segunda-feira, 30 de março de 2009

# 100 - 27/03/2009 - 2 Anos de programa de rock - Edição Especial Rock Sergipano



Berzerkers – Idiot suicide killer
Impact – The end of the feelings
Nucleador – Space bad trip

The Baggios – Baggio sedado
Cogumelos de Avalon – Alucinogênese
Dr. Garage Exp. – Black Boogie
HWH – suicide solution

Drop Loaded:

Daysleepers – cidade colorida
Rockassetes – pipa

Finitude – Never see my fall (orquestral)
Aliquid – Reloaded

Perdeu a Língua – sinal vermelho
Lacertae – Eu não posso ficar parado
Karranca – sangue na feira
Surja Bruxa – Fugas geniais
Camboja – Digital junkie

Crove Horrorshow – Catedral
Nautilus – shining face
The Glorybox – Espero pelo dia
Road to joy – couple fighting song

The Renegades of punk – renegados
Kerosenes – Monster´s legacy
Demonkratzie – o império começou a ruir
Afecção – sentimento de cólera

Hard Times



O show

por Adelvan Kenobi.

Demorou, mas o duo sergipano The Baggios, que despontou a alguns (poucos) anos como uma das mais gratas revelações do cenário (blues)rock sergipano, lançou seu segundo CD-Demo. Demorou porque, segundo me falou o vocalista/guitarrista Julio numa conversa informal, eles vinham tentando conseguir apoio para um lançamento em grande estilo, de proporções maiores – um desejo mais do que compreensível para qualquer banda que leve a sério o que faz e queira, portanto, levar ao maior número possível de pessoas o resultado de seus esforços. Não conseguiram, por conta das dificuldades já amplamente discutidas pelas quais passam aqueles que fazem um trabalho autoral sem apelar para recursos estéticos apelativos ao gosto popular ou à simpatia do poder público tem. Mas felizmente ainda existe o bom e velho cenário alternativo, regido pela regra do “faça você mesmo”, que é custoso e cansativo, mas muitas vezes é a única forma das coisas acontecerem e, por conta disso, sempre confere uma aura de heroísmo e credibilidade a quem por ele envereda. E aqui em Aracaju, nos últimos tempos, a casa para quem escolhe esse rumo (seja por falta de alternativa ou por opção) se chama Capitão Cook.

O Capitão Cook é uma espécie de pub instalado às margens do encontro do Rio Sergipe com o mar, na Coroa do Meio, já há bastante tempo. Sempre foi uma referencia para quem busca uma programação alternativa na noite da cidade. E sempre abriu espaço para a música de qualidade na capital sergipana. Nos últimos anos, tem sido uma espécie de “point” do “indie rock”, a melhor ( e em muitos casos única ) alternativa para a realização de shows de pequeno porte. Por conta de sua estrutura e localização, não se presta a eventos mais barulhentos, de Heavy Metal ou hardcore (muito embora venha timidamente se aventurando por esta seara ), mas para todos os outros é “quase” uma mão na luva. O “quase” aí fica por conta da teimosia do proprietário em manter o espaço dividido em dois ambientes, um externo, mais ventilado, e outro interno, onde as bandas se apresentam, que acaba ficando muito apertado e abafado em dias de maior lotação, causando desconforto e em muitos casos forçando a audiência a tentar assistir o show da parte de fora, pela janela. Problema este agravado pela igual insistência de manter mesas na parte interna, o que limita ainda mais o espaço disponível para a circulação. Mas enfim, problemas à parte (e onde não existem problemas, não é mesmo ?) é um bom local para shows como os que vimos na noite de 21 de março de 2009, quando o The Baggios lançou seu EP “Hard Times” com a presença da Máquina Blues e do Anéis de Vento.

O show estava marcado para as 22:00, mas acabei chegando depois das 23:00 (amigAs, aquelas mesmo, do sexo feminino, demoram a se arrumar, isso é universal). A impressionante aglomeração de pessoas e carros “na porta do bar” (não por acaso o título de uma das faixas do primeiro EP da The Baggios) era promissora. Como de costume, especialmente para seres reclusos como eu, acabo encontrando nessas ocasiões amigos que pouco vejo no dia-a-dia, então a primeira parte de um show, para mim e para muitos, consiste em ficar justamente “na porta do bar” jogando conversa fora e/ou colocando os assuntos em dia. Isso gera um grande problema e uma variação do célebre “segredo de Tostines”- será que os shows demoram a começar porque as pessoas demoram a entrar ou as pessoas demoram a entrar porque os shows demoram pra começar ? O fato é que, pelo menos no meu caso, não há como evitar, a primeira parte da noite sempre acontecerá “na porta do bar”. Nesta noite em especial me demorei bastante por lá, pois não ouvia som vindo do interior do recinto, o que me levou a crer que o evento ainda não havia começado. Só mais tarde, ao estranhar o passar das horas e começar a indagar o motivo de tão grande atraso, fui descobrir que a primeira banda, Anéis de Vento, já havia tocado. Não ouvimos de fora porque a Policia Ambiental havia feito uma batida horas antes e obrigado a organização a reduzir o volume do som. Reclama-se muito disso, mas a verdade é que estabelecimentos que se proponham a receber shows musicais deveriam se preparar melhor, providenciando um isolamento acústico adequado para que o barulho não incomode o justo descanso de quem reside nas imediações. Infelizmente nem todos possuem renda suficiente para bancar este tipo de gasto, o que gera mais este impasse. Em todo caso, foi uma pena, pois Anéis de Vento já existi há algum tempo, parece ser uma banda interessante e eu acabei perdendo mais uma chance de conferi-los ao vivo.

Entrei com a apresentação da Maquina Blues já em andamento. Mais um bom show – não o melhor show que já vi deles, mas ainda assim um bom show. Ao lado do Urublues, de Itabaiana, mantêm acesa a chama do bom e velho estilo que deu origem ao rock and roll com muita competência e ainda por cima contando, nos vocais, com o carisma e as perfomances sempre surpreendentes de Silvio Campos, legendário baluarte da cena alternativa sergipana, fundador da mais antiga banda de rock ainda em ativa no estado, a Karne Krua. Silvio sempre teve o sonho de ter uma banda de blues, e conseguiu finalmente realiza-lo há alguns anos quando encontrou-se com o guitarrista Melcíades e, com a adição de Adriano na bateria e Paulo no baixo, fundaram “A Maquina”. É uma grande banda, com composições próprias de bastante qualidade, cantadas em bom português, e sempre enriquecem seus shows com covers espertos adaptados ao seu estilo peculiar de tocar. O vocalista Silvio, por sua vez, tem grande personalidade, o que confere à banda uma identidade própria bastante característica, sempre brincando com a platéia e fazendo insinuações maliciosas e de duplo sentido – quando não bem diretas e sinceras mesmo, “na cara”. Um show um tanto quanto curto e contido, pelo avançado da hora, mas mesmo assim muito bom.

The Baggios subiu ao palco (aliás, ao tapete, não há palco no Capitão Cook, o que por um lado é bom, deixa a banda no mesmo nível do publico e dá um ar de intimidade à apresentação, mas por outro dificulta a visão dos que ficam para trás ou, no caso, para fora, na área externa, tentando acompanhar tudo pelas janelas) já com a madrugada avançada. E dá-lhe esporros de guitarra com o volume no talo (e foda-se a vizinhança, o pessoal da policia ambiental já deve estar em casa dormindo mesmo) e a já tradicional competência da dupla Julio Dodges e Rafael “perninha”, que espanca a bateria com força sem esquecer a técnica. Nestes momentos, com uma banda como esta no palco e em pleno “gás”, não consigo pensar em outro adjetivo além de “perfeito” para descrevê-los. Penso também em quantos talentos existem por aqui que precisavam ser descoberto pelos próprios sergipanos, pelo menos para aquele cidadão médio que vê o mundo pelo filtro limitado e, por isso mesmo, distorcido, da grande mídia. Começaram o show tocando na ordem as musicas do recém-lançado EP, que é muito bom (leia abaixo critica do disco por Rafael Jr.). Apenas a faixa “Oh, cigana”, que no disco conta com o auxilio luxuoso de metais e sopros, ficou com sua riqueza de arranjos um tanto quanto comprometida ao vivo, mas na hora o que conta mesmo é o feeling e a competência da banda para se adaptar a cada situação, e isso os Baggios têm de sobra. Um dado interessante a se notar era que o vocalista/guitarrista Julio estava mais falante do que o normal, provavelmente um reflexo da quantidade de aditivos etílicos que o mesmo sorvia mesmo durante o show, aditivos estes vindos de uma garrafinha estrategicamente sacada de quando em quando do bolso de sua calça. Mas quem tem talento sabe o que faz mesmo “aditivado” além da conta (força de expressão, já que estou mais para acreditar na frase celebrizada pelos Doors de que “o caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria”), e o teor alcoólico não comprometeu, de forma alguma, a qualidade da apresentação – muito pelo contrario, talvez tenha até contribuído para enriquecê-la com um pouco mais de improviso e experimentação, além de alguns discursos um tanto quanto prolongados porem necessários e pertinentes, falando sobre as dificuldades da banda em manter-se viva (os tais “Hard times”) num cenário tão adverso e a vontade de explorar novas fronteiras, solicitando apoio de todos os presentes para uma série de apresentações que eles pretendem fazer com o objetivo de viabilizar uma turnê nordestina ao lado da Daysleepers. Os improvisos, por seu lado, foram sempre executados com qualidade e bom senso, um diferencial proporcionado pelo talento presente em questão e que permeou toda a apresentação. Apresentação esta, anunciou Julio a certa altura, presenciada por sua mãe, que foi saudada aos gritos de “julica” – uma variação do apelido do vocalista, e encerrada aos som de verdadeiros clássicos, as musicas que todos já estão acostumados a ouvir e ainda assim não cansam de ovacionar e cantar junto, pérolas blues/rock garageiras como “Baggio sedado” (estendida e com os arranjos modificados), “Pisa macio”, “pegando uma punga”e “na porta do par”, entre outras.

