quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sexta, no programa de rock

Estudantes de jornalismo e freqüentadores constantes dos eventos realizados em Aracaju, Victor Balde e Arthur Soares desenvolviam trabalhos fotográficos em shows individualmente desde 2007 e 2005, respectivamente. Devido à amizade existente entre os mesmos, surgiu a idéia de unir os trabalhos fotográficos no segundo semestre de 2008 e a partir disso passar a ter uma maior e melhor cobertura dos eventos que aparecessem, como meio de contribuir para a evolução da cena local.

Em Outubro de 2008, o projeto sai da teoria e vai para a prática com a criação da SNAPIC, palavra formada através da junção dos termos "SNAPshot" (inicialmente relacionado às fotos instantêneas provenientes de Polaroids, atualmente possui um conjunto maior de abrangência, podendo se referir a fotos digitais de modo geral) + PICture (imagem).

Esta primeira cobertura conjunta foi feita durante um evento realizado no Espaço Emes (Aracaju-SE), no festival chamado "Dueto Cultural" que contou com a presença de Arnaldo Antunes, Capitão Parafina e Maria Scombona. O resultado atingido foi melhor do que o esperado e logo surgiram bons comentários relacionados à qualidade das fotografias produzidas.

O trabalho, após 2 anos, já esteve presente na maioria dos impressos (jornais, revistas, folhetos) locais, sem contar os fotologs e blogs de bandas na internet que se utilizam das imagens da SNAPIC. Como forma de ampliar a produção Victor e Arthur, além de imagens de shows, também realizam trabalhos de fotojornalismo e outras areas da fotografia como: moda, gastronomia, peças teatrais, dentre outros.

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Fonte: Divulgação















quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vida louca vida ...

Em autobiografia, Keith Richards, guitarrista da banda inglesa Rolling Stones, admite que cheirou as cinzas do pai, transou com mulheres de amigos e diz que Mick Jagger tem pênis pequeno.

por Natalia Rangel


É verdade. O guitarrista da banda britânica Rolling Stones, Keith Richards, realmente inalou as cinzas mortais do pai, morto em 2002. Ele admite o fato e dá outros detalhes em sua autobiografia intitulada “Life”, um livro com mais de 500 páginas, que terá lançamento mundial na terça-feira 26 (a versão em português sai no Brasil em novembro pela Editora Globo).

Richards recebeu adiantados US$ 7,3 milhões para escrevê-la, o que fez em parceria com o autor americano James Fox. Uma legítima obra sobre sexo, drogas e rock’n’roll narrada por ninguém menos que uma das maiores autoridades no assunto: o roqueiro e genial guitarrista rotulado como um dos mais doidões e anárquicos de sua geração e que, sabe-se, só abandonou a cocaína em 2006 depois que uma queda nas Ilhas Fiji o levou a uma delicada cirurgia no cérebro. Hoje, aos 66 anos, Richards vive em Connecticut, nos EUA, com a esposa, Patti Hansen – deixou a Inglaterra para fugir dos impostos da coroa. É um colecionador de livros e se interessa particularmente por publicações sobre rock e a Segunda Guerra Mundial – tem duas organizadas bibliotecas em suas casas da Inglaterra e dos EUA.

A sua banda, que já vendeu mais de 200 milhões de álbuns em todo o mundo, tem a trajetória revista sob a ótica de um dos seus fundadores. Keith Richards, criador de inesquecíveis riffs de guitarra como se ouvem nas músicas “Jumpin’ Jack Flash” ou “Honky Tonk Women”, abre a sua biografia pela turnê de 1972, que ficou conhecida como “O Alvorecer da Cocaína e da Tequila”. Foi a primeira vez que a banda tinha regalias como viajar no próprio avião, com a famosa língua vermelha pintada na aeronave, e alugar hotéis inteiros para garantir privacidade. As histórias que se seguem retratam a rotina de jovens roqueiros recém-alçados ao estrelato, vivendo a vida intensamente. Richards conta, por exemplo, como ele e Bobby (músico colaborador da banda) puseram fogo no banheiro de um hotel, mas estavam dopados demais para perceber isso. Foram surpreendidos pelo arrombamento da porta, enquanto repetiam: “Está mesmo muito esfumaçado por aqui, não é?” Relembra uma risível viagem de três dias pela Inglaterra com John Lennon: “O que houve, nem eu nem John nunca nos lembramos plenamente. Havia pelo menos uma garota conosco e um chofer, porque não estávamos em condição de dirigir. Eu disse a John que não ia viajar naquele Rolls-Royce psicodélico ridículo. Fomos mais discretamente no meu pequeno Bentley azul.” Richards chama Lennon de um “silly sod”, ou seja, um cara idiota mas não desprezível. Relembra festas em que Lennon comparecia com Yoko Ono para pegar drogas. “Acho que John nunca saiu de minha casa em outra posição que não a horizontal.”

Keith Richards mostra-se à vontade ao falar de drogas e de como fazia para consegui-las e rememora algumas passagens constrangedoras. Entre 1960 e 1970, quando era um consumidor voraz de heroína e cocaína, sempre portava armas de fogo. “Eu saía armado para buscar heroína – tive rifles, uma Luger e uma Smith & Wesson (a mais perigosa de todas). Era mais seguro assim, especialmente nos EUA.” A arma também ganhou protagonismo nas festas. Ele relata: “Em algumas das minhas noites mais ultrajantes eu só podia saber o que realmente tinha acontecido diante de evidências incontestáveis. Quando alguém indagava: ‘Você não lembra dos tiros? Levante o carpete, olhe as perfurações no piso, cara. Lembra que tirou a cueca e se balançou nu pendurado ao candelabro?’ E eu, embaraçado: ‘Não, não me lembro de nada.’ Regra básica de uma festa realmente boa: não se lembrar do que aconteceu.” E expõe no livro a sua explicação para ter sobrevivido aos excessos todos: “Atribuo isso à boa qualidade das drogas que eu consumia. Mas também ao controle que tinha sobre a quantidade que ingeria. Nunca colocava uma dose a mais para ficar um pouco mais louco. É nessa hora que a maioria das pessoas se dá mal. Essa voracidade nunca me dominou completamente.”

Ele se orgulha em dizer que mesmo com tantas extravagâncias, jamais perdeu um show. Mas Richards chegou a dormir durante um concerto: “Estava com o pé sobre o pedal do volume e apaguei quando tocávamos a chatíssima “Fool to Cry”...Despertei quando o volume ficou insuportavelmente alto.” Além das festas, das drogas, do embate artístico histórico entre Richards e o vocalista Mick Jagger, e de muitas anedotas do cotidiano dos músicos, Keith Richards aproveitou para criticar posturas assumidas pelo parceiro em sua trajetória – especialmente o rompimento temporário, quando Jagger decidiu seguir em carreira solo: “Seu trabalho perdeu o rumo.” E também provoca o amigo com indiscrições infantis, ao dizer que ele tinha um ‘pênis minúsculo’ (uma rivalidade tão antiga quanto a amizade dos dois, que se conhecem desde os 4 anos de idade). Eles trocaram namoradas – assunto que Richards confessa nunca ter engolido muito bem, referindo-se a época em que sua companheira Anna Pallenberg teve um caso com Mick Jagger. O mesmo deve valer para o próprio Richards, que se vingou indo para a cama com a musa de Jagger, Mariane Faithfull. Num trecho, ele relata a noite que fugiu pela janela quando ele e Mariane ouviram Jagger chegando em casa. Saltou com as roupas nas mãos e esqueceu suas meias. “Marianne e eu até hoje temos essa piada. Às vezes, ela envia a mensagem: ‘Ainda não encontrei as suas meias.’”

Fonte: Istoé.

TOCA RAUL, PORRA !!!!!!!!

Difícil imaginar um roqueiro que nunca tenha vestido uma camisa de Raul Seixas. Ainda hoje, quatro décadas depois do ápice criativo do músico baiano, o semblante barbudo que anarquizou a música brasileira freqüenta os tecidos puídos com o qual a molecada se cobre para reverenciar seus heróis com uma assiduidade de fazer inveja a qualquer Jesus Cristo. Idolatrias a parte, esta semana as bandas The Baggios e Plástico Lunar reúnem uma galera de responsa no Espaço Cultiva para prestar um tributo à altura da criatividade esbanjada pelo Maluco Beleza.

