda, zines ou eventos. Mais como vocês fazem para vencer todas as dificuldades e seguir em frente?
(10:59) HATEND:
Acho que fazemos como eu havia dito com amor e não esperamos que caia tudo do céu já que todos nas banda tem empregos fixos e ai a Hatend sustenta a Hatend por que se não ficaria muito difícil, e gostar mesmo do que faz e encontrar pessoas no underground que lutam por ele e apóiam a gente mesmo que com palavras de incentivo e indo ao show são o maior presente o resto é investir mesmo na banda o dinheiro sai de nossos empregos se não, não seria possível continuar.
(11:03) ADAUTO DANTAS -: A banda possui algum trabalho fonográfico lançado?
(11:05) HATEND:
A banda possuía o primeiro trabalho lançado que foi o "Live in Canindé", que está disponível na NET com cinco sons, mas agora atualmente estamos finalizando nosso primeiro CD de studio chamado "Unloading the Hate", com 10 músicas lançamento previsto pra junho de 2008. Estamos muito feliz com resultado espero que gostem.
(11:10) ADAUTO DANTAS -: Onde quem tiver interesse em baixar este "Live In Canindé", pode baixá-lo? Mais e em formato físico, quantas dele foi repassado e como pode ser obtido e o que o pessoal tem dito sobre este trampo?
(11:14) HATEND:
www.bandasdegaragem.com.br/hatend ou no trama virtual no formato físico existe copias com as Distros, Febredurato Rec, Dor de Barriga Recs, uma em Delmiro e Canindé, mas eu aconselho a galera a baixar com força e espalhar o som, pois o unloading the hate que é CD vai sair em formato fixo com poucos som na NET, quanto ao trabalho, 'Live in Canindé", tem se falado bem e positivamente por se tratar de um trabalho ao vivo sendo o segundo show da historia da Hatend, pois a mesma só tem três anos de existência, o show capita bem a banda ao vivo naquela época.
(11:18) ADAUTO DANTAS -: O que pode me adiantar ai sobre o Unloading the Hate?
(11:21) HATEND:
O CD está sendo finalizado sairá com 10 sons um dos som com uma versão em português, um disco que fala bem e traduz o que é Hatend hoje depois de alguns show pelo nordeste aberturas pra grandes bandas, e a vontade de lançar o primeiro trabalho, posso dizer que quem for fã de Metal pesado de qualquer aspecto do tradicional ao moderno vai se deparar com um CD que mostra tudo isso ao longo de suas faixas, com muita verdade e todo amor pelo underground. Estamos ansiosos pra poder colocar a tour na estrada e mostrar o CD ao maximo de bangers possíveis.
(11:25) ADAUTO DANTAS -: Estando na finalização da gravação deste álbum. Como tem sido os dias de gravação e produção de um álbum como este de vocês?
(11:32) HATEND:
Tem sido tudo novo, pois é a primeira vez que entramos em estúdio, e tivemos que reaprender tudo, e a emoção de se trabalhar nas composições da banda foram as melhores, tem também o lado stressante da coisa à ansiedade de ver tudo terminado proporciona às vezes cansaço e algumas discussões, que giram em torno de qualquer banda, pois ali está a nossa cara e todos querem o melhor pro CD, mas tudo foi muito valoroso e estamos felizes e satisfeitos com resultado não mudaríamos nada e agora queremos externar-lo pra vocês e espero que isto seja logo.
(11:38) ADAUTO DANTAS -: Paulo Afonso é creio uma cidade que tem um movimento underground forte se comparado as de outras cidades aqui na região. Estou certo? Como é a cena ai em termos de shows, bandas e etc?
(11:44) HATEND:
Realmente Paulo Afonso possuiu um cena sim, e se tem aqui muitas bandas, mas o ponto é que existe muitas bandas que esperam cair do céu que ainda ficam na base do emprestar instrumento, muitas só tem nome, e só tocam em eventos se a prefeitura fizer, e quando não fazem, acabam e tal, mas tem bandas seria, e que levam a serio o underground. mas a grande maioria brinca de banda e não sabem o que é ou pelos menos tentam viver o underground, aqui tem muita gente que vive de aparência. infelizmente é assim, e creio que você sabe o que estou falando, e que ai também tenha um pouco disso.
(11:47) ADAUTO DANTAS -: Poderia citar as bandas e pessoas serias dai e que merece?
(11:51) HATEND:
Tem aqui a Blood Zone e a Hematoma Rec, são dois selos independentes daqui que trabalham em prol do underground, bandas só a Dona Benta, Metal Wizard, Indomitus, Age of Fear e River Murphy e outras manifestações como Xicultura Multizine que está na sua segunda edição no mais desconheço, pois estou aqui expressando o que vejo podem nem ser a verdade absoluta, mais o que vejo é isto.
(11:58) ADAUTO DANTAS -: No passado rolou por aqui, por esta parte da região flyres/panfletos de um possível show de vocês em Ribeira do Pombal, o que aconteceu que não rolou este...?
(12:01) HATEND:
Poxa!!!!! ficamos sabendo sim disso seria no 5° Eventual Rock, grande festival de Ribeira do Pombal, mas pelo que fiquei sabendo foi uma desentendimento entre os organizadores que acabou cancelando todo evento, o que triste, mas esperamos que tudo tenha sido resolvido e que tenha o festival e posamos concretizar nossa ida a Pombal, queremos muito.
(12:05) ADAUTO DANTAS -: Lamentável mesmo! Acena por esta parte ta cada dia mais carente de evento como este... Mais e ai quais serão as próximas apresentações de vocês?
(12:08) HATEND:
Até agora temos marcado pra o dia 10 de maio sábado em Petrolándia Pernambuco, o Eternal Darkess Festival organizado pela Brutal War Productions ingressos a 8 reais.
(12:12) ADAUTO DANTAS -: Foi em um festival organizado pela Brutal War Prod., no ano passado que ganharam uma batalha entre bandas. Como foi isso e não rolou um desentendimento/desconforto entre as bandas, não?
(12:15) HATEND:
Isso!!! foi meio surreal, pois fomos apenas pra fazer o show sabíamos d competição, mas não rolou nenhum desentendimento não e só tenho agradecer aqueles que votaram e julgaram, e acharam que a gente devia levar que bom, mas fomos pra nos divertir e acho que todas as bandas que tocaram foram com este objetivo e teve grandes bandas e grandes shows foi muito bom àquele festival.
(12:18) ADAUTO DANTAS -: Qual a sua visão sobre estas batalhas entre bandas? Tu acha que este tipo de coisa é produtivo para as bandas e cena?
(12:23) HATEND:
Tudo tem seu lado bom e ruim o lado bom é que de certa forma te motiva não competir, mas sim a você mesmo se cobrar e fazer o seu melhor e se as bandas participantes tem consciência de que é apenas simbólico e que aquilo não prova nada e proveitoso sim, mas se existe competição e bandas que se acham melhor que as outras ou estilo tal é melhor que tal não é bom fazer este tipos de competições, mas no geral serve pra se aprender e melhorar eu apoio, mas desde que seja feito com honestidade e sem criar rivalidade e sim união e respeito para com o som de outro se for deste jeito é aceitável caso contrário não.
(12:28) ADAUTO DANTAS -: E esta competição ai para a escolha de alguma banda pra representar o Brasil lá no Wacken. Tu acha que um dia teremos um representante do interior na edição baiana?
(12:33) HATEND:
Eu acho que sim acredito no poder que nosso nordeste tem e no interior também, creio que dia vai aparecer sim uma banda do interior que nos honrará na batalha de bandas edição Bahia Wacken Open Air, e acho uma competição valida e nos apresenta grandes bandas e mostra que nosso país será em primeiro sempre no metal de qualidade o Brasil é foda e o nordeste mais ainda. Salve, salve o Metal feito no interior.