O ponto fraco da noite foi a pequena quantidade de publico DENTRO do recinto, contrastando com a verdadeira multidão de pessoas e carros estacionados lá fora. É simplesmente inacreditável que tanta gente se disponha a sair de casa pra ficar APENAS conversando e ouvindo musica NO SOM DE SEUS CARROS na porta do local onde um show tão importante e bacana como aquele acontecia. A velha desculpa esfarrapada da falta de grana aqui não cola, pela já citada quantidade de carros estacionados. Alguma grana essa gente tem, apenas têm outras prioridades para além do aspecto cultural da noitada, o que não é nenhum pecado também, afinal ninguém é forçado a querer gastar seus suados 10 reais para adquirir ingresso + um CD bacaníssimo de uma banda sensacional (especialmente quando praticamente todos ali devem ter acesso ao download via internet). Falta-lhes, na maioria das vezes, apenas honestidade para admitir isso.

O disco.

por Rafael Jr

Publicado originalmente no site ladonorte

The Baggios é uma dupla sergipana. Formada em 2004, já me impressionou no primeiro EP, que derramava blues por todas as faixas mas era também moderno, cosmopolita e ainda “roots”, viril, garageiro, tosco. E exalava sergipanidade, algo difícil de identificar numa banda essencialmente rock.

Tudo ao mesmo tempo agora. Fiquei intrigado. E curioso: os caras não tinham nem 20 anos! O nome, uma homenagem a um conterrâneo andarilho e hippie que vagava pelas ruas de São Cristóvão nas décadas de 70 e 80 com um violão e total desapego a bens materiais. Um sonhador que “não deu certo” na música, mas inspirou rockers locais como Julico e Lucas, o primeiro baterista.

Julio Andrade saiu da pacata cidade histórica de São Cristóvão com um punhado de canções estradeiras, falando de coisas simples do dia a dia, do tédio, de relacionamentos. Encontrou em Elvis Boamorte um parceiro “firmeza” para o primeiro disco e shows com público maior. Atualmente, Gabriel Carvalho, 17 anos, aracajuano do Augusto Franco, segura tudo na sólida muralha rítmica necessária para shows explosivos e com volume “no talo”. No caldeirão sonoro muito blues e southern rock, com pitadas de folk, soul music e influências de Raul Seixas, Hendrix, Stones, de bluesmans como Sonny Boy Williamson e Robert Johnson e de grupos mais recentes como Jon Spencer Blues Explosion, White Stripes e Black Keys. Os shows têm boa vibe, energia juvenil de sobra, feeling blues e rock envenenado, de pub, de garagem, de moquifo enfumaçado. De vez em quando o som da dupla ganha uma turbinada com os órgãos vintage de Léo Airplane, produtor dos dois discos deles e de várias bandas underground sergipanas, ou da gaita do camarada Mateus Santana. Mas a guitarra distorcida de Julico comanda o combo blues-rock, está no centro, é o foco. O cara é bom, se dedica ao instrumento e o domina ferozmente com ou sem slide, mas também se mostra mais delicado no violão folk e em dedilhados envolventes baseados na velha escala pentatônica do blues. Preenche espaços, sabe fazer a música andar e respirar. Bota a moçada pra cantar junto. Tem as manhas.

Aí finalmente me chega às mãos “Hard Times”, o novo disco. São 8 faixas que não apenas repetem o êxito sonoro e a originalidade do grupo. Vão além. “No Matagal” abre sem muitas novidades, é um bom rock stoniano e só. Já “Supersonic Explosion” traz novidades ao som do The Baggios, com guitarras surf que emulam The Ventures e Dick Dale. A faixa é instrumental e cairia bem na trilha sonora de um filme do Tarantino. Tem cacife e nível pra isso. “Oh Cigana” se destaca e também navega em novos mares, com uma pegada “spanish” que lembra uma jam session de Carlos Santana com o Led Zeppelin, um mix rock-caribenho acentuado pelo bom tema de trompete. “Trem da Nostalgia” é mais psicodélica e contemplativa, enquanto “Candangos Bar” soa como singles do The Who e Kinks em início de carreira, com gaita e levada r&b. “Black Man Song” parece o rockabilly com influências de jazz do Stray Cats, com bons licks e sonoridade de guitarra semi-acústica criando bons climas. É como se o grupo de Brian Setzer fizesse um cover de Gene Vincent & The Blue Caps, ou de um standard do jazz. “No Meu Bem-Estar” repete riffs, melodias e idéias do primeiro disco, mas na metade caminha pra outro lado mais funky-groove a la Jon Spencer. Funcionou bem. E “Hard Times” fecha o disquinho fazendo jus às influências de Robert Johnson e Son House, num blues acústico e clássico, nu e cru.

The Baggios é sem dúvida a banda mais promissora da nova geração do rock sergipano. É um grupo sem frescuras e bem resolvido, prático, barato (cabe num fusca mesmo com equipamento completo!), atual e atemporal, porque seu discurso é autêntico e universal, e sua base sonora já passou pela prova do tempo através da história da música contemporânea, a partir do século XX. O blues é resgatado e reinventado a todo momento, em toda parte do mundo. Aqui, tomou nova forma a partir dessa dupla sergipana. O público local é numeroso e fiel. Goiânia e Salvador já provaram desse blues sergipano, a Revista 100% Skate também. Agora eles estão mais que prontos para invadir festivais independentes, mídia especializada e demais palcos espalhados por aí! Eu boto fé.

Rafael Jr é baterista das bandas Snooze e Maria Scombona, e graduando em Música/Licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe.

Fotos da banda por Victor Balde.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Iron Maiden em Recife - Entrevista com o produtor

Publicada no blog http://ironmaidenrecife2009.blogspot.com/



RAIO LAZER - ENTREVISTA COM LULA VIEIRA

Contagem regressiva: falta uma semana para o show do Iron Maiden. Na expectativa da maior apresentação já vista no Nordeste, a Folha de Pernambuco conversou com Luiz Vieira da Silva, um dos sócios da Raio Lazer, produtora responsável por trazer a banda inglesa para o Recife na próxima terça-feira.

Nesta entrevista, Lula, como é mais conhecido, fala sobre o processo de negociação com o grupo de heavy metal, as dificuldades encontradas para montar um evento desse tamanho, revela detalhes da apresentação no Jockey Clube de Pernambuco, comenta sobre o mercado de shows no Recife e aposta que, caso tudo der certo, a Cidade vai passar a receber a visita de atrações internacionais de grande porte.

Como fã do Iron Maiden, você achava que algum dia conseguiria trazer a banda pro Recife?

Não, mas desde os 12 anos que eu gosto do Iron Maiden, sempre ouvi a banda, minha vida toda sempre foi voltada para o rock. Em 1996, quando era do Downtown comecei a ter vontade de trazer e consultava São Paulo. Rolou até fax quando ainda não era nem Bruce Dickinson no vocal (fase Blaze). Mas não deu para trazer. Aí dei uma parada, saí do Downtown, abri uma pizzaria e em 2001 voltei para o ramo de produção. E desde lá venho tentando trazer o Iron Maiden.
Como foi o processo de negociação?

É um processo de confiança, não é financeiro, não. A gente foi entrando nas produtoras de São Paulo, fazendo trabalhos menores, ganhando confiança. Aí teve a oportunidade, o pessoal disse pague amanhã, a gente depositou e pronto. Foi assim, é rápido. Amanhã tem que depositar “X” e nós pagamos. Aí fechamos os shows da Alanis Morissette e Iron Maiden com a Mondo Entretenimento, foi uma negociação dupla.

Quanto tempo durou isso?

Foi um ano de negociação com a Mondo. Já antes, a gente investiu na T4F, mas ela perdeu o show para a Mondo. Para vir para Recife foi uma luta grande, o Iron não queria vir, queria ficar só pelo Sudeste e depois ir para a América do Norte. Convencemos eles a vir para cá, de que ia ser um público legal e foi uma pentelhação de um ano, ligava para a Mondo quase todo dia. Até que eles ligaram dizendo que amanhã tinha que pagar e nós arrumamos o dinheiro.

Qual foi o custo?

É um investimento alto, pelo contrato não podemos falar, mas é no top, beirando quase US$ 1 milhão.

Da banda ou de tudo?

Da banda. No total é na base de R$ 3 milhões.

Como se conseguiu isso?

Fomos conseguindo, o patrocínio é pequeno, foi uma merreca. Foi na tora mesmo, convencemos algumas pessoas e elas entraram comigo e pronto. É um pool de empresários, conversei com todo mundo, quatro empresários toparam e entramos no risco acreditando que tudo vai dar certo. Tem que superar os 20 mil pagantes.

Como estão as vendas?

Ainda não decolou, mas a perspectiva é que decole na semana do evento. Ainda não chegou no satisfatório, não estou mais nem acompanhando isso, para falar a verdade. Esperamos pelo menos 20 mil pessoas para poder valer a pena. Queria que desse 25 mil, mas se der 20 mil já dá para fazer um bom show.