De acordo com Julio Andrade, frontman da Baggios e guitarrista da Plástico Lunar, não foi preciso evocar um pretexto específico para se debruçar sobre a vasta discografia de Raulzito. Segundo ele, a satisfação proporcionada pela pesquisa do repertório foi suficiente para convencer os envolvidos da conveniência do projeto.

“Sou fã e não nego. Gosto pra caralho de cantar a música dele. Não há obrigação, não pensamos isso pra tirar algum trocado. Me empolguei muito com esse projeto e acho que ele deve ser valorizado, pois o trabalho que exigiu não foi pouco. Estamos tratando as músicas com carinho, tentando nos manter fiéis às idéias de Raul Seixas, preparando versões inusitadas. Esse tributo não vai ser realizado nas coxas”.

Explica-se. O projeto não nasceu hoje. Sua gênese remonta a meados de 2009, quando o aniversário de 20 anos da morte de Raul Seixas foi lembrado. Na ocasião, o público lotou o Capitão Cook para cantar as músicas da época do “Raulzito e os Panteras”, passando por clássicos da era “Gita” e “Há dez mil anos atrás”, até alcançar o derradeiro “Panela do Diabo”, que eternizou a parceria do homenageado com Marcelo Nova.

Agora, além das bandas anfitriãs, personagens do calibre do cantor e compositor Alex Sant’anna (que promete entoar os versos de “Capim Guiné”), Thiago Ribeiro (que assumiu a responsabilidade pela execução dos sucessos “MDC” e “Gita”) e Daniel Torres, vocalista esporádico e membro relutante da Plástico Lunar (que vai dar o ar da graça com “Por quem os sinos dobram” e “Coisas do Coração”) tomam parte na homenagem.

Carimbador maluco – Julico me garantiu que todas as fases que pontuam a carreira de Raul Seixas serão contempladas pela festa. Segundo ele, uma média de pelo menos duas músicas por disco pontua o repertório. Para ganhar o Imprimatur deste carimbador maluco, no entanto, eles vão precisar suar um bocado.

Não admito um tributo a Raul Seixas sem a execução de canções emblemáticas como “Paranóia”, “Meu amigo Pedro”, “Eu também vou reclamar”, “Quando você crescer”, “No fundo do quintal da escola” e “Sessão das dez”. Elas talvez não figurem numa seleção óbvia, mas ajudam a explicar como um trabalho realizado há tanto tempo continua merecedor de nossa atenção, influenciando novos músicos, mais contemporâneo e relevante do que as bobagens coloridas que tomaram conta de veículos ditos especializados, que costumavam se valer de parâmetros aceitáveis para testar nossa paciência, ao contrário do que vem fazendo a MTV.

riansantos@jornaldodiase.com.br

por Rian Santos

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Inferno na serra


Noite de Black Metal em Itabaiana. Imagina se eu ia perder isso ... Cheguei atrasado, perdi a primeira banda, a única que não era 100% Black - Warfiled, death. Ok. Entrei. E não é que tinha público ? Sou meio ruim com esse tipo de conta, mas apostaria em mais de 200 criaturas – quase todas trajadas de preto e com cara de poucos amigos, evidentemente – no recinto. Fico feliz com isso, pois apesar de não ser exatamente um fã do estilo, torço pelo desenvolvimento do underground em nossa pequena província de Sergipe Del Rey, e mais ainda por se tratar de um evento de um gênero tão obscuro em minha cidade natal, um verdadeiro deserto para os poucos admiradores do rock quando eu comecei a curtir som, ainda nos anos 80. Imagina se, naquela época, eu poderia sequer sonhar com a possibilidade de ver uma cena como a que vi naquela noite – as noites itabaianenses, na época, se limitavam a passeios na praça depois da missa e bailes dançantes na Associação Atlética. Não que hoje em dia seja lá tão diferente – infelizmente não é. Mas já há um razoável número de abnegados com colhões para enfrentar a parada dura que é produzir algo do tipo na “capital do agreste”. Parabenizo desde já os responsáveis pelo feito: mostraram atitude.

A grande atração da noite seria a Eternal Sacrifice, de Salvador, desde 1993 militando nos sombrios domínios do metal obscuro e pagão, mas antes tivemos uma banda nova, de Aracaju, a Ad Aeternum. Me parece que foi a primeira apresentação deles, e isso explicaria a curtíssima duração da mesma – além da má qualidade de equalização do som. Vocal feminino, rasgado e gritado. Tem potencial.

Eternal Sacrifice demorou uma eternidade para começar, um sacrifício e teste de paciência para quem estava esperando. Mas os que perseveraram foram brindados por uma pesada névoa que tomou conta da “Cebola city”, o que cooperou para o clima sombrio e assustador que tomou conta do recinto durante a apresentação. Fazem um som interessante, cheio de passagens melódicas e climáticas intercaladas com verdadeiras “pancadas no pé do ouvido” – muito embora o sonzinho “xoxo” que saía dos amplificadores das guitarras não colaborasse para um perfeito deleite auditivo dos apreciadores do barulho. Por outro lado, vocal e teclado estavam altíssimos, o que fazia com que os impropérios pagãos vomitados pelo vocalista, Lhorde Haadaas Naberius, ecoassem em alto e bom som pelo agreste sergipano. “Boa noite, demônios”, saudou ele no início da celebração – e é isso mesmo: mais que um show de rock (e é rock, no final das contas, muito embora haja controvérsias), é uma verdadeira celebração pagã, uma pregação anti-cristã, misantrópica e obscura. E é tosco, muito tosco: vocais “operísticos”, gritos primais, “corpse paintings” bizarros escorrendo pelas faces junto ao suor. Uma verdadeira visão do inferno na terra para algum cristão praticante desavisado que passasse por ali naquele momento. Foi divertido - especialmente no momento em que um maluco lá invadiu o palco e surrupiou um dos dois tridentes que ornamentavam o "altar". Sempre tem uns doidos que parece que não se divertem se não tomarem uma surra e/ou forem expulsos do recinto pelos seguranças, né ...

Na sequencia, Litania Ater. Gosto do som deles – é mais “potente”, agressivo, menos “liturgico” e mais metal, musicalmente falando. Os vocais do baterista André são pronunciados num português inteligível, então se você prestar atenção vai viajar por um mundo de batalhas épicas entre as forças do mal e os odiados exércitos do cristianismo enfraquecedor da alma do homem. Não deu pra ficar até o fim porque o cansaço estava batendo (já tinha perdido a noite anterior no rock do capitão cook). Vi um pouco do show e voltei para Aracaju em meio a uma névoa tão espessa que um de meus caronas, Death Row, bêbado, achou que a gente tinha se perdido entre as dimensões do tempo e ido parar num universo paralelo ao estilo dos retratados na literatura de H. P. Lovecraft ou do game “Silent Hill”. Até que seria interessante, mas logo avistamos a logomarca do Posto Boa Viagem e acabaram-se os delírios sombrios: estávamos na BR 101, a caminho de casa.

por Adelvan


22/10/2010 - Uma noite "fora do eixo"


Uma noite “pernambucana” no capitão cook – mas sem maracatus, batuques ou cirandas: uma noite de rock – com pitadas de música eletrônica. Duas das mais novas revelações do cenário alternativo da “mangue town” estavam de passagem rumo ao festival Feira Noise, em Feira de Santana, Bahia, e decidiram fazer uma parada estratégica em Aracaju

Voyeur, a primeira a se apresentar, faz um “electro rock” um tanto quanto low-fi e minimalista, com algumas boas sacadas mas carecendo de um pouco mais de capricho nas composições. O som estava ruim, abafado, e isso pode ter afetado o desempenho deles – assim como o fato de que o som da guitarra sumiu por um bom tempo e a longa parada esfriou de vez a apresentação, que já não estava empolgando muito o pequeno publico presente, a bem da verdade. A banda parecia pouco a vontade e o publico, frio e apático, não contribuía para melhorar o astral. Como resultado, o show foi se arrastando de forma burocrática até o final, quando eles, finalmente, tocaram a que considero sua melhor composição, “little mama”. Uma pena, pois parecem ter uma proposta interessante e diferenciada para a região, muito embora não tenham cumprido, no palco, aquilo que prometem ao se ouvir as gravações de estúdio. Isso sem falar de uma certa teatralidade vazia que não teve nenhuma ressonância, como a insistência de vocalista Juh em vocalizar através de uma espécie de pistola futurista de brinquedo que não produzia efeito nenhum – eu, pelo menos, e alguns amigos ao redor, não vimos diferença alguma. Melhor sorte na próxima.