(12:36) ADAUTO DANTAS -: Eu também acredito muito nas boas bandas que temos aqui pelo interior. Como você se sentiu ao saber que o Torture Squad, havia ganhado a ultima edição do evento lá na Alemanha?
(12:38) HATEND:
Porra, uma puta honra, o Brasil é foda , e todo mundo sabe, seria injustiça se uma banda como Torture, não tivesse ganhado, e isso só nos motiva mais ainda a continuar nesta longa estrada que é o underground.
(13:31) ADAUTO DANTAS -: Algumas respostas atrás você comentou sobre uma futura turnê. Quais são os planos para a mesma e quando poderá ta rolando o agendamento das datas?
(13:35) HATEND:
Estamos com planos que pra final de junho estaremos agendando sábados de todos os meses até dia 20 de novembro só retomando em janeiro pra divulgar este CD, estamos primeiros confeccionando as capas e as copias iniciais que será 300 copias de inicio, e esperando fechar estas datas, pois estamos querendo tocar e divulgar o CD tão esperado por quem já conhece a gente pelo menos por meio do under.
(13:39) ADAUTO DANTAS -: Beleza! Espero que esta passe por aqui por Cícero Dantas. Como é um show da Hatend? Poderia descrever?
(13:40) HATEND:
É energia pura e interação total com bangers, paulada Thrash Heavy a todo vapor com muito peso.
(13:44) ADAUTO DANTAS -: Qual a idade media dos membros da banda e o que fazem da vida alem de tocar na Hatend? Digo, qual a profissão de vocês?
(13:49) HATEND:
Idade media é 18 a 31 anos o baixista estuda é universitário , o guitarrista monta moveis em uma loja de moveis do comercio daqui o baterista é guarda municipal do estado de alagoas , eu sou repositor de perecíveis em supermercado e diretor administrativo e financeiro de um sindicado daqui do comercio da cidade Paulo Afonso Bahia, e outro guitarrista trabalha com informática.
(13:53) ADAUTO DANTAS -: Da pra se ver que são pessoas conscientes e responsáveis. Muitos guris e gurias acham que ser um rocker é encher a cara, sair xingando todos e não respeitando ninguém. O que pensam sobre atitudes desse tipo e o que diria a guris e gurias que agem assim?
(13:56) HATEND:
Você já disse tudo são guris que vêem o Rock como a Globo vê como mídia vê como monte de loucos desvairado que não respeitam ninguém está gurizada queima o filme de quem faz o Rock com consciência de quem leva serio e tal eu acho que este tipo de gente vai crescer e virar um babaca velho e gordo dizendo que Rock N' Roll é coisa do demônio e que aquilo que fazia é má fase em sua vida são pessoa idiotas , por que pessoas que levam serio o rock é vida e como toda vida tem que ser cuidada respeitada e educada em meio à sociedade é isso.
(14:01) ADAUTO DANTAS -: Botou pra lá meu irmão!!! Pois é enquanto eles estão ai, estragando suas vidinhas vazias com o que pensam ser o um “roqueiro” ou “metaleiro”, nos estamos aqui nos fudendo pra melhorar as coisas e vencer os preconceitos, mas ai um filho da puta vai e faz merda e acaba estragando tudo! E ai, ainda abrem a boca pra falar dos pagodeiros e não olha pra si próprio. Quando será, e na sua opinião o que fazer, para mudar este quadro?
(14:04) HATEND:
Eu acho o que resolve e nós fazer mos nossa parte com sinceridade e honestidade pois tudo na vida funciona como enorme peneira estas coisas podres ficam o que puro passa , mas sempre conversar e conscientizar é bom sim.
(14:06) ADAUTO DANTAS -: O modismo é uma praga em nosso meio. Como vocês lidam com os Emos, que hoje tomou o lugar do que chamam de New Metal?
(14:07) HATEND:
Rapaz eu lido da forma mais natural como você disse é moda e passa e eu não fazer parte também desta moda contraria que é odiar o s emo e querer a sua morte acho também isso modismo destas 300000000 bandas da modas duas/três de verdade ficam então pra min é normal acontecer o que não pode é ficar pensando nisso e acho que cada um faz o seu e pronto.
(14:19) ADAUTO DANTAS -: Eu também acho que existe um certo modismo em sair xingando e dizendo que vai matar os emos O melhor é deixa eles na deles e seguir enfrente mesmo, sem se preocupar com a vida alheia. Afinal que no seu inicio não ouviu ou gostou do que tava na moda, ne mesmo?
(14:19) HATEND:
Com certeza existem grandes bandas no meio de quelquer moda.
(14:21) ADAUTO DANTAS -: Sem duvida e falando em bandas... Quais você indicaria a gurizada que ta começando a dar um saque e conhecer o trampo, seja no meio mais popular ou mais underground dentro do Rock ou Metal?
(14:23) HATEND:
Indicar seria difícil mas poso citar algumas como Karne Krua , Ratos de Porão , Violator, Headhunter D. C., Velluiah, Cobalto, Adrenaline, Abismo, Renegades of the Poisonville e CDF são bandas de interior algumas de capitais, umas conhecidas outras nem tanto, mas o bom é pesquisar My Space, você acha muita coisa legal lá.
(14:28) ADAUTO DANTAS -: É verdade! O foda é que os novatos só ficam observando as bandinhas de revistas ou que passam na TV e perdem o que o underground tem pra oferecer. E ai ficam a vida toda só ouvindo essas ou as copias dessas bandas. Vamos agora partir pra outro assunto, que é as letras da banda Onde buscam inspiração para escrevê-las, heim?
(14:30) HATEND:
Nós buscamos no dia a dia , mas como as fabulas antigas usamos animais historia pra falar de alguma coisa atual, então dragões e guerras estão lá mas que podem ser muito bem interpretada para tempo atual.
(14:31) ADAUTO DANTAS -: Poderia citar trechos de algumas, para termos uma idéia delas? E como é compor uma musica em português? E mas difícil pro caso do Heavy Metal?
(14:35) HATEND:
Musica "Your Sacrifice" , "por favor sangre por min , eu gosto mas me sinto tão mal , não acredito no seu sacrifício"; e escrever em português é bem difícil sim por que nossa língua mãe tem palavras que não cabem na métrica e pra encaixar às vezes é muito difícil, admiro demais quem consegue , no unloading the hate fizemos uma que a letra nos foi dada por um grande amigo da banda o Adalberto Feitosa dono do Underground Store Zine e do selo Febredurato Rec que lançou o "Live In Canindé", e nos mandou a letra em inglês, então resolvemos agradecer fazendo uma versão em português da mesmo musica no CD que ficou muito boa e nos animou pra fazer letras em português que futuramente colocaremos nos álbum alguma musica em português pois gostamos do nosso idioma e achamos que se o Metal é trampado não importa em que língua está musica.
(14:44) ADAUTO DANTAS -: Também concordo que não importa a linguagem, pois temos boas bandas que tem em seus álbuns ótimas musicas em português como: Dorsal Atlântica, Taurus, Imago Mortis, Angra, Ratos de Porão e muitas outras... Sem falar nas bandas dos paises vizinhos que na sua maioria cantam em espanhol. E na parte instrumental e vocal, em quais bandas se inspiram e como é que compõem esta parte?
(14:47) HATEND:
Nós nos inspiramos na velha escola do Metal. Sepultura, Ozzy , Zakk Wilde , Iron Maiden, Blind Guardian, In Flames, Torture Squad, Claustrofobia, Andralls e tudo de bom e Old School, mais som moderno também nos inspiram, mas preferimos os cinco frente a frente construindo tudo junto com força.