Dá medo quando você pensa nisso?

Não. Tinha medo quando entrei, mas agora já foi.

No show em São Paulo, você ficou observando detalhes da estrutura do show. O que você aprendeu com isso?

Aprendi a não errar como eles erraram. A gente já tinha fechado o palco, tudo melhor. Fui ver apenas detalhes, faltava algumas coisinhas. Detalhes de backstage, o que a banda quer e o que não quer. Mas em termos de produção mesmo, não aprendi nada não. O som daqui é melhor, os telões de LED são muito melhores, contratamos a melhor empresa. Aqui teremos três telões de 7 metros por 5, lá foram dois de 6X4 que não funcionaram. Nosso palco é melhor, de alumínio, com cobertura.

Que diferenças o show de Recife terá em relação ao de São Paulo?

O Eddie (mascote do grupo) vem, só não vem a múmia que surge do fundo do palco. O restante vem, os fogos que lá não funcionaram, a iluminação, tudo completo. Só esse detalhe que não vai ter.

Quais foram as maiores dificuldades para se trazer esse evento?

Tudo está sendo difícil. Arrumar um lugar para o show foi complicado, tentamos negociar com o Santa Cruz para fazer no Arruda, não conseguimos. Fomos para o Sport, também não conseguimos. Não tinha outra área, descobrimos o Jockey, temos que reformular ele. Está chovendo, prejudicando, estamos tendo que fazer tudo, terraplanagem, um investimento altíssimo. Mas vai dar tudo certo, o show vai ser perfeito.

E com relação à mão-de-obra?

Os engenheiros são todos de São Paulo, o problema é que esse palco não tem aqui. É um palco especial, com 23 metros de largura e 14 de altura. Esse show tem que dar certo para dar o pontapé para grandes eventos. Por isso que eu digo, mesmo quem não gosta do Iron Maiden tem que ir, porque esse show é especial. A banda arrasa e, fazendo uma produção bem feita, vira um espetáculo inesquecível.

Quando fechou com o Iron Maiden, você achava que seria tão complicada essa pré-produção?

Rapaz, quando fechamos o dólar era para ficar em R$ 1,70. Toda perspectiva que fizemos daria para pagar o show com oito mil pagantes. E aí o dólar subiu para R$ 2,50, só isso aí você vê que, para zerar o show e começar a ganhar dinheiro, essa perspectiva de público subiu de oito para 16 mil pagantes. É coragem.

Você acha que esse show vai ser um divisor de águas para o Recife e que, a partir dele, a cidade vai começar a receber shows maiores?

Dando sucesso, dando público, o Recife dá o pontapé para grandes eventos.

Isso por conta do retorno financeiro ou porque isso reflete lá fora?

O Iron vai vir, vai gostar e, sendo sucesso, isso também repercute lá fora. Como Alanis repercutiu, o Iron também vai dizer: olha, vai para lá que é bom. Aí a Mondo vai ter mais interesse em trazer mais coisas para cá e talvez a gente até feche diretamente com as bandas no futuro, que é nosso intuito. Esse show no Recife é comprado, não é bilheteria. Nos outros do Brasil, todos são da Mondo com a bilheteria do Iron Maiden, esse é o único que é comprado.

E vocês já pensam em trazer outras bandas desse porte?

Podem vir o Rush, o Metallica, o Red Hot Chilli Peppers e outras bandas aí. Vamos torcer para dar certo. Eu ia trazer o Black Sabbath, mas não consegui fechar. Mas para esse tipo de formato, acima de 15 mil pessoas, só bandas assim como Rush, Metallica e Red Hot Chilli Peppers. Tem muita coisa aí pela frente.

Você acha que o mercado de grandes shows demorou para engrenar aqui?

Recife sempre foi muito forte culturalmente. O mercado daqui sempre foi muito conhecido, mas a gente que é doido mesmo. Mas está vindo muito show para aqui e as bandas estão vindo mesmo mais caras por conta do dólar. Por isso que os ingressos são mais caros, isso está sendo o grande atrativo para trazer shows. A área VIP é a grande alavanca para trazer show internacional para cá, ela paga 50% do show.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Coleção de Viagens Espaciais

por Adelvan Kenobi

Fazer rock independente, autoral e sem seguir as modas passageiras ou as tendencias do momento no Brasil é difícil. Fazer isso nas regiões mais remotas do país, “longe demais das capitais” e, portanto, longe da efervescência cultural dos grandes centros, é mais difícil ainda. Mas existem, evidentemente, grandes talentos “perdidos” (no sentido de desconhecidos nacionalmente) por todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí. Um deles é a banda Plástico Lunar, de Aracaju, Sergipe. A dificuldade citada acima e mais uma certa desorganização confessa explicam o grande hiato entre a gravação e o lançamento “oficial” de seu primeiro disco, “Coleção de Viagens Espaciais”. Mas o mais importante é que aconteceu: uma das mais importantes formações do rock sergipano de hoje e sempre (para séculos e séculos sem fim amém) tem, finalmente, um registro decente de suas composições.

Plástico Lunar não inventou a roda. Navega por aqueles mares já densamente navegados do rock psicodélico com pitadas de Hard rock e flertes com o progressivo. Tem grande influência dos clássicos do gênero, notadamente os Mutantes, pra ficar só em Terra Brasilis. Figura ao lado dos “quase conterrâneos” (vizinhos de Alagoas) Mopho e Casa Flutuante como grandes representantes nordestinos contemporâneos do estilo, e não deixa nada a dever a nenhuma banda de projeção midiática em termos de qualidade e competência na composição e execução de suas musicas. É uma banda que merece muito um reconhecimento maior fora do estado, porque por aqui eles já têm um considerável séquito de seguidores e admiradores. Estão aos poucos se mobilizando para que isso aconteça, e alguns passos com esse objetivo foram dados ainda neste ano de 2009, quando participaram do importante Festival “Psicodalia”, em Santa Catarina, para lançar, finalmente, seu primeiro disco “oficial” (precedido de dois CDs-demo). Vamos a ele.

Salta aos olhos logo de inicio o belíssimo trabalho do designer gráfico e artista plástico Duardo Costa, responsável pela concepção visual do projeto. O encarte do disco se abre em 3 dobras e revela um desenho “psicodélico” em seu interior, que forma um conjunto harmonioso com os desenhos da capa, da contra-capa, do disco propriamente dito e do interior do estojo de acrílico do CD. Fico feliz em ver que a banda teve essa preocupação com a embalagem de seu produto, pensando o álbum como ele deve ser pensado, como um conjunto. Está de parabéns, inclusive, a qualidade qualidade com a qual o material foi impresso, algo que, por vezes, compromete uma ideia, a principio, boa. Afinal, hoje em dia, este é um fator decisivo para diferenciar a posse de um disco físico do simples ato de baixar uma coleção de musicas e guardar numa pasta em seu computador. Dito isto, colocamos a bolachinha para rodar e nos deparamos com uma opção pouco convencional para a faixa de abertura: “Moderna” é uma composição com um ritmo mais quebrado e com um instrumental com cara de “Jam session” em seu miolo. Confesso que a principio estranhei a escolha dessa faixa para abrir o CD, mas pensando melhor imagino que com essa escolha a banda fugiu um pouco do óbvio, o que é, quase sempre, uma boa idéia. A segunda faixa, “Formato cereja”, tem mais cara de musica de abertura, com seu riff marcante precedido por uma pequena introdução com ruídos de guitarra e teclados. Já a terceira, “boca aberta”, começa ao som de um piano, o que demonstra muito bem a versatilidade dos arranjos imprimidos pela banda. E assim segue uma verdadeira sucessão de clássicos do rock feito em Sergipe, musicas já mais do que conhecidas dos que freqüentam os shows da banda por aqui e que agora, espera-se, tenham a chance de conquistar novos ouvidos e admiradores Brasil afora. A quarta faixa, por sinal, “sua casa é o seu paletó”, já tem um clipe pronto e muito bacana dirigido por Alessandro “Cabelo” circulando pelo Youtube, o grande canal de divulgação para este tipo de mídia desde que a MTV abdicou de seu papel principal de veicular musica para se tornar uma produtora de programas de auditório e reality shows para adolescentes. Vale ressaltar o excelente trabalho de revezamento dos irmãos Daniel e Plástico jr. nos vocais, sempre com muita personalidade e entrega. Aliás, a Plástico Lunar é uma banda com bons vocalistas de sobra, o que fica patente na faixa que abre o “lado B” (o disco foi pensado como um álbum de vinil), o excelente “hard rock” “Banquete dos gafanhotos” de riff marcante e letra esperta cantado pelo baterista, Marcos Odara (que é, por si só, um “clássico do rock” sergipano em pessoa). As letras da banda são um caso à parte. Além do fato de se encaixarem como uma luva nas composições, são de uma qualidade fora do comum. Seguem a tendência “clássica” do grupo e versam, em sua maioria, sobre imagens lisérgicas (formato cereja, quarto azul, gargantas do deserto, coleção de viagens espaciais) com variações de temas indo de crônicas do cotidiano aos eternos e sempre complicados e inspiradores relacionamentos amorosos, mas sem o menor resquício de pieguice. Tudo feito de forma muito inteligente e até mesmo elegante, podemos dizer. Baladas, riffs de guitarra, psicodelia e rock pesado vão se revezando em canções clássicas até o final, com a épica “você vê o sol se por” e sua letra “bicho grilo” (sem nenhum sentido pejorativo), suas longas passagens instrumentais “viajantes” e seu refrão repetido até a exaustão encerrando o disco de forma grandiosa. Aliás, seria o encerramento do disco se, ao final, não fôssemos brindados com o bônus de uma colagem musical utilizando trechos de canções da banda, dentre elas a "cronica de uma queda anunciada" "Odara caiu", que conta a emocionante historia de uma queda do palco do baterista Marcos Odara. Esta faixa oculta que encerra o disco é mais uma colaboração do artista experimental sergipano Alessandro “Cabelo”.