Já a Diablo Motor surpreendeu. Rockão descompromissado e possante, executado com garra e precisão. Belos riffs, boas composições e letras ininteligiveis em um português displicente mastigado pelo bom vocalista Tomaz, cujo timbre de voz lembra o de Cazuza – ou de Catalau, do Golpe de Estado. A postura de palco da banda também foi bem mais desencanada: mandaram seu esporro meio que pouco se fudendo se tinha pouca gente ou se a galera não se chegava e parecia “morgada” (o publico sergipano é meio estranho mesmo, geralmente retraído, muito embora quando “se solta” protagonize noites memoráveis, que o digam a Retrofoguetes ou a Venus Volts). Empolgou um pouco mais a galera – ou pelo menos nosso amigo Thiago “Cachorrão”, que mandou alguns de seus já antológicos chutes no ar em sinal de aprovação.

Para encerrar, os anfitriões da The Baggios, com seu blues-rock potente e “malemolente”, sempre um grande show – não darei detalhes porque confesso que nem cheguei a ver direito, entretido que estava com a empolgação de Rick Maia e seus planos para o futuro da musica alternativa sergipana.

Foi rock.

Foi bom.

Adelvan

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pitty por Adolfo Sá ...


"recordar é viver" - “Tem várias personas morando dentro de mim – o anjo, o diabo, a pombagira. Cada um tem a sua hora e, juntas, fazem eu me sentir completa.”

Fui apresentado a Priscila Novaes Leone em 1996, na redação da Mtv em Salvador [BA]. Eu editava um fanzine chamado Cabrunco em Aracaju [SE], e ela fazia parte de uma banda chamada Inkoma.

Mais conhecida como Pitty, hoje Priscila é uma cantora de sucesso que, aos 32 anos, já lançou 3 álbuns solo e ganhou 5 discos de ouro, 2 de platina, os principais prêmios do VMB e Multishow, e até indicações ao Grammy Latino.

Bem antes de fazer o rock’n’roll existencial que ouvimos em Máscara, Equalize, Teto de Vidro, Memórias e Déja Vu, hits de ADMIRÁVEL CHIP NOVO, ANACRÔNICO e CHIAROSCURO – lançados pela Deckdisc, do produtor Rafael Ramos – ela já praticava um hardcore nervoso no vil & violento underground baiano.

Não é à toa que ficou tão à vontade posando p/ fotos sensuais no ensaio de capa da edição de estréia da versão brasileira da revista INKED, lançada em julho. “O cenário é talvez o mais pé sujo dos hotéis de São Paulo”, escreve a repórter Carine Savietto na matéria de 10 páginas que disseca a história das “mais de 10, menos de 20” tatuagens que Pitty tem espalhadas em seu corpinho de 1m60.

“Show!”, diverte-se a roqueira-modelo no hotel barato.

Quando a conheci, Priscila era uma ninfeta de 18 anos que gritava contra o sistema em shows onde a maioria do público era de punks, e o pogo quase sempre descambava p/ a briga. Ela já tinha mais tattoos do que eu tenho hoje. O visual louco era uma defesa externa p/ a menina doce de personalidade forte e madura p/ a idade, como ficava expresso na demo Pilha Pura de 96:

“Quando eu vejo as coisas erradas no jornal e na TV/ Eu penso em fazer algo e eu não sei bem o quê/ Se você acha que pode vir a se tornar palmatória do mundo/ Isso não vai adiantar/ Cê tá ligado que sozinho não vai dar pra acontecer/ É que o problema na verdade é bem maior do que você/ Conscientização e principalmente união/ Não passe pelo mundo sendo só mais um/ Cuzãããããoo...”

Berrava que era uma beleza.

“Haha, o namorado dela deve ouvir altos gritos no pé da orelha”, zoava Marcos ‘Bola’, guitarrista da Dinky-Dau [e mais tarde da Sangria e Magajanes Muertos], um dos meus melhores amigos. Foi através do toca-fitas do carro dele que conheci a Inkoma.

O som da banda não saía dos meus ouvidos, nem a vocalista da minha cabeça. Assim que nos conhecemos, o santo bateu e iniciamos uma parceria – eu arrumava desculpas p/ ir lá e ela me visitava de vez em quando.

Comemoramos meu aniversário de 21 anos num bar sinistro estilo candomblé em SSA, e em AJU eu a levei p/ ver Trainspotting no cinema e um show do Mundo Livre S/A, que rendeu uma resenha na última edição do Cabrunco – escrita por ELA:

“E não é que eu fui mesmo? Me joguei na estrada com destino a Aracaju pra passar o feriadão, dar um saque num campeonato de skate, divulgar a cena soteropolitana e, claro, ver o show da Mundo Livre S/A. De novo. É o terceiro que eu vejo em menos de seis meses, e é sempre uma festa. Em Aracaju não foi diferente.

O show aconteceu num pico recém-inaugurado na cidade, o Little Hell. O espaço é super-legal, com capacidade para mais ou menos trezentas pessoas. É uma pena que não tenham comparecido ao local nem cinqüenta. Culpa de uma divulgação inoperante e deficiente ou da suposta ‘frágil’ cena sergipana? Mistérios do bom e velho underground. [...]”

O texto continua por mais 2 parágrafos, mas é impressionante como continua atual – a cena melhorou um pouco, não muito. Já a Pitty, quanta diferença. Em 99, quando a reencontrei, ela tocava bateria num projeto paralelo, Shes, banda punk só de garotas bonitas e tatuadas. Em 2000, gravou o único álbum da Inkoma, INFLUIR, e em 2002/03 mudou-se p/ o RJ, em seguida SP. O resto é história.

Hoje estou casado c/ a Gil, e ela c/ o baterista do NX-Zero. A última vez que a vi foi na minha despedida de solteiro em 2008 – nos encontramos na mesma noite no show do Mudhoney e numa boate da Barra, totalmente ao acaso. Mas foi estranho, agora ela é uma celebridade, todos os olhos a acompanham, não me senti muito à vontade.

“Cada um pensa o que quer. Isso é liberdade de expressão, sacou?” Essas duas frases são da entrevista que fiz c/ a Priscila na primeira vez em que ela esteve aqui, publicada no nº 8 do zine.

Na mesma edição – a derradeira do Cabrunco – o apresentador do Programa de Rock da 104.9 FM, Adelvan Kenobi, na época zineiro e dono da loja Lokaos, assina uma resenha dos shows de lançamento da coletânea UMDABAHIA que não me deixa mentir:

“A banda que eu mais queria ver era a Inkoma, ultra-recomendada por Adolfo Sá. Bem, Adolfo não é exatamente um expert em hardcore, e eu desconfiava que a babação dele tinha endereço certo, mas desta vez ele acertou na mosca. A banda (eu disse a banda) é realmente do caralho! A vocalista Pitty também é, mas o fato é que eles têm a postura ideal diante da música (‘hardcore é diversão’), com letras que são excelentes crônicas sobre a vida urbana – ou seja, universais.”

Mas peraí, que papo esse que eu não sou “expert em hardcore”? E meus discos do RxDxPx, Black Flag, Bad Brains, Dead Kennedys? E meu vinil original do Sex Pistols [que tá c/ um amigo que mudou p/ Salvador – mais bem guardado c/ ele do que comigo]? Mas que puto! Heheh... Tudo bem, mesmo que eu não sacasse nada de HC, teria aprendido por osmose na curta mas intensa convivência que tive c/ a Pitty.

Termino a entrevista perguntando que nota ela dava a si mesma:

- Porra, Adolfo! (risos) Que nota pra mim?! Porra, 10! Vou dizer o quê? (mais risos) Sou legal, sou gente boa. Nem ronco! (risos novamente) E você, que nota dá pra mim?

- Você é uma guria legal. Vale um 10.