(14:50) ADAUTO DANTAS -: Voltando a falar sobre a cena ai de Paulo Afonso. Ai tem um local que segundo me disseram tem hoje o apelido de Praça do Rock, onde a prefeitura da uma força. Me fala sobre isso ai? Em que a prefeitura ajudar?
(14:54) HATEND:
Tem sim lugar à prefeitura realmente dá um força disso não se pode negar, mas a parte ruim é que a prefeitura dá o som que não tem força e que em de divulgar queima qualquer banda além de colocar o som que só tem um grave e uma Tree Way, não se tem cubos de guitarra o retornos pra bateria às bandas não recebem nada , e só está tendo isso agora por que as eleições não levo muita fé e preferimos ficar fora disso respeito quem queira mais nós pedimos o mínimo o som descente pra uma prefeitura não custa nada dá 600 no som , de que dá 100 pra som que ta lá não tocamos lá.
(15:07) ADAUTO DANTAS -: Poxa que merda! Aqui não é nada diferente Prometem e só falam mais na hora H ficam na maior enrolação e no ultimo evento ainda tomaram o local que seria o Ginásio e não quiseram pagar as despesas total de ouro ficando 70 % nas costa do evento. Depois os merdas querem voto! Vocês estão certos em não participar disso ai. Pensei que era algo bem mais estruturado. Uma pena! Será que um dia estes políticos irão se tocar, que a juventude precisar de mas diversidade cultural e menos merda sonora? Falando em política, o que você acha de um “roqueiro” se candidatar a deputado ou a algum cargo desses?
(15:09) HATEND:
Acho muito válido toda categoria deveria ter uma representação popular no meio político seja vereador deputado ou afins, mas devia ter sim e acho uma ótima idéia.
(16:12) ADAUTO DANTAS -: Estando tocando lá no palco quando você ver uma briga frente ao mesmo como você se sente e o que passa pela sua cabeça?
(16:13) HATEND:
Poxa nunca me aconteceu mais se acontecer não queria ter que parar show nem chamar atenção eu acho que se festa tiver uma boa segurança isso sanado de uma boa forma sem que atrapalhe o show mas se não tiver jeito tem que parar e tentar fazer co0m que a briga pare. mas triste quando acontece.
(16:15) ADAUTO DANTAS -: Perguntei por que lembrei do ultimo evento que teve por aqui e foram muitas brigas. Obrigado meu amigo pela atenção dada as minhas perguntas e deixe ai tuas ultimas palavras Foi um prazer te-lo entrevistado.
(16:17) HATEND:
Queria muito agradecer a você Adauto, pelo belo trabalho em prol da cena não só ai em Cícero Dantas, mas no geral eu gostei muito da entrevista e espero ver os roqueiros de Cícero Dantas em breve num festival o show da hatend um abraço a todos e lutem pelo underground paz e metal a todos.
(16:17) ADAUTO DANTAS -: Valeu cara!

Fonte: Agreste unido

18/04/2008

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Nirvana - Terrotorial pissings

Trimorfia - Entrevista ao vivo + 3 sons:
* Carrascos
* Escatos zoofilos falicamente bem dotados numa orgia com suínos
* Sob a unha

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Shades Apart - 20 Eyes
Iron Maiden - My generation

Lestics - Aos Abutres
Ao vivo no "Sala Especial Loaded"
(Drop Loaded)

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Cu Sujo - pagamos caro
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Invasores de cérebro - A mulher do presidente
(produzido por Luiz Humberto)

Matanza - Odiosa Natureza humana

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J. Mascis - Is it done
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radiohead - Lotus Flower

Manic Street Preachers - (It´s not war)just the end of love
...And you will know us by the Trail of Dead - Summer of all dead souls
Peter, Bjorn and John - May seen macabre
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