E é isso. Missão cumprida. Um disco quase perfeito (faltou um pouco de peso nas guitarras), fruto de uma banda com uma década de excelentes serviços prestados à nossa insipiente porem teimosa cena rock local. Uma banda amadurecida e com um repertório já testado e aprovado à exaustão – fato que é, aliás, o único ponto positivo nessa dificuldade que as bandas “fora do eixo” têm em gravar e que se reflete na grande demora para o lançamento de seus discos. Agora é tentar se projetar e tocar mais pelo Brasil afora, porque por aqui a banda não tem absolutamente mais nada a provar. Plástico Lunar já é, definitivamente, um clássico do rock sergipano.

“Coleção de Viagens Espaciais”
por Plástico Lunar
Lançado em 2009 pela banda em associação com o selo Baratos Afins
Produzido por Leo Airplane
Gravado e mixado entre 2005 e 2007 nos Estúdios DDB e Toca do Sapo, em Aracaju/Se
Masterizado por MasterFinal (São Paulo/SP)
Ilustração e direção de arte: Duardo Costa

A formação no disco é:

Daniel Torres: voz, guitarra e backing vocals
Plástico jr.: Baixo, voz e backing vocals
Rafael Costello: guitarra
Leo Airplane: teclados, efeitos e backing vocals
Marcos Odara: bateria e voz em “banquete dos gafanhotos”

Faixas:

Lado “A”:

Moderna
Formato cereja
Boca aberta
Sua casa é o seu paletó
Quarto azul
Tudo do seu jeito
Próxima parada

Lado “B”:

Banquete dos gafanhotos
Cínico arrependido
Gargantas do deserto
Coleção de viagens espaciais
Vestígios da noite passada
Você vê o sol se pôr

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+ sobre a Plástico Lunar

por Adelvan Kenobi

Existem bandas difíceis de descrever num texto, numa matéria, num release. A Plástico Lunar é uma delas. Isso porque o autor do mesmo terá que dizer que se trata de uma banda sergipana formada no final dos anos 90 com influencia de rock sessentista psicodélico em geral, Rolling Stones, Mod, progressivo e afins e o leitor pensará: E daí ? Existe todo um movimento de bandas com este tipo de influencia em ebulição no país e com representantes mais do que dignos despontando na mídia nacionalmente, então porque o digníssimo leitor deveria prestar atenção nesse ainda obscuro grupo vindo dos confins do menor estado da federação ? A resposta está na qualidade de suas composições. Ouvir a Plástico Lunar é ser transportado àquela dimensão paralela para onde vamos todos nós quando somos arrebatados pela mágica da criação artística. É nessa dimensão que nos espantamos com a capacidade do ser humano de criar. Criar a beleza, transformar o processo de assimilação de referências armazenadas ao longo do tempo em novas ondas cerebrais produtivas. Não é pra todos. Muitos pensam que dominam esse processo, mas somente alguns poucos iluminados pelo talento e moldados pelo trabalho, pelo estudo, pela paixão, são capazes de nos legar obras que vão perdurar. A Plástico Lunar é uma delas – e por ser uma delas, é uma banda para o futuro, apesar de (ou justamente por) emular o que de melhor nos deu o passado.

Dito isso, vamos ao bom e velho histórico propriamente dito: Começaram como Plástico Solar e faziam covers, mas se diferenciavam já nessa época pela excelência e bom gosto com o qual escolhiam e executavam os mesmos. A chegada do já então lendário baterista Marcos Odara (egresso de bandas importantes do estado ainda nos anos 80, como Crove Horrorshow) levou-os a um novo direcionamento, o que resultou na mudança de nome (Plástico Solar era muito praieiro, segundo Odara) e na aposta num repertorio autoral, algo que já vinham experimentando mas que, na época, tomou um novo impulso. A resposta veio rápida e a banda começou a se destacar no pequeno porem digno cenário local. Passaram a tocar em todos os lugares onde as portas lhes fossem abertas, de Festivais importantes e prestigiados como o Punka e a Rua da Cultura a shows obscuros em porões do centro da cidade. Com isso, e aliados ao desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação, acabaram chamando a atenção de selos especializados de renome nacional, como o Senhor F. e a Baratos Afins – por esta ultimo debutaram em Cd com uma faixa na coletânea “BRAZILIAN PEBBLES”. Lançaram sua primeira demo, “Plastic Rock Explosion”, em 2003, e se jogaram na estrada em outubro de 2005 para divulgar a segunda demo, o EP “Próxima Parada”. Tocaram e deixaram saudades no Rio de Janeiro e em São Paulo, na capital e no interior. Shows memoráveis, espírito rock a toda prova. O bom e velho “faça você mesmo”.

Foi com esse espírito aceso e as energias renovadas que os 5 cavaleiros da psicodelia sergipana voltaram ao seu pequenino estado natal com todo o gás para novas composições e a gravação do tão esperado primeiro CD completo. Não sem percalços pelo caminho, porque a estrada do rock é cheia de pedras que não criam limo no lugar de tijolos dourados. Mas o universo costuma conspirar a favor dos que persistem em busca de seus ideais. Por conta disso, a resposta à perda de seu guitarrista foi a entrada de um novo membro que parece ter sido moldado sob encomenda para as necessidades do grupo: o brilhante guitarrista Julio Dodges, da The Baggios, uma banda nova que despontou na cidade como um furacão movido a blues garageiro e rock and roll da melhor safra. Alguém lá em cima (Odim?) gosta muito da Plástico Lunar.

A banda hoje é Daniel Torres na guitarra e vocal, Julio Dodges (sempre detonando) na outra guitarra, Plástico Jr. no baixo e vocal, Leo Airplane nos teclados “vintage” e uma locomotiva movida a rock and roll e demais substancias afins que atende por Marcos “Odara” na bateria. É o ciclo da vida. É a vida pulsando. Rock and roll é vontade de potencia. Plástico lunar é rock, é pop – Diabo! Foi ele mesmo que me deu o toque, porque você sabe, enquanto Freud explica as coisas, o diabo fica dando os toques.

Ouça em:
http://www.tramavirtual.com.br/plastico_lunar
http://www.fotolog.com/plasticolunar
http://www.myspace.com/plasticolunar

Contatos p/ shows (todo o Brasil):
plasticolunar@hotmail.com

sábado, 21 de março de 2009

# 99 - 20/03/2009



Harry – Who watches the watchmen
Jimi Hendrix – All Allong the watchtower
Janis Joplin – Me and Bobby McGee

Thon York – The Eraser
Radiohead – Weird Fishes/Arpeggi
Kraftwerk – The Hall of mirrors

Drop Loaded:

Mercenárias – Inimigo
Mercenárias – polícia

Faith No More – land of sunshine
Nine Inch Nails – only
The Mars Volta – roullete dares

The Sonics – Strychnine
Blues Magoos – Pipe dream
The Zombies – she´s not there (45 RPM single version)
The Seeds – can´t seen to make you mine
The Troggs – Love is all around

Plástico Lunar – Moderna

Entrevista com a banda
Plástico Lunar

quarta-feira, 18 de março de 2009

"Flight 666" por Michael Meneses

Lá pela segunda metade dos anos 80, ficava ouvindo rock em minha casa em Aracaju e ficava vendo aqueles pôsteres gigantes da Editora SomTrês!
E vez por outra me perguntava:

"Quando será que vou ver um show do Iron Maiden?"

Passados uns 20 anos, dessa minha sempre recente memória, eu não só já assisti
todos os shows do Iron Maiden no Rio desde 1992, como em 2002 participei de uma coletiva de imprensa com alguns músicos da banda.

A última novidade aconteceu no ultimo sábado quando fui cobrir a Première mundial do filme FLIGHT 666 - O FILME, que contou com a presença dos diretores do filme e de toda a banda.

Sempre tive certo orgulho de ter assistido a um filme no mesmo Cine Odeon com a Atriz Fernanda Montenegro presente à sessão, mas foi em FLIGHT 666 que fui as lagrimas durante quase toda a projeção, não por conta de ter caminhado ao lado de Bruce Dickinson, fotografado toda a banda... (Nem quis pedir autografo em meus Cds, Lps...)... Mas por carregar um pouco da minha historia com o rock desde 1986.

Na foto, Michael Meneses ao lado de Sam Dunn, diretor do filme e dos documentários "Heavy Metal - a Headbangers journey" e "World Metal".

O Michael Meneses que assistiu FLIGHT 666 é o mesmo Michael Meneses que torçe para o Itabaiana/SE, luta pelo underground(seja Metal, Punk, Prog...), Ama de coração o suburbio carioca em especial o Bairro de Campo Grande, que manda a Rádio Cidade TOMAR NO CU(Seja a rádio Web ou não), e acredita que as bandas covers não fazem nada de útil ao Rock, que está a fentre do seu Selo Cultural a Parayba Records!...