Fonte: VLB

sábado, 23 de outubro de 2010

# 166 - 22/10/2010



O programa de rock de ontem começou exatamente do ponto onde havia parado na sexta-feira anterior: com mais uma edição do Drop Loaded, a contribuição semanal dos paulistanos do Loaded E-zine. Na sequencia, o “Bloco do ouvinte”, bem “farofeiro” desta vez, com novos sons de artistas e bandas do chamado “hair metal”, aquele hard rock glam que teve seu auge nos anos 80. Cortesia de nosso eclético colaborador Leonardo Bandeira. Depois de ouvir uma faixa de cada uma das bandas que se apresentariam em mais uma “Noite Fora do eixo” no Capitão Cook, batemos um papo com eles, os recifenses da Voyeur e do Rock Motor e Julio Dodges, da The Baggios. E tome punk rock clássico: 999, formada em 1977, em Londres; The Adverts, também britânico, de 1976 (acabou em 1979); “Teenage kicks”, dos undertones (grupo da Irlanda do Norte formado em 1975), a música preferida do legendário DJ da BBC John Peel, ao som da qual ele foi sepultado em 2004; X-Ray Spex, com seu punk classudo marcado por um inusitado acompanhamento de saxofone e o vocal potente de Polly Styrene; e The Slits, provavelmente a primeira banda punk feminina de que se tem notícia, com um cover de “I heard it through the grapevine”, clássico da Motown e primeiro sucesso da carreira de Marvin Gaye. Esta última foi nossa homenagem à vocalista Ari up, falecida esta semana. No último bloco, mais uma homenagem – à passagem dos 40 anos da morte de Janis Joplin. Encerrando a noite, The Kinks, uma verdadeira banda-símbolo do rock britânico, eternos ídolos mod e um dos maiores representantes da chamada “invasão inglesa”.

Rock and roll, porra!

A.

* * *

Janis Joplin morreu há 40 anos - Cantora, uma das maiores vozes feminina do rock, sofreu uma overdose em 1970

Do Site da Rolling Stone Brasil.

Conseguir se destacar em um meio musical predominado por homens em plena década de 60 não é para qualquer uma. Mas Janis Joplin foi além. Tornou-se inspiração para milhares de mulheres interessadas em soltar a voz no rock 'n' roll e perpetuou seu grito rasgado e intenso, tornando-se uma das maiores figuras femininas do gênero musical até hoje. O talento da cantora, infelizmente, se foi cedo: ela morreu há exatas quatro décadas, aos 27 anos, em 4 de outubro de 1970.

Janis Lyn Joplin nasceu em 19 de janeiro de 1943, em Port Arthur, no Texas, e desde mais nova já mostrava duas características que lhe acompanhariam pelo resto de sua vida: o amor por música e seu engajamento social. Quando adolescente, posicionou-se a favor da integração dos negros na sociedade, no auge da tensão racial vivida nos Estados Unidos, sobretudo no conservador estado sulista. Entre suas paixões musicais estavam o jazz, o folk e o blues - este último seu favorito, tendo ela se inspirado na musa Bessie Smith e no pioneiro Leadbelly. Joplin começou cantando em pequenas cafeterias no Texas.

Em sua trajetória, junto à relação com a música, vinha seu envolvimento com a cultura beat dos anos 50. Janis também integrou o movimento hippie, que, nos anos 60, deu mais cores à contracultura dos beatniks, contestando os padrões instituídos e posicionando-se a favor de mudanças, fossem elas direcionadas ao pensamento da sociedade (visto pela juventude como retrógrado), fossem com relação ao fim da guerra no Vietnã.

Em 1966, a cantora entrou no grupo de rock psicodélico Big Brother and the Holding Company, que no mesmo ano assinou com a gravadora Mainstream Records. Em 1967, a banda lançou um álbum homônimo e no ano seguinte Cheap Thrills, cuja tracklist trazia os hits "Piece of My Heart" e "Summertime" (canção composta por George Gershwin, que já havia sido gravada por nomes de peso como Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong e Sam Cooke). Em 1969, saiu da Big Brother e formou a Kozmic Blues Band, lançando I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!, disco influenciado pelo seu amor pelo R&B característico dos artistas da gravadora Stax. Entre os momentos mais marcantes de sua carreira, claro, está a apresentação no festival Woodstock, no ano de 1969, que não só contou gigantes da música (como Joan Baez, Santana, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Sly & the Family Stone, Jefferson Airplane e Jimi Hendrix, entre outros), como reuniu ali, na cidade de Bethel, todo um conjunto de fatores que caracterizavam o "paz e amor" do movimento hippie.

Em fevereiro de 1970, Janis veio ao Brasil a fim de tentar se recuperar de seu vício em drogas e álcool, passando o carnaval no Rio de Janeiro ao lado de amigos - em seu retorno aos Estados Unidos, contudo, ela voltou a abusar de substâncias ilícitas. Com o fim da Kozmic Blues Band, formou outro grupo, o Full Tilt Boogie Band, com o qual passou a fazer suas turnês. Ainda em 1970, gravou Pearl, que teve lançamento póstumo, no ano de 1971, já que a artista morreu de overdose de heroína em outubro, em Los Angeles, pouco tempo depois do início das gravações.

* * *

O Adeus a Janis Joplin

Trecho da reportagem publicada originalmente na edição 69 da revista Rolling Stone EUA (outubro de 1970). Você lê a reportagem completa na Rolling Stone Brasil #49, Edição Especial de 4 anos. Nas Bancas.

Já eram 18h e Janis Joplin ainda não havia aparecido no Sunset Sound Studios. Paul Rothschild, o produtor da cantora, teve uma sensação estranha e mandou John Cooke, um dos roadies da Full Tilt Boogie Band, até o Landmark Motor Hotel para ver por que ela não estava atendendo ao telefone. "Eu nunca tinha me preocupado com ela antes, apesar de seus atrasos. Normalmente era porque parava para comprar uma calça ou fazer alguma outra coisa de mulher", disse Rothschild. Mas o dia 4 de outubro era um domingo e havia poucos lugares abertos, mesmo em Hollywood. O Landmark é uma construção grande de estuque na Franklin Avenue. Fica perto dos estúdios de gravação no Sunset Boulevard e é próximo aos escritórios das gravadoras e das editoras de música. Um ambiente bem tolerante a algazarras. Era o tipo de lugar de que Janis gostava.

Quando John Cooke chegou lá, eram quase 19h. Ele viu que o carro de Janis estava no estacionamento e que as cortinas do quarto dela, no andar térreo, estavam fechadas. Ela não atendeu a porta quando ele bateu, nem quando ele esmurrou a madeira e berrou. Cooke falou com o gerente, Jack Hagy, que concordou em entrar no quarto. Janis estava estirada entre a cama e a mesa de cabeceira, usando uma camisola curta. Os
lábios dela estavam ensanguentados quando eles a viraram, e seu nariz estava quebrado. Ela segurava US$ 4,50 em uma mão.

Cooke chamou um médico e então ligou para o advogado de Janis, Robert Gordon. Ele afirma ter examinado o quarto com muito cuidado, mas sem encontrar qualquer narcótico ou equipamento para o uso de drogas. A polícia foi chamada. Quando os oficiais chegaram, por volta das 21h, também não encontraram drogas nem "apetrechos". Mas disseram aos repórteres que Janis tinha "marcas novas de seringa no braço, entre dez e 14, no braço esquerdo".

Quando o apresentador do telejornal das 23h tinha terminado seu breve relato, telefonemas espalhavam boatos malucos: Janis tinha sido morta por algum sujeito ciumento, por um traficante, até mesmo pela CIA; ela teria acabado com a própria vida por causa de algum homem, porque achava que estava caindo no ostracismo ou porque sempre tinha sido uma pessoa autodestrutiva. Cada nova teoria tinha alguma pessoa "informada" por trás, e cada uma delas era igualmente sem embasamento.

Thomas Noguchi, legista do condado de Los Angeles, não contribuiu em nada para esclarecer a confusão, muito pelo contrário: seu relatório preliminar, emitido na manhã seguinte, dizia que ela "morreu de overdose de drogas", mas não especificava quais drogas - álcool, soníferos ou algo mais pesado.

Gordon tentou rebater muitos dos boatos bizarros e amenizar as manchetes mais loucas, dizendo acreditar que as alusões a drogas não tinham embasamento e que Janis teria morrido de overdose de soníferos, seguida de uma queda da cama. Na terça-feira, no entanto, Noguchi relatou que Janis, que estava com 27 anos, tinha de fato injetado heroína no braço esquerdo várias horas antes de morrer, e que uma overdose a tinha matado. Disse que um inquérito seria instaurado.

Ao serem questionados a respeito dos ferimentos no rosto, policiais afirmaram que tinham eliminado a possibilidade de violência. "Ela podia ter quebrado o nariz ao cair", falou um detetive. A quantia estranha de dinheiro que ela segurava continua sendo um mistério e vai alimentar a imaginação das pessoas que precisam explicar de algum modo a morte dela. No momento, as explicações vão desde "era o troco de um saquinho" - um saquinho de heroína hoje custa uns US$ 15 em Los Angeles - até teorias grotescas sobre "troco para fazer uma ligação de emergência" - apesar do telefone do quarto dela, como acontece na maior parte dos hotéis, não precisar de moedas para funcionar.

O advogado Gordon disse que Janis o tinha visitado alguns dias antes "para falar de negócios". Ela parecia feliz. Disse que estava pensando em se casar. "Ela também estava muito contente com o álbum", prosseguiu. "Estava na cidade fazia mais ou menos um mês, gravando, entusiasmada com a banda. Ela disse que 'se sentia como uma mulher de verdade'".

Quando indagado a respeito dos "negócios" que Janis foi tratar com ele, Gordon respondeu: "É melhor eu falar logo. Ela foi assinar o testamento". Ele enfatizou, no entanto, que não achava que o fato de ela o ter assinado significasse alguma coisa.

Paul Rothschild, produtor da Elektra, mas que também estava produzindo as sessões da Columbia, relatou que Janis estava "emocionada e em êxtase". Disse que conhecia a estrela há muito tempo e que ela parecia "mais feliz e mais ligada do que qualquer pessoa pudesse se lembrar". Ele disse que o álbum estava "80%" pronto. Uma fonte da Columbia, no entanto, informou que as gravações "não estavam andando bem", que estavam "devagar" e que, depois de um mês passando entre oito e dez horas no estúdio, 11 faixas tinham sido editadas e apenas quatro tinham sido consideradas "boas o suficiente". Quando confrontado com essa informação, Rothschild ficou furioso. Ele observou que tinha precisado "brigar com todo mundo na Columbia" ao longo de todas as sessões. Disse que o álbum era o primeiro feito por um produtor "de fora" que a Columbia tinha permitido, e que "o disco podia não estar indo assim tão bem para a Columbia, mas estava para Janis Joplin". Uma fonte da Columbia divulgou o nome de algumas faixas, incluindo "Me and Bobby McGhee", "A Woman Left Lonely", "Ain't Nobody's Business", "Trust in Me", "Cry Baby", "Get It While You Can", "Half Moon" e "Got My Baby". [Nota: O disco acabou sendo lançado em fevereiro de 1971 com o nome Pearl].

A última pessoa que viu Janis viva foi Hagy, o gerente do Landmark. Ele disse à polícia que falou com ela brevemente à 1h da madrugada de domingo, e que ela "parecia animada". Janis tinha terminado uma sessão de gravação por volta das 23h da noite de sábado e foi com vários integrantes da banda ao Barnie's Beanery. John Cooke disse que Janis tomou alguns drinques e então levou o organista de carro para o hotel, deu boa-noite e foi para a cama. Os pais de Janis, logo que chegaram a Los Angeles, preferiram não declarar nada à imprensa. Albert Grossman, o empresário dela, chegou de Nova York e também se recusou a fazer comentários. Mas um porta-voz de seu escritório disse que ele "sentia que ela era uma filha para ele".

Myra Friedman, uma das assessoras de imprensa de Grossman e amiga próxima de Janis, disse que a imagem que ela cultivava, de ser do tipo de pessoa que aproveita tudo enquanto pode, não era exata: "Acho que Janis sabia que ela não era assim. Talvez uma parte dela acreditasse nisso, mas acho que a parte mais honesta não acreditava. Ela não era conservadora - isso é ridículo -, mas tinha muitas necessidades que simplesmente eram iguais às de qualquer outra pessoa. Ela aceitava diferentes tipos de pessoas".

O promotor de shows Bill Graham, falando de São Francisco, negou as "conexões" que inevitavelmente estavam sendo feitas entre a morte de Hendrix e Joplin: "Nenhuma. Hendrix foi um acidente - e Janis, ninguém sabe ainda. Tenho certeza de que alguém deve estar jogando I Ching ou olhando para um mapa ou para as estrelas e dizendo: 'Eu sabia, eu sabia'. Só falo isso porque sei que muita gente vai ficar procurando razão e lógica - não significa que aquele homem tinha que partir, que aquela coisa tinha que acontecer, não estava escrito em lugar nenhum. Se, hipoteticamente a morte de Jimi e Janis for o resultado de heroína, a ironia é que isso pode surtir um efeito positivo. Muitos jovens poderão largar a droga. Eu gostaria de pensar que algumas das pessoas que fizeram sucesso vão começar a avaliar se elas controlam o sucesso ou se são controladas por ele. Quanto a Janis, acho que ela nunca soube lidar com isso".

(...)

* * *

Mitch & Mitch – I´m 30 I´m lonely I´m horny
The Silver shine – Repile new song
(Drop Loaded)

Bloco produzido por Leonardo Bandeira:
Vince Neil – Bitch is back (Elton John cover)
Keel – Push & pull
Ratt – A little too much
Scorpions – rock zone

The Baggios - Em outras
Diablo Motor – sem moderação
Voyeur – sexy Love
+ Entrevista Ao Vivo

999 – Homicide
The Adverts – One chord Wonders
The Undertones – Teenage kicks
X-Ray spex – The Day the world turned grey
The Slits – I Heard it through the grapevine

Janis Joplin with Big Brother & The Holding company
# Piece of my hear (live at winterland)

The Kinks
# ´Till the end of the Day
# Sunny afternoon

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

RIP Ari Up, The Slits


As Rachas. Bom nome para uma banda de meninas? Claro - se for a primeira banda punk feminina da história. O punk inglês era um club de garotões - Sex Pistols, Clash, Damned, Buzzcocks. O objetivo dos caras era chatear os chatos e ganhar dinheiro. A mulherada era namorada. Nisso, o punk era quase tão conservador quanto os dinossauros que fingiam odiar.

Arianna Forster tinha 14 anos em 1976. Garota de família, neta de um milionário alemão, herdeiro da revista Der Spiegel. Punk de primeiríssima hora. A mãe, Nora, era da pesada - andava com gente como Jimi Hendrix e Chris Spedding, e conheceu John Lydon antes dele se tornar famoso como o mais famoso dos punks, Johnny Rotten, dos Sex Pistols.

John tinha 17 anos, Nora 31. Se casaram em 1979. Estão juntos desde então. John Lydon é padrasto de Arianna, seis anos mais nova. Nora tinha grana e experiência e alma rock'n'roll. Sua casa era abrigo de punks. Arianna aprendeu a tocar guitarra com Joe Strummer, da London SS - depois, do Clash. Virou Ari Up. The Slits dizia a que vinha desde o batismo. Era rock barulhento, abrasivo, feminista, multicultural.

As meninas não tinham medo de nada. Para excursionar abrindo para o Clash e Buzzcocks na turnê White Riot, tinha que ter útero de aço inoxidável. E Ari, frontwoman, não tinha medo das outras meninas. Não era pouca coisa - a baterista Palmolive e a guitarrista Viv Albertine vinham de tocar com Sid Vicious e com Keith Levene, depois do PIL.

O primeiro disco, Cut, só veio em 1979. Capa inesquecível, as garotas peladas e cobertas de lama. Produção de um mestre do reggae, Dennis Bovell. Mas a banda já estava para acabar. Depois de um segundo disco em 1981, as Slits se separaram.

Arianna, com 20 anos, estava casada e pouco depois já era mãe de gêmeos, Pablo e Pedro. Mudou para a Indonésia, depois Belize, depois Kingston, na Jamaica, onde ficou de vez. Vida natureba, projetos musicais esparsos, um disco solo em 2005, e enfim o retorno das Slits em 2006, com Ari e a baixista original, Tessa Politt.

A esta altura, a banda já tinha sido celebrada pelas duas gerações seguintes de roqueiras. Sem Slits não haveria Riot Grrls, Hole, Throwing Muses, PJ Harvey e tantas filhotes - rock feminino e feminista. E lá se foi Arianna, 48 anos, morta de uma doença fatal, detalhes por vir. O anúncio veio hoje no site JohnLydon.com.

Nora Forster engravidou duas vezes de John Lydon, e perdeu as duas crianças. Ari era enteada de Lydon. Os dois filhos dela - 27 anos - o chamam de avô. Punk é: faça o que quiser, faça diferente, faça com pouco, brigue pelo que acredita. Pouca gente encarnou este espírito à perfeição como Ari Up.

por André Forastieri

do Blog dele.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Invasão pernambucana" no Capitão Cook

Na próxima sexta-feira o duo The Baggios será o anfitrião de uma verdadeira "invasão pernambucana" no Capitão Cook: dois dos mais promissores nomes da nova cena alternativa recifense darão o ar de sua graça ao público sergipano. Trata-se do Voyer e do Diablo Motor. As duas bandas estarão também ao vivo no programa de rock, que vai ao ar, nunca é demais lembrar, toda sexta às 20:00 pela 104,9FM em Aracaju ou via net em www.aperipe.se.gov.br.