Chorei mesmo, e o filme só reforça a minha teoria que todo mundo ver filmes para descontrair, pesquisar... eu vejo filmes para chorar!

Sem mais desabafos...

Segue o link do Portal Rock Press, com uma matéria e fotos que fiz na Première do filme do Iron e que rolou sábado antes do show do Rio.

Leia e divulgue entres seus amigos fãs de Iron, Metal, rock ou que simplesmente tenham a mente aberta à cultura!

Abraços e obrigado

FLIGHT 666 - O FILME - Première Mundial - Cine Odeon BR, Rio de Janeiro - 14/3/2009 -
Michael Meneses!, texto e fotos
Colaborou Jon Dacyony
.
LEIA AQUI A COBERTURA PARA O PORTAL ROCK PRESS:


Michael Meneses

segunda-feira, 16 de março de 2009

# 98 - Sexta-feria 13/03/2009



PJ Harvey - Black Hearted love
Yeah Yeah Yeahs - Skeletons

Bolt Thrower - Intro/Eternal war
Headhunter DC - Stillborn Messiah
Carcass - Tools of the trade
Krisiun - Slaying steel
Morbid Angel - God of emptiness (Laibach remix)

Drop Loaded:

The Tamborines - come together
The Soundscapes - son of the future

Entrevista com The Baggios

The Baggios - No matagal
The Baggios - supersonic explosion
The Baggios - Oh! cigana
The Baggios - Trem da nostalgia
The Baggios - Candango´s Bar

The Baggios - Black man song
The Baggios - No meu bem-estar
The Baggios - Hard times

Bob Dylan - The times they are a-changin
Simon and Garfunkel - The sounds of silence
Leonard Cohen - Hallelujah

Comunidade "Discografias" definitivamente fora do ar

Orkut perde sua maior comunidade para troca de músicas

DIÓGENES MUNIZ
editor de Informática da Folha Online

Quase 1 milhão de internautas amanheceram nesta segunda-feira (16) com uma comunidade a menos no seu Orkut. Após meses de queda de braço com representantes das gravadoras, a comunidade "Discografias" anunciou, no domingo à noite, seu fim.

Criado em novembro de 2005, o endereço abrigava 921 mil usuários cadastrados --o número de pessoas que a utiliza efetivamente ultrapassava 1 milhão, já que para acessar seu fórum não é preciso se inscrever. Ali, internautas compartilhavam links com álbuns musicais inteiros sem pagar nada. A organização e o volume de material fez com que o endereço se tornasse uma das principais plataformas na web brasileira para quem procura esse tipo de conteúdo.

Imagem da comunidade "Discografias", fechada hoje após meses de queda de braço com gravadoras
Imagem da comunidade "Discografias", fechada hoje após meses de queda de braço com gravadoras

"Informamos a todos os membros da comunidade 'Discografias' que encerramos as atividades devido às ameaças que estamos sofrendo da APCM [Associação Antipirataria Cinema e Música] e outros orgãos de defesa dos direitos autorais", diz uma nota publicada no Orkut, assinada pelos moderadores, que não se identificam. A nota não informa que tipo de ameaça estaria sendo feita contra eles.

Essa exclusão já era aventada pelo próprio Google, responsável pelo Orkut, desde 2008, conforme adiantou a Folha Online em outubro do ano passado. "Não é com o fechamento desta comunidade e outras equivalentes que as gravadoras irão aumentar seus lucros", afirmaram os moderadores, no comunicado de despedida.

Poucos minutos após o anúncio, a repercussão do caso tomou dezenas de blogs e twitters (microblogs), que protestaram madrugada adentro. Até a publicação desta reportagem, Google e APCM não tinham se pronunciado.

Guerra

No ano passado, a APCM já havia declarado guerra à comunidade, tida como sua principal inimiga na rede. "Em se tratando de música, ninguém tem mais arquivos que violam direitos autorais do que a 'Discografias'", disse à Folha Online Edner Bastos, coordenador antipirataria da associação que defende a propriedade intelectual.

A declaração acirrou os ânimos, fazendo circular um abaixo-assinado (que conta com 26 mil nomes) contra a exclusão do endereço. À época, a associação conseguia, com auxílio do Google, excluir alguns pedaços da comunidade, mas admitia ter problemas com o tamanho e a complexidade do fórum.

Os moderadores também chegaram a se defender, em entrevista por e-mail realizada em outubro último. "Muitas bandas, hoje, tanto no Brasil quanto no exterior, assumem que não fariam sucesso se não fosse a internet. Até o Presidente da República deu uma declaração favorável sobre 'baixar músicas da internet'. Ilegal e pirataria, na nossa opinião, é a venda de CDs piratas", disseram, sem sair do anonimato.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Donzela de Ferro e os bonecos gigantes



por João Carvalho

postado em 11.03.09 no site pe360graus

O telefone não parou de tocar. Durante duas horas de um bate-papo exclusivo, o que mais se ouvia era uma conversa sobre palco, luz, som. Eram ligações de várias partes do Brasil, principalmente São Paulo e Manaus. Essa última cidade foi a primeira a receber a comitiva inglesa, que chegou hoje (11) ao Brasil, a bordo do Eddie Force One, um boing 757 particular, que transporta a banda. No comando, o próprio vocalista, Bruce Dickinson, piloto profissional. Estamos falando sobre os bastidores de uma das mais importantes bandas do mundo. Quase inacreditável, mas vai rolar sim. O Iron Maiden vai tocar no Recife, próximo dia 31 de março. A visita mais uma vez ao país, para uma série de shows, faz parte da Somewhere Back in Time World Tour 2009.

Além de Bruce Dickinson, Adrian Smith, Dave Murray, Janick Gers (guitarristas), Steve Harris (baixo) e Nicko McBrain (bateria) estão na estrada desde agosto do ano passado e Recife só não vai ser a última cidade porque uma apresentação na Flórida, EUA, foi marcada de última hora. Com essas infos na cachola e no caderninho, partimos ao encontro do assessor da produtora. “Vamos lá. Estamos no corre-corre porque o dia está chegando”, explica.

Numa casa nos Aflitos, tradicional bairro da Zona Norte do Recife, funciona o escritório da Raio Lazer, a “bendita” produtora responsável por trazer os integrantes da “Donzela de Ferro” para terras nordestinas. Talvez o maior evento desta natureza montado no Nordeste. Fomos recebidos para um bate-papo por um dos sócios, Luiz Vieira, o Lula, antes de tudo, um apaixonado pela banda.

Para começar o papo, já vamos provocando. É realmente um dos maiores eventos do Nordeste? A resposta vem “na lata”. “Um dos maiores não. O maior show trazido para essa região, em todos os tempos, sem sombra de dúvidas”. A frase é do jovem empresário, que acredita no que está investindo. Na verdade, não somente ele. Com Flávio Perruci “Maguila”, o outro sócio da empresa e velho conhecido de produções locais e nacionais, eles foram a dupla que resolveu arriscar e trazer uma das maiores bandas de heavy metal do mundo para a capital pernambucana. Essa ousadia vai além de um simples show de rock, podendo transformar definitivamente o Recife como palco para a vinda de grandes bandas mundiais.

Os ingleses do Iron Maiden são conhecidos pela grandiosidade de suas apresentações. “Vai ser completo. Cerca de 400 toneladas de equipamentos dão suporte à banda. Entre tanta coisa, três telões, de 7 por 5 metros que vão ficar dos lados do palco e atrás da “house mix”, para que o público possa ter certeza de que não está perdendo um detalhe”, afirma Lula Vieira. “É um investimento alto, mas vamos transformar o Jockey Club numa verdadeira cidade do Iron”. Atenção, fãs.

A previsão é de que a banda chegue no Recife no domingo, dia 29 de março, por volta das 16h, a bordo do já festejado Eddie Force One. Se tudo que estiver previsto realmente acontecer, o espaço escolhido vai ficar marcado para sempre na memória dos amantes do Iron e até de gente que nunca ouviu falar na banda. Tivemos acesso à planta de como vai ficar o lugar, que já começou a passar por reformas. “No momento da banda, aquela hora dos seis pisarem no palco, vai ser o ápice de uma grande festa. Mas estamos trabalhando para o local se transformar muito mais do que isso. A nossa previsão é que os portões sejam abertos a partir das 14h. Queremos que as pessoas curtam o local, as barraquinhas que vão ser montadas, tudo. Pode ter certeza: você vai se sentir num verdadeiro Woodstock”, comenta. “Estamos montando uma estrutura para receber 50 mil pessoas”.

Mais de 12 mil ingressos já foram vendidos, para pessoas que vão testemunhar uma estrutura completamente diferente, mudando completamente o Jockey para receber o público. Outra parte se transformará num estacionamento para 2 mil carros. Para completar a farra, já na hora de irmos embora, Lula confessa o “toque pernambucano”que resolveu dar ao evento. “Entramos em contato com Sílvio Botelho e mandamos fazer dois bonecos gigantes com a cara do Eddie”, confessou. Carna-rock? Não sabemos. Então, leitor amigo, é se preparar porque o dia está chegando.

Separe aquela camisa preta, respire fundo porque você vai ter a chance de ser cúmplice de um dos maiores acontecimentos na música, para o Nordeste. Daquelas coisas para contar até a quarta geração de sua família. Ficar guardado na mente para sempre. E como dizem os ironmaníacos, “up the Iron!”.

Bons sons !