Saiba mais:



...UM MIX DE ROCK COM MÚSICA ELETRÔNICA...

Voyeur é: Electro + Rock + Beer + Rock + Electro + Beer + Rock + muita Beer mesmo!!!

A Voyeur desponta aos poucos na cena Indie recifense como uma banda que faz a mistura de riffs de guitarra e beats do movimento Electro mostrando que Pernanbuco tem um forte representante do gênero. .

Formada por Ju Orange nos vocais (ampslina), Paulista nas guitarras e vocais (Candeias Rock City) e Pauliño Nunes (Júlia Says) nas programações, a banda tem composições criativas e livres, com um sabor eighties, por vezes invocando B-52’s, Gary Numan e, em outras, bandas mais recentes como o Elastica (já da cena Indie dos anos 2000).

Nós últimos anos, o electrorock brasileiro fez palhinha no exterior. O cansei de ser sexy mudou um pouco a impressão de que, do Brasil, gringo só quer samba. Os pernambucanos da Voyeur seguem a mesma lógica e mesclam rock com e programação eletrônica, O Ep Little/Sexy/Love faz parte da trilha sonora do primeiro seriado produzido pela MTV chamado “descolados”

Comunidade no orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6768498
Blog: http://www.rockvoyeur.wordpress.com

* * *

Resenha: Diablo Mötor – EP

A principal informação que você deve levar em conta sobre o Diablo Mötor é que estamos diante de uma banda de rock em seu formato mais tradicional: duas guitarras, baixo, bateria e vocal. Tem gosto de cerveja gelada e de nicotina e é cafajeste. Ou seja, nenhuma novidade. E isso, no caso deles, é ótimo. Mas, no entanto, duas coisas o separam da maior parte das bandas iniciantes: seu EP tem um trabalho fantástico de produção. É incrível a qualidade de som. E, a julgar pelas músicas deste disco, dá para colocá-los lado a lado com Vamoz! e Amp. Propostas semelhantes, caminhos e experiência distintas. Mas a fronteira é bem tênue entre eles.

O início do disco, com o barulho da uma motocicleta dando a deixa para a porrada de “Sem Moderação” dá a falsa impressão de estarmos diante de um grupo 100% influenciado pelo Queens of The Stone Age. Já os solos de guitarra nos levam à outra direção, assim como o bom vocal de Thomaz Magalhães. “Cafa Song”, tratado machista até o osso, vem mais cadenciada, mais trabalhada, com um belo riff – eles são muitos aqui – e até um pequeno “solo” de baixo. A essa altura do campeonato, o leque se abre para referências como AC/DC, Kiss (fiquei imaginando que “War Machine” cairia bem no repertório deles) ,Foo Fighters e até um pouco de Motörhead. Afinal, aquele trema em cima do “o” no nome da banda não está ali em vão. “Garota Fogo” vem com outra batida, mais “safada”, quase pop, não fossem as guitarras no talo. Na seqüência, colada, entra “Não Quero te Entender”, espécie de assinatura da banda: pegada blues, bons refrões, ótimos riffs. E, sobretudo, solos de guitarra que não enchem o saco. Ao contrário, parecem estar ali apenas como mais um pequeno ingrediente da música. Talvez este seja um dos principais méritos da banda: conseguir fazer hard rock sem cair na farofa. E consistência. É nítido como é importante a participação de cada músico, a ponto de não sabermos ao certo qual o elemento mais importante deles. Quando o todo supera o individual, é sinal de que tudo está no lugar certo.

O único problema são as letras. Se não chegam a comprometer, é um tanto bobo e artificial cantar coisas como “Garota, você é a melhor”. Este EP de estreia do Diablo Mötor foi gravado no Estúdio Casona, no Recife, e masterizado no Rio de Janeiro, no Magic Master Studio. A mixagem ficou a cargo de Iuri Freiberger. Se todas as faixas de seu primeiro disco estiverem no mesmo nível do que foi mostrado aqui, é sinal de que estaremos diante de um banda extremamente promissora. Desconfio que seja o caso deles.

www.myspace.com/diablomotor

* * *
The Baggios é Julio Dodges na guitarra e vocal e Gabriel perninha na bateria.
Eles tocam Blues e rock.







segunda-feira, 18 de outubro de 2010

you really got me

The Kinks foi uma banda de rock britânica formada em Londres, em 1963, por Ray Davies, Dave Davies e Pete Quaife. A formação original era composta por Ray Davies (guitarra guia, vocalista principal, piano, compositor principal), Dave Davies (composições, guitarrista principal, vocais), Pete Quaife (baixo, vocais) e Mick Avory (bateria).

Embora não tenham sido inovadores como os Beatles ou populares como os Rolling Stones, foi uma das mais influentes bandas da Invasão Britânica e provavelmente a mais representativa do movimento Mod, juntamente com o The Who e o Small Faces. Durante sua carreira o grupo se tornou famoso por seus conflitos, tanto públicos quanto privados, particularmente entre os irmãos Ray e Dave, que frequentemente resultavam em agressões.

Depois de uma carreira que atravessou os anos 60, 70 e 80 com algumas mudanças de formação, os Kinks se separaram nos anos 90, quando os projetos solo dos irmãos Davies passaram a ter mais importância para eles. No começo de 2000 rumores de uma reunião começaram a circular, mas incidentes ocorridos com os irmãos em 2004 (Ray levou um tiro na perna ao perseguir assaltantes em Nova Orleans, em 4 de janeiro; Dave, em 30 de julho, sofreu um derrame cerebral em Londres) adiaram quaisquer tentativas de reagrupar a banda.

Anos 60.

O The Kinks, que tiveram como primeiro nome The Ravens, começou sua carreira em 1962, tendo gravado seu primeiro compacto pela Pye Records com um sucesso de Little Richard: “Long Tall Sally”. Mas foi pelo terceiro single que ficaram conhecidos: “You Really Got Me” pode ser considerada o nascimento do heavy metal, em 1964. Essa canção chegou ao 1º lugar nas paradas de sucessos britânicas e durante os 3 anos seguintes a criatividade e inspiração de Ray Davies produziria pérolas como “Tired of Waiting for You”, “Everybody’s gonna be happy”, “Set me free”, “I need you”, “See my friend” e “Till the end of the day”, dentre outras, sempre fugindo da mediocridade através da introdução de novas idéias tanto na sonoridade como nos temas abordados. A postura “excêntrica” do grupo (justificando o seu nome), porém, trazia problemas para que fossem totalmente aceitos como um dos grandes grupos de rock da época. Com Face To Face (1966) e Something Else By The Kinks (1967) afiaram sua visão irônica da época e dos costumes britânicos em sucessos como “Death of a clown”, “Autumn almanac”, “Tin soldier man” e “Afternoon tea”. Essa crítica atingiu níveis extremos em The Kinks Are The Village Green Preservation Society (1968) e Arthur Or The Decline Of The British Empire (1969). Esse último trabalho, que foi a primeira ópera-rock gravada, chocou a opinião pública pela forma direta como tratava a decadência econômica e moral do Império Britânico, e não chegou às paradas de sucesso.

Anos 70.

Lola vs. Powerman And The Moneygoround (1970), uma fábula sobre travestis, os levou novamente ao topo das paradas e consolidou sua fama também nos Estados Unidos, onde músicas suas se tornaram hinos na luta contra a guerra do Vietnam. Os Kinks aproveitaram o momento realizando grandes concertos e extraindo todas as possibilidades musicais de seus discos conceituais, com a incorporação de instrumentistas em seus shows. Seu próximo disco, Muswell Hillbillies (1971), carregava forte influencia do country norte americano. Preservation: a play in two acts (1974), Soap Opera (1975) e Schoolboys in disgrace (1975) não trouxeram nada de novo, mas funcionaram como preparação para os ótimos Sleepwalker (1977) e Misfits (1978), álbuns com melodias marcantes e letras de qualidade, abandonando a necessidade de um fio temático condutor. Nessa época Jim Rodford assumiu o contra-baixo. A imprensa britânica se viu obrigada a divulgar o sucesso de seus megaconcertos americanos.

Anos 80.