Últimas do backstage...

- A partir da próxima sexta-feira (13), a divulgação vai ser em massa no Recife e em outras quatro capitais do Nordeste. Bisbilhotando pela internet, alguns blogs especializados no Iron e várias comunidades no Orkut trazem mais detalhes e curiosidades sobre o show no Recife. “Estamos distribuindo outdoors. São 50 no Recife e outros em Natal, Fortaleza, Maceió e Natal. As chamadas estão em todas as rádios daqui”, explica Lula.

- A Rede Globo Nordeste é uma das parceiras e já está com chamadas durante a programação. “Também estaremos distribuindo adesivos. Quem já comprou ou vai comprar ingresso para pista vip premium (uma área mais privilegiada) vai ganhar um adesivo. Além disso já escolhemos a camisa oficial da evento no Recife” (que está na galeria de fotos acima).

- Estão sendo investidos cerca de 3 milhões de reais no evento.

- Informações detalhadas, inclusive um vídeo com o vocalista Bruce Dickinson convidando para o show no Recife, você pode obter no www.ironmaidenrecife.com.br

Abaixo, Iron Maiden ao vivo em Manaus.




quinta-feira, 12 de março de 2009

Heavy Trash no Abril pro rock




Abril Pro Rock 2009: Release

A banda mais barulhenta do mundo finalmente vai se encontrar com um dos públicos mais devotos ao rock do Brasil. Em sua 17ª edição, o festival Abril Pro Rock realiza não apenas um sonho antigo de sua produção, mas de todos os roqueiros pernambucanos e traz para o palco do Chevrolet Hall ninguém menos que o Motörhead, umas das pedras fundamentais do rock como conhecemos hoje.

O Abril Pro Rock será nos dias 17 e 18 de abril. A primeira noite, dedicada as bandas pesadas, terá além do trio liderado por Lemmy Kilmister, as bandas Decomposed God (PE), Black Drawing Chalks (GO) e AMP (PE). Já no sábado será a vez do “Hermano” Marcelo Camelo (RJ), que volta ao Recife com seu show solo, agora na bagagem ele traz “Sou”, um dos discos mais elogiados e premiados do ano passado.

No mesmo dia o Abril ainda recebe nomes que foram consagrados no cenário independente como a brasiliense Móveis Coloniais de Acaju, a baiana Retrofoguetes e as pernambucanas Volver e Mundo Livre S/A. Também segue com seu perfil de revelar novos talentos e apresenta a grande público as bandas Vivendo do Ócio (BA), The Keith (PE) e a vencedora do concurso Microfonia, Candeias Rock City. Mais dois nomes ainda serão anunciados na programação, um para cada dia do festival.

Este ano o APR traz de volta para Pernambuco um dos melhores shows de rock internacional que o estado já teve oportunidade de ver. Outra lenda do gênero, Jon Spencer, chega mais uma vez no festival agora com seu novo projeto Heavy Trash, ainda mais roqueiro e enérgico que sua explosão blues.

Durante todo o mês de Abril, o festival ainda retoma seu contato com as artes gráficas e promove uma exposição de gravuras na Livraria Cultura. Artistas de todo o Brasil foram convidados a criar peças originais, com temática sobre o Abril Pro Rock. As obras estarão à venda em tiragem limitada para colecionadores.

O Abril Pro Rock é uma realização da Astronave Iniciativas Culturais, formada pelos produtores Paulo André Pires, Melina Hickson e Sonally Pires. Em 2009, mais uma vez, o evento teve ainda curadoria artística do jornalista e doutorando em comunicação Bruno Nogueira e do editor do site RecifeRock! Guilherme Moura.

Heavy Trash release:

No palco e no estúdio, Jon Spencer destruiu e reconstruiu a música de raiz norte-americana com tanta ferocidade e selvageria que é difícil acreditar que sobrou algo de sua forma original. A trilha de destruição musical que estava presente em sua empreitada groove-do-ódio Pussy Galore traz o elemento punk trash e de garagem; enquanto seu trabalho principal no Jon Spencer Blues Explosion permanece como totem para seu mojo e poder de criar novas musicas.
Ele é O cara. Aquele que explodiu o blues com seu microfone e um dos irmãos Gibson. O homem que dividiu o palco com Rufus Thomas no Chicken Dog, com R.L Burnside na Soul e se divertiu com Andre Williams na Lap Dance. Enquanto sua explosão do blues está de férias do rock, Jon Spencer não pára para descançar. Ele não foi pegar um bronzeado, nem ler o último grande sucesso de venda das livrarias. Não, Jon Spencer escolheu o caminho do rock e o seguiu junto com o amigo Matt Verta-Ray e o Heavy Trash.

formação:
Jon Spencer (guitarra e voz)
Matt Verta-Ray (guitarra e voz)

links:
www.heavytrash.net
www.myspace.com/heavytrash

SERVIÇO:
Abril Pro Rock 2009
Dias 17 e 18 de Abril
Chevrolet Hall

Ingressos:
Dia 17 de Abril (Mötorhead): R$ 100 inteira / R$ 50 meia / R$ 70 + 1kg de alimento não perecível para o ingresso social
Dia 18 de Abril (Marcelo Camelo e Heavy Trash): R$ 50 inteira / R$ 25 meia e R$ 30 + 1kg de alimentos não perecível para o ingresso social

INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA
Journal Assessoria de Comunicação & Entretenimento
Fones: (11) 3845.0477 | (11) 3842.6234 | (11) 3044.7241
cultura@journal.com.br
Rua Flandeiras, 201, cj 9. Vila Olímpia, São Paulo – SP
www.journal.com.br

ABRIL PRO ROCK NA INTERNET:
Site oficial: www.abrilprorock.com.br
MySpace: www.myspace.com/abrilprorock
Twitter: www.twitter.com/abrilprorock
Flickr: www.flickr.com/photos/abrilprorock
Orkut: Comunidade “Festival Abril Pro Rock”
Programação do Abril Pro Rock 2009

PROGRAMAÇÃO ABRIL PRO ROCK 2009

17 de Abril (sexta)
Motorhead (Inglaterra)
AMP (PE)
Decomposed God (PE)
Black Drawing Chalks (GO)
ATRAÇÃO A SER ANUNCIADA

18 de Abril (sábado)
Marcelo Camelo (RJ)
Heavy Trash (EUA)
Móveis Coloniais de Acaju (DF)
Mundo Livre S/A (PE)
Retrofoguetes (BA)
Volver (PE)
Vivendo do Ócio (BA)
The Keith (PE)
Candeias Rock City (PE)
ATRAÇÃO A SER ANUNCIADA

quarta-feira, 11 de março de 2009

Mutantes depois, em Aracaju

No final do ano passado a Aperipê FM comemorou seu aniversário em grande estilo, com um show da mais importante banda do rock brasileiro, Os Mutantes - ou do que restou dela, mas como veremos a seguir, restou bastante coisa. Afinal, a despeito do eterno nhén nhén nhém dos reclamões e puristas de plantão, era Serginho Dias, acompanhado de seu parceiro de longa data Dinho e de uma banda super competente, tocando clássicos dos Mutantes dos anos 60 ! Ao ar livre, num parque bacana, e de graça ! Não tinha como ser ruim. Tudo bem, não é Os Mutantes de verdade, mas como não dá pra voltar no tempo, Arnaldo não tem mais condições físicas e psicológicas e Rita Lee ficou fazendo cu doce, melhor relaxar e gozar. De uma coisa eu tenho certeza: ouvir Serginho Dias numa viagem revivalista dos Mutantes é muito mais interessante que aquele show horrível que Rita Lee nos “brindou” (presente de grego) no réveillon 2007/2008 do qual eu me retirei com a inevitável sensação de “que é que eu tou fazendo aqui” depois que ela cometeu o mais horripilante cover dos Beatles que eu já tive o desprazer de ouvir na vida, “I Wanna hold your hand” com a letra modificada para algo como “o bode comeu a cabra”. Nosso amigo e colaborador Michael Meneses colocou em ação sua memória de elefante e publicou recentemente no site Revoluta uma resenha desse show memorável, que reproduzimos abaixo com o acréscimo de alguma fotos inéditas cedidas pelo mesmo.

Por Adelvan Kenobi

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A cultura em Aracaju não anda meio desligada

Mutantes + Daysleepers + Naurêa + Maria Scombona
Festa de 13 Anos da Rádio Aperipê FM
(Parque da Sementeira - Aracaju/SE - 13/12/2008)

Texto e Fotos - Michael Meneses!*

Em comemoração aos 13 anos da Aperipê FM, a capital Sergipana foi presenteada com um show memorável dos Mutantes. A banda retornava de uma tour internacional e apresentou um set preciso, agradando a todos que prestigiaram esse grande evento gratuito que aconteceu num gostoso fim de tarde de sábado, onde todos os climas foram perfeitos.
Cultura e Informação esse é o lema da Aperipê FM (emissora publica do estado) e o evento representou o lema do início ao fim, tendo em vista que o show reuniu gente de várias cidades do interior sergipano, caravanas de estados vizinhos, além de todas as tribos e gerações do rock sergipano que marcaram presença, o que justificou o item “Informação” e justamente essa aglomeração dos mais variados tipos de pessoas acrescentou ainda mais “Cultura” ao evento, que ainda teve a ótima escolha de ter o Parque da Sementeira como palco do show, o local é uma espécie de Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro ou um Parque do Ibirapuera em São Paulo, (claro que em proporções menores) o que deu uma sensação de revival aos anos 60 e 70 quando shows dos Mutantes e outras bandas da época aconteciam em sítios de cidades do interior do sudeste do Brasil.
O evento começou com os sergipanos do Daysleepers que pelo o que se viu foi a banda com mais cara do evento, porém por ser a banda caçula na cena sergipana empolgaram pouco os presentes, que ainda chegavam ao gramado timidamente. Contudo, a banda mostrou que tem talento para deixar sua marca na cena local e, porque não, nacional.
Naurêa foi a banda de abertura mais empolgante, porém menos rock da noite, uma mistura de forró e rock que agitou o público logo de cara. Gente dançando em rodas eram vistas de longe no meio da multidão. O show ainda teve uma jam com o rapper sergipano Ganso que deu o toque black na parada.
Já com uma estrada nas costas a banda Maria Scombona finalizou as apresentações de aberturas. A banda mistura elementos regionais ao seu som e vem há um tempo trabalhando uma boa divulgação no cenário regional e sua bagagem certamente foi determinante para serem os headlines entre as bandas de aberturas.
Por outro lado bandas como Snooze, Plástico Lunar, Máquina Blues e Perdeu a Língua, poderiam estar presentes no evento, misturados a essas mesmas bandas que tocaram na noite, não todas elas juntas, mas ao menos algumas delas.

“Mutantes Depois”

Entre um show e outro um mestre de cerimônia divulgava eventos da cena rock local, o que deu um clima de underground ao evento que a essa altura já tinha o gramado do Parque lotado. Não consigo imaginar menos de cinco mil pessoas no local. Além dos mestres de cerimônia a direção da rádio veio agradecer o carinho dos presentes e lembravam que há uns 10 anos um evento daquele nível era difícil de imaginar em Aracaju/SE, o que é um fato, mesmo que nos últimos 15 anos bons festivais e shows importantes tenham acontecido na capital Sergipana, um show daquele nível não seria comum.
Lembrando os fatos ocorridos nos anos 60 o mestre de cerimônia anuncia 01Os Mutantes que sobem ao palco ao som de “Dom Quixote”. Nesse momento já não existe muitos espaços vazios no gramado do parque e uma multidão canta perante a um momento raro. Afinal não é todo dia que Os Mutantes tocam em Aracaju de graça.
Tudo bem que Rita Lee fez o show gratuito na virada desse ano e até correu um boato na cidade que Os Mutantes iriam tocar ainda com Zélia Duncan nos vocais no Projeto Verão (evento gratuito que acontece na Orla de Aracaju todo ano).
Porém o show da Sementeira foi perfeito. Tudo se encaixou; o local, o palco, o som, um lindo céu em uma noite de clima gostoso em Aracaju.O que fez o show da Rita Lee e o show inexistente do Mutantes no Projeto Verão coisas do passado.
O povo não acreditava. Punk´s, Heavys, Hippies, Indies e artistas locais variados, unidos em completa harmonia, alguns estavam tão felizes com o que se via e ouvia no palco, como o Vicente Coda um dos fundadores da banda Karne Krua, que parecia pinto no lixo pulando e gritando que já poderia morrer em paz.
O show pipocava, mas foi em “Cantor de Mambo” que Sergio Dias mostrou o porquê de ser um grande nome da guitarra nacional. Sem nenhum tipo de “joguinho” ele é um verdadeiro guitar hero nacional. Sem falar que a banda estava afinada, onde a percussionista Simone Soul se destaca com uma boa performance ou mesmo no backing vocal. Enfim o show agradava a todos e pelo que o Sergipe viu os gringos não se decepcionaram com o que foi mostrado lá fora.
O show continua com mais clássicos, destaque para “2001″ que agrada em cheio o público sergipano com sua mistura caipira (Sem trocadilhos).
Quem também caiu no gosto dos presente foi a música nova da banda “Mutantes Depois” que não apenas agradou, como serviu de tempero para a continuação do set com: “Ave Lucifer”, “Balada do Louco”, “Ando Meio Desligado” e o heavy metal mutante “Cabeludo Patriota” gravada pelo Sepultura no tributo ao não mais presente no Mutantes do século XXI, Arnaldo Batista, no início dos anos 90.
O show vai chegando ao seu fim e logo após Sergio Dias apresentar a banda deixando por último sua esposa e atual vocalista do Mutantes, Bia Mendes, em uma atitude estratégica para fechar o set com “Minha Menina”.

Bat Macumba Bis!

Se “Minha Menina” fechou com chave de ouro o set, ainda restava o bis, e esse prometia. Desde cedo o povo pedia por “Bat Macumba” motivando com que Sergio Dias brincasse com o público os chamando de “Macumbeiros” e eis que a banda volta ao palco “Batendo Macumba” e finalizando a noite com todo o chame de “Panis et Circencis”.
Minutos depois a banda recebeu simpaticamente alguns fãs no camarim.
Aracaju provou que é capaz de realizar grandes e bons eventos de rock sem ficar devendo a nenhum outro estado, para isso basta acontecerem dois fatores:
1 - Organizadores investirem em eventos.
2 - Público prestigiar o investimento dos organizadores, seja tal investimento de graça ou não.

*Michael Meneses! - É filho de mãe Sergipana nascida na cidade de Itabaiana/SE, morou nos anos 80 na capital Aracaju e nesta familiar cidade conheceu o bom e velho rock and roll em 1986.

Contato: paraybarecords@hotmail.com

terça-feira, 10 de março de 2009

Road to joy

ROAD TO JOY | Indie-rock / pop
ARACAJU-SE


GUSTAVO MACHADO | Vocal / Violão
ÍTALO NASCIMENTO | Vocal / Guitarra
LORENA MORAIS | Vocal / Escaleta / Percussão
LEONARDO BANDEIRA | Baixo
AUGUSTO SOTERO | Bateria

A Road To Joy foi projetada em 2005 por Gustavo Machado, mas veio a se configurar como banda apenas em julho de 2008, mantendo dois dos antigos membros (Gustavo e Leon’ Bandeira) e integrando novos três (Lorena Morais, Ítalo Nascimento e Hugo Augusto). A partir de então, as composições solitárias do vocalista foram rapidamente ganhando novos arranjos até, em novembro de 2008, se iniciar o processo de gravação que definiria finalmente a nova cara das músicas – um EP de cinco faixas, totalmente produzido pela Road to Joy.
Como conseqüência da produção do próprio material, surgiram em estúdio inúmeras novas idéias que aumentaram consideravelmente a consistência das composições, levando a banda a se considerar apta a sua primeira apresentação pública, apesar do pouco tempo de sua nova formação. Assim, com o novo baterista Augusto Sotero entrando em cena, a Road to Joy fez seu primeiro show em 28 de fevereiro no bar Capitão Cook, junto com as bandas Elisa (que lançava seu EP), Snooze e Daysleepers, representativas da cena local.
O primeiro EP se encontra agora em processo de mixagem, com previsão de lançamento para a primeira metade de abril.

myspace.com/roadtojoyband
roadtojoy@mail.com
8827.9013


ARACAJU, MARÇO DE 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

1 Ano sem Adelardo jr. e Ademir Pinto



por Adelvan Kenobi

Nos anos noventa havia rock no radio em Itabaiana. Rock mesmo, e no radio MESMO, não web-radio (a internet era coisa restritíssima na época, algo do qual a gente só tinha ouvido falar que existia mas pouquíssima gente tinha acesso, coisa de ficção cientifica). Haviam dois programas dedicados ao rock, cada um veiculado por uma das duas rádios FM da cidade. Ademir Pinto de Menezes comandava o GUILHOTINA, que ia ao ar uma vez por semana pela Itabaiana FM. O programa começou quando o diretor da radio (que pertencia ao vive-governador do estado na época) entregou a ele, que era operador de áudio, um espaço ocioso ressaltando que ele poderia fazer com ele o que quisesse. Foi a senha para que ele chamasse seus amigos roqueiros fanáticos por musica para ajudá-lo nessa empreitada. Eu era um dos colaboradores. De quinze em quinze dias (o programa era semanal) eu me mandava para Itabaiana (morava já em Aracaju) com uma penca de discos de vinil e CDs e fitas demo em k7 para colocar o rock no ar. Me parece que pouca gente ouviu (quando o telefone tocava a gente se animava – “ói, aleluia, um ouvinte”, mas era sempre outra coisa, alguém perguntando se alguém tava lá no estúdio ou coisa do tipo), mas foi divertido de fazer. E tivemos momentos antológicos – Exemplos: Uma vez Ademir me ligou antecipadamente falando que se eu quisesse não precisava ir, porque o programa iria ser interrompido várias vezes para veicular chamadas direto da inauguração de um poço artesiano pelo vice-governador do estado (proprietário da radio, lembrem-se). Eu resolvi ir, mas pra radicalizar, escrachar mesmo – só tocamos as coisas mais barulhentas possíveis, do “psychocandy” do Jesus and Mary Chain ao “From slavement to obliteration” do Napalm Death. Era engraçado, o repórter mandava lá do povoado no ar: “estamos aqui esperando a visita do excelentíssimo senhor vice-governador do estado, enquanto isso vocês seguem ouvindo o programa GUILHOTINHA com Ademir Pinto”, e tome grindcore e hardcore no pé do ouvido. Ademir não se importava com o risco de ser demitido, pois ele estava mesmo querendo se desligar da emissora. Desconfio até que ele incentivava esse tipo de atitude inconseqüente por parte dos colaboradores do programa, porque pra ele valia tudo. Pra se ter uma idéia, uma vez eu toquei no ar “canção de amor”, d`Oscabeloduro, de Brasília, que eu considero a musica mais escrota já feita e cuja singela letra diz mais ou menos assim: “pegue no meu pau/me chupe até o saco/vou comer o seu buraco/vou fazer você gritar/fique aqui de quatro/vem brincar de cavalinho/vou comer o seu cuzinho/até a pica esfolar”. E o refrão, gritado a plenos pulmões e com uma pronuncia perfeitamente inteligível (o vocal do Beto Podrinho não era gutural nem nada) era “chupe o meu pau/cheire a minha rola/lambe o meu saco”. Meigo não ? Pois rolou. No radio. Em Itabaiana. E se isso fazia parte de uma estratégia dele para ser demitido, não funcionou, pois soube posteriormente que o diretor da radio ouvia o programa (não creio que ele tenha ouvido na noite em que tocamos Oscabeloduro, felizmente) e a única reclamação que fez foi que a gente nunca tocava Raul Seixas. Ademir teve que, no final das contas, pedir demissão ele mesmo – mas não sem antes manter o programa no ar por aproximadamente um ano, com direito a uma edição especial só tocando grindcore, além de termos feito entrevistas com algumas bandas que passavam pela cidade, como a Karne Krua, e tocado na integra, provavelmente pela primeira (ou única) vez no radio sergipano, discos que posteriormente se tornariam clássicos, como o primeiro do Raimundos. E sempre tem alguém ouvindo. Posteriormente fiquei sabendo que o programa era ouvido inclusive na Serra de Itabaiana, onde alguns amigos daqui mesmo de Aracaju iam sempre acampar e ficavam maravilhados de ouvir rock underground no radio por lá, e muito tempo depois, uma pessoa que eu não conhecia me abordou na rua pra me falar que sempre ouvia o guilhotina lá no Marcos Freire, onde o sinal da radio conseguia chegar.