Low Budget (1979) e Come Dancing with The Kinks (1983) frequentaram as paradas de sucesso e sua obra era resgatada por grandes nomes da época como David Bowie, Van Halen (“You really got me”) e The Pretenders (“Stop you sobbing”). Dois álbuns ao vivo demonstraram toda a potência das performances do grupo, enquanto sua criatividade era reciclada: One for the Road (1980) e Give the People What They Want (1981). Ray Davies tem uma filha (Natalie) de seu relacionamento com Chrissie Hinde dos Pretenders, em 1983. State of confusion (1983), Word of mouth (1984), Think visual (1986) e UK Jive (1989) estavam bem acima da média do que era produzido na época, apesar de não superar os trabalhos anteriores do grupo. Bob Henrit substituía Mick Avory, na bateria.

Anos 90 até os dias de hoje.

Em 1990, The Kinks foram indicados para o Rock and Roll Hall of Fame, reconhecendo sua contribuição para a música. Em 1993 lançam Phobia, que também resultou em uma grande tournée nos EUA. Em 1994 sai To The Bone, uma gravação ao vivo em estúdio de vários hits da banda. Em 1996 é lançada uma coletânea com os maiores sucessos da banda, cujo título é um trocadilho que reflete bem o pensamento daqueles que cultuam a música deste grupo: God Save The Kinks. A banda acabou em 1996, quando os projetos solo dos irmãos Davies passaram a ter mais importância para eles.

Texto: Last FM.

Álbuns:

Links nas Imagens.

The Kinks – 1964.

1. Beautiful Delilah
2. So Mystifying
3. Just Can’t Go To Sleep
4. Long Tall Shorty
5. I Took My Baby Home
6. I’m A Lover Not A Fighter
7. You Really Got Me
8. Cadillac
9. Bald Headed Woman
10. Revenge
11. Too Much Monkey Business
12. I’ve Been Driving On Bald Mountain
13. Stop You Sobbing
14. Got Love If You Want It

Kinda Kinks – 1965.

1. Look For Me Baby
2. Got My Feet On The Ground
3. Nothin’ In The World Can Stop Me Worryin’ ‘Bout That Girl
4. Naggin’ Woman
5. Wonder Where My Baby Is Tonight
6. Tired Of Waiting For You
7. Dancing In The Street
8. Don’t Ever Change
9. Come On Now
10. So Long
11. You Shouldn’t Be Sad
12. Something Better Beginning

Bonus Tracks.

13. Everybody’s Gonna Be Happy
14. Who’ll Be the Next in Line
15. Set Me Free
16. I Need You
17. See My Friends
18. Never Met A Girl Like You Before
19. Wait Till Summer Comes Along
20. Such A Shame
21. Well Respected Man
22. Don’t You Fret
23. I Go to Sleep

The Kink Kontroversy – 1965.

1. Milk Cow Blues
2. Ring The Bell
3. Gotta Get The First Plane Home
4. When I See That Girl Of Mine
5. I Am Free
6. Till The End Of The Day
7. The World Keeps Going Around
8. I’m On An Island
9. Where Have All The Good Times Gone
10. It’s Too Late
11. What’s In Store For Me
12. You Can’t Win

Bonus Tracks.

13. Dedicated Follower Of Fashion
14. Sittin’ On My Sofa
15. When I See That Girl Of Mine
16. Dedicated Follower Of Fashion

Face to Face – 1966

1. Party Line
2. Rosey Won’t You Please Come Home
3. Dandy
4. Too Much On My Mind
5. Session Man
6. Rainy Day In June
7. House In The Country
8. Holiday In Waikiki
9. Most Exclusive Residence For Sale
10. Fancy
11. Little Miss Queen Of Darkness
12 You’re Lookin’ Fine
13. Sunny Afternoon
14. I’ll Remember

Something Else – 1967.

1. David Watts
2. Death Of A Clown
3. Two Sisters
4. No Return
5. Harry Rag
6. Tin Soldier Man
7. Situation Vacant
8. Love Me Till The Sun Shines
9. Lazy Old Sun
10. Afternoon Tea
11. Funny Face
12. End Of The Season
13. Waterloo Sunset
14. Act Nice and Gentle
15. Autumn Almanac
16. Susannah’s Still Alive
17. Wonderboy
18. Polly
19. Lincoln County
20. There’s no Life Without Love
21. Lazy Old Sun

Kinks Are The Village Green Preservation Society – 1968.

1. The village green preservation society
2. Do you remember walter
3. Picture book
4. Johnny thunder
5. Last of the steam-powered trains
6. Big sky
7. Sitting by the riverside
8. Animal farm
9. Village green
10. Starstruck
11. Phenomenal cat
12. All of my friends were there
13. Wicked annabella
14. Monica
15. People take pictures of each other

Live at Kelvin Hall - 1968.

1. Till the End of the Day
2. A Well Respected Man
3. You’re Lookin’ Fine
4. Sunny Afternoon
5. Dandy
6. I’m on an Island
7. Come on Now
8. You Really Got Me
9. Medley: Milk Cow Blues/Batman Theme/Tired of Waiting for You

Arthur Or The Decline And Fall Of The British Empire – 1969.

1. Victoria
2. Yes Sir, No Sir
3. Some Mother’s Son
4. Drivin’
5. Brainwashed
6. Australia
7. Shangri La
8. Mr. Churchill Says
9. she’s bought a hat like princess marina
10. Young And Innocent Days
11. Nothing To Say
12. Arthur

Lola Versus Powerman – 1970.

1. The Contenders
2. Strangers
3. Denmark Street
4. Get Back In Line
5. Lola
6. Top Of The Pops
7. The Moneygoround
8. This Time Tomorrow
9. A Long Way From Home
10. Rats
11. Apeman
12. Powerman
13. Got To Be Free

Bonus Tracks.

14. Lola (Mono single version)
15. Apeman (Demo)
16. Powerman (Demo)

Muswell Hillbillies – 1971.

1. 20th Century Man
2. Acute Schizophrenia Paranoia Blues
3. Holiday
4. Skin & Bone
5. Alcohol
6. Complicated Life
7. Here Come The People In Grey
8. Have A Cuppa Tea
9. Holloway Jail
10. Oklahoma U.S.A.
11. Uncle Son
12. Muswell Hillbilly

Bonus Tracks.

13. Mountain Woman
14. Kentucky Moon

Percy – 1971.

1. God’s Children
2. Lola
3. The Way Love Used To Be
4. Completely
5. Running Round Town
6. Moments
7. Animals In The Zoo
8. Just Friends
9. Whip Lady
10. Dreams
11. Helga
12. Willesden Green
13. God’s Children – End

Everybody's in Show - Biz - 1972.

1. Here Comes Yet Another Day
2. Maximum Consumption
3. Unreal Reality
4. Hot Potatoes
5. Sitting in my Hotel
6. Motorway
7. You Don’t Know My Name
8. Supersonic Rocket Ship
9. Look a Little on the Sunnyside
10. Celluloid Heroes
11. Top of the Pops
12. Brainwashed
13. Mr. Wonderful
14. Acute Schizophrenia Paranoia Blues
15. Holiday
16. Muswell Hillbilly
17. Alcohol
18. The Banana Boat Song (Day-O)
19. Skin and Bone
20. Baby Face
21. Lola (Live)
22. Till The End Of The Day (Live)
23. Till The End Of The Day (Live)

The Great Lost Kinks Album – 1973.

1. Intro – Ballad Of The Virgin Soldiers
2. I’m A Hog For You, Baby
3. I Believed You
4. Revenge
5. Got Love If You Want It
6. Don’t Ever Let Me Go
7. This I Know
8. A Little Bit Of Sunlight
9. Tell Me Now So I’ll Know
10. There’s A New World Just Opening for Me
11. All Night Stand
12. Time Will Tell
13. Spotty Grotty Anna
14. And I Will Love You
15. She’s Got Everything
16. Dedicated Follower Of Fashion
17. Mr Reporter
18. Stand On My Shoes
19. Lavender Hill
20. Rosemary Rose
21. Misty Waters
22. Mr Songbird
23. Did You See His Name
24. Where Did My Spring Go
25. When I Turn Off The Living Room Light
26. Till Death Do Us Part
27. Pictures In The Sand
28. Berkely Mews
29. Easy Come, There You Went
30. This Man He Weeps Tonight

Preservation Act 1 – 1973.

1. Preservation (Single)
2. Morning Song
3. Daylight
4. Sweet Lady Genevieve
5. There’s A Change In The Weather
6. Where Are They Now
7. One Of The Survivors
8. Cricket
9. Money & Corruption_I Am Your Man
10. Here Comes Flash
11. Sitting In The Midday Sun
12. Demolition
13. One Of The Survivors (Single Edit)

Preservation Act 2 – 1974.

1. Announcement
2. Introduction to solution
3. When a solution comes
4. Money talks
5. Announcement
6. Shepherds of the nation
7. Scum of the earth
8. Second-hand car spiv
9. He’s evil
10. Mirror of love
11. Announcement
12. Nobody gives
13. Oh where oh where is love
14. Flash’s dream (the final elbow)
15. Flash’s confession
16. Nothing lasts forever
17. Announcement
18. Artificial man
19. Scrapheap city
20. Announcement
21. Salvation road
22. Mirror of love
23. Slum kids [take 1]

The Kinks in Concert – 1974.

1. Dedicated Follower Of Fashion
2. Daylight
3. Here Comes Flash
4. Demolition
5. He’s Evil
6. Lola
7. Here Comes Yet Another Day
8. Skin And Bone/Dry Bones
9. Celluloid Heroes
10. Slum Kids

Schoolboys in Disgrace – 1975.

1. Schooldays
2. Jack the Idiot Dunce
3. Education
4. The First Time We Fall in Love
5. I’m in Disgrace
6. Headmaster
7. The Hard Way
8. The Last Assembly
9. No More Looking Back
10. Finale

Sleepwalker - 1977.

1. Life on the Road
2. Mr. Big Man
3. Sleepwalker
4. Brother
5. Juke Box Music
6. Sleepless Night
7. Stormy Sky
8. Full Moon
9. Life Goes On
10. Artificial Light
11. Prince Of The Punks
12. The Poseur
13. On The Outside (1977 Mix)
14. On The Outside (1994 Mix)

Misfits – 1978.

1. Misfits
2. Hay Fever
3. Black Messiah
4. A Rock ‘N’ Roll Fantasy
5. In A Foreign Land
6. Permanent Waves
7. Live Life
8. Out Of The Wardrobe
9. Trust Your Heart
10. Get Up
11. Black Messiah (Single Remix)
12. Father Christmas (Bonus)
13. A Rock ‘N’ Roll Fantasy (US Single Edit)
14. Live Life (US Single Mix)

Low Budget - 1979.

1. Attitude
2. Catch Me Now I’m Falling
3. Pressure
4. National Health
5. (Wish I Could Fly Like) Superman
6. Low Budget
7. In a Space
8. Little Bit of Emotion
9. A Gallon of Gas
10. Misery
11. Moving Pictures

One for the Road Live - 1980.

1. Opening
2. The Hard Way
3. Catch Me Now I’m Falling
4. Where Have All the Good Times Gone
5. Introduction to Lola
6. Lola
7. Pressure
8. All Day and All of the Night
9. 20th Century Man
10. Misfits
11. Prince of the Punks
12. Stop Your Sobbing
13. Low Budget
14. Attitude
15. (Wish I Could Fly Like) Superman
16. National Health
17. Till the End of the Day
18. Celluloid Heroes

Alinhar ao centro19. You Really Got Me

20. Victoria
21. David Watts

Give the People What They Want - 1981.

1. Around the Dial
2. Give the People What They Want
3. Killer’s Eyes
4. Predictable
5. Add It Up
6. Destroyer7
7. Yo-Yo
8. Back to Front
9. Art Lover
10. A Little Bit of Abuse
11. Better Things

Word of Mouth - 1984.

1. Do It Again
2. Word of Mouth
3. Good Day
4. Living On A Thin Line
5. Sold Me Out
6. Massive Reductions
7. Guilty
8. Too Hot
9. Missing Persons
10. Summer’s Gone
11. Going Solo

Think Visual - 1986.

1. Working at the Factory
2. Lost and Found
3. Repetition
4. Welcome to Sleazy Town
5. The Video Shop
6. Rock ‘n’ Roll Cities
7. How are You?
8. Think Visual
9. Natural Gift
10. Killing Time
11. When You were a Child

Live the Road - 1987.

1. Road
2. Destroyer
3. Apeman
4. Come Dancing
5. Art Lover
6. Cliches of the World (B Movie)
7. Think Visual
8. Living on a Thin Line
9. Lost and Found
10. It (I Wanted It)
11. Around the Dial
12. Give the People What They Want

Phobia – 1993.

1. Opening
2. Wall of Fire
3. Drift Away
4. Still Searching
5. Phobia
6. Only a Dream
7. Don’t
8. Babies
9. Over the Edge
10. Surviving
11. It’s Alright (Don’t Think About It)
12. Informer
13. Hatred (A Duet)
14. Somebody Stole My Car
15. Close to the Wire
16. Scattered
17. Did Ya

The EP Collection – 1999.

1 – Kinksize Session.

1. Louie, Louie
2. I’ve Gotta Go Now
3. Things Are Getting Better
4. I’ve Got That Feeling

2 – Kinksize Hits.

1. You Really Got Me
2. It’s Alright
3. All Day and All of the Night
4. I Gotta Move

3 – Kwyet Kinks.

1. Wait Till the Summer Comes Along
2. Such a Shame
3. Well Respected Man
4. Don’t You Fret

4 – Dedicated Kinks.

1. Dedicated Follower of Fashion
2. Till the End of the Day
3. See My Friends
4. Set Me Free

5 – The Kinks.

1. David Watts
2. Two Sisters
3. Lazy Old Sun
4. Situation Vacant

6 – Dave Davies Hits.

1. Death of a Clown
2. Love Me Till the Sun Shines
3. Funny Face
4. Susannah’s Still Alive

7 – The Kinks In Sweden.

1. Sunny Afternoon
2. I’m Not Like Everybody Else
3. Milk Cow Blues
4. Gotta Get the First Plane Home

8 – Waterloo Sunset.

1. Waterloo Sunset
2. Act Nice and Gentle
3. Holiday in Waikiki
4. Little Miss Queen of Darkness

9 – Dead End Street.

1. Dead End Street
2. Session Man
3. Big Black Smoke
4. House in the Country

10 – Village Green Preservation Society.

1. Village Green Preservation Society
2. Do You Remember Walter?
3. Picture Book
4. Last of the Steam-Powered Trains

BBC Sessions (1696/1977) – 2001

CD 1.

1. Interview
2. You Really Got Me
3. Interview
4. Cadillac
5. All Day and All of the Night
6. Tired of Waiting for You
7. Everybody’s Gonna Be Happy
8. See My Friends
9. This Strange Effect
10. Milk Cow Blues
11. Wonder Where my Baby Is
12. Till the end of the Day
13. Where Have all the Good
14. Death of a Clown
15. Love me ‘Til the Sun Shi
16. Harry Rag
17. Good Luck Charms
18. Waterloo Sunset
19. Monica
20. Days
21. The Village Green Preser

CD 2.

1. Mindless Child of Motherhood
2. Holiday
3. Demolition
4. Victoria
5. Here Comes Yet Another Day
6. Money Talks
7. Mirror of Love
8. Celluloid Heroes
9. Skin and Bone/Dry Bones
10. Get Back in the Line
11. Did you see His Name
12. When i Turn off the Living Room Light
13. Skin and Bone
14. Money Talks



The Ultimate Collection –2003.

CD 1.

1. You Really Got Me
2. Todo Dia e da Noite Todos
3. Cansado de esperar por você
4. Everybody’s Gonna Be Happy
5. Set Me Free
6. Ver Meus Amigos
7. Até ao final do dia
8. Dedicado seguidor da Moda
9. Sunny Afternoon
10. Dead End Street
11. Waterloo Sunset
12. Morte de um Palhaço
13. Autumn Almanac
14. Susannah’s Still Alive
15. Wonderboy
16. Dias
17. Plastic Man
18. Victoria
19. Lola
20. Apeman
21. Supersonic Rocket Ship
22. Better Things
23. Come Dancing
24. Don’t Forget to Dance

CD 2.

1. David Watts
2. Parar Seu Sobbing
3. Dandy
4. Mr. Pleasant
5. I Gotta Move
6. Quem vai ser o próximo na linha
7. Eu preciso de você
8. Por que os Good Times Gone
9. Sentadinhos no Meu Sofá
10. Bom homem respeitado
11. I’m Not Like Everybody Else
12. Love Me Till o Sol brilha
13. She’s Got Everything
14. Starstruck
15. Shangri-La
16. God’s Children
17. Celluloid Heroes
18. (Wish I Could Fly Like) Superman
19. Do It Again
20. Living on a Thin Line