O Guilhotina, na verdade, veio para se somar a outro programa que já existia há algum tempo colocando rock nas ondas do radio lá mesmo, na “terra da cebola”. Era o SABOTAGE (assim mesmo, em inglês, provavelmente em referência ao disco do Black Sabbath), comandado por Adelardo jr. na outra radio FM local, a Princesa FM. O Sabotage era uma explosão anárquica sem precedentes no radio sergipano. Seu produtor e apresentador era um comunicador nato e um “maluco beleza”, no melhor sentido da palavra. Tocava rock da melhor qualidade (e da pior também, mas aí vai do gosto de cada um) e, entre um bloco musical e outro, destilava uma verve anárquica e desbocada que era, na verdade, o grande atrativo do programa - muita gente ouvia mesmo sem gostar de rock, apenas pra se divertir com as tiradas sarcásticas de Adelardinho. Tanto que o seu programa, ao contrario do Guilhotina, teve vida longa, e com alguns momentos célebres que se tornaram lenda na historia do radio sergipano, notadamente os “enterrros de mentirinha” que aconteciam uma vez por ano. Reza a lenda que tudo começou quando, cansado da inadimplência de uma funerária e de uma sorveteria que anunciavam no programa e nunca pagavam a conta do anuncio, Adelardinho resolveu fazer uma promoção digna de uma historia de realismo fantástico saída das páginas de algum livro de Gabriel Garcia Marques: iria sortear um caixão de defunto cheio de picolés. Sorteou, e o sorteio foi um sucesso tão grande que eles resolveram ir entregar o “presente’ ao feliz ganhador em comitiva, a pé, tal qual num enterro simbólico. O sorteio passou então a acontecer periodicamente, sendo que um dos ganhadores, me falaram, foi o mais célebre punk da cidade, Badaró, que quase mata sua mãe do coração ao ter a infeliz idéia de entrar ele mesmo no caixão para ser entregue em sua casa. De minha parte me lembro de uma noite em que fui lá visitá-lo nos estúdios comendo um pacote de rosquinha e ele passou o resto do programa falando no ar que “Adelvan tá aqui nos estúdios nos visitando e me oferecendo a rosca, quer também Pedão?”. Pedão era seu fiel escudeiro, o operador de áudio, que ele chamava carinhosamente de “Pedão peido de cuscus com ovo”. Adelardo foi também o responsável por um dos maiores feitos da Historia do rock sergipano, ao promover um Megafestival de rock na Praça de eventos da cidade (que só costumava receber ídolos da musica brega e sertaneja ou do infame “forró eletrônico”). Tocaram neste festival várias bandas da capital e as que existiam na cidade na época, a Cleópatra e Ezequiel, o Pensador. Um Festival como nunca se tinha visto (e não se viu depois) em termos de estrutura e cobertura, já que foi transmitido ao vivo pela FM local. E assim foi, entre estas e outras historias que é melhor não mencionar, até sua morte, que aconteceu, infelizmente, prematuramente, aos 47 anos de idade, vítima de um ataque cardíaco (ele bebia e fumava muito) no dia 07 de março de 2008.

Ademir Pinto havia morrido alguns meses antes, vítima de câncer. Tinha abandonado o radio e era professor. Hoje é homenageado na cidade, entre outras coisas, com seu nome na Biblioteca da Associação Atlética de Itabaiana. Adelardo será lembrado como o ídolo que era pela pequena porém orgulhosa comunidade “rocker” local no dia 20 de março de 2009, quando acontecerá, na mesma Associação Atlética que tem a biblioteca com o nome de Ademir, um festival em sua homenagem. Mais do que merecido. Serão lembrados para sempre. Que estejam descansando em paz. Ou melhor, que estejam celebrando no outro mundo da maneira que mais gostavam, com muito rock.

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Alguns depoimentos de pessoas que conheciam e/ou colaboravam com Adelardo jr. e Ademir Pinto:

Hoje, infelizmente faleceu por parada cardíaca o nosso amigo Adelardinho, o Adelardo Junior, aos 47 anos. Meu sentimento já é de saudade, de medo de perder meus amigos, nem sei o que falar. Se eu for falar aqui o respeito e consideração que possuo por esse rapaz, não conseguiria expressar. Adelardo e Pedrão, apresentadores do programa Sabotagem, faziam todos os sábados a alegria de tantas pessoas e de tantos amigos que bate em mim uma tristeza tamanha. Dessa vez não adianta “Abaixo assinado”, dessa vez não é o enterro de brincadeira que fazíamos juntos, dessa vez é verdade. Meu amigo Adelardo vai alegrar o céu, ouvir Pink Floyd, Led Zepplin, Beatles, com Ademir Pinto e dar muita risada. Fique com Deus “Fidocanço”, leve sua alegria, seu conhecimento, e saiba que você deixa uma geração de roqueiros órfãos, sem ídolos e sem caminho.

Jamyson Machado - Amigo.
Itabaiana Sergipe

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Demorei vinte minutos olhando o monitor esperando que algo viesse à minha mente para falar de um cara que realmente me adotou como filho aqui na cidade de Itabaiana. Me apelidou de Robério Xiquita e sempre estive ao seu lado. Seu nome, Adelardo Junior, um cara louco das idéias, sempre um passo à frente do mundo, sempre buscando a melhor piada e a melhor trilha sonora. Seu programa intitulado de “O Pior do Mundo” foi batizado com o nome de Sabotage, tributo ao sexto álbum da banda Black Sabbath. Quase quinze anos se passaram desde o primeiro programa na FM Princesa.

Em minha adolescência eu escutava o louco gritando e tocando Beatles, Led Zeppelin e Pearl Jam. Cresci sentindo algo diferente, algo que me fez pensar sobre o que era realmente a música. Em 2003 eu vim para Itabaiana e entro na família Sabotage, apresentando um pequeno bloco chamado Rock Sergipe, onde eu mostrava algo que o próprio Adelardo desconhecia, era a qualidade de nossa música regional. Um pai pra mim nesses últimos 4 anos. Consegui meu programa por conta dele.

Hoje, 7 de março de 2008, morre ouvindo música aos 47 anos o ícone da música itabaianense. Devido a uma parada cardíaca que o levou nessa manhã a cidade parar e não acreditar no que aconteceu. Ele algumas vezes simulou enterro do próprio, saindo nas ruas dentro de um caixão. Já presenteou seus ouvintes com bobagens, tipo, caixa vazia de cerveja, caixões de defunto e algumas outras inutilidades. Acabou o Sabotage, acabou o Adelardo. Minha cabeça ainda não entrou no eixo, mas juro que realmente seu nome vai ser lembrado, como o cara que mudou a concepção conservadora de nossa cidade. Um homem de respeito que nunca iremos esquecer. Adeus, meu pai como todos diziam, um dia a gente se encontra, pode deixar que eu levo seus dvd’s e cds pra gente assistir por aí e dar boas gargalhadas.

Robério Xiquita

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Certa vez pedi pro Adelardo conseguir o set list do disco Back in Black do AC/DC pq eu comprei um cd e não tinha o set list, daí ele disse..."Se fudeu, comprou o piratinha" mas falou que conhecia um amigo em aracaju que tinha e tal e disse que eu passasse na radio na outra semana que ele me dava a lista. Bom, eu passei durante 3 semanas e nada, eu já tinha desisitido. Passaram uns 2 meses, foi quando um garoto chegou pra mim na rua e me perguntou, "hei, vc é Maicon"? e eu, "sou" daí o garoto falou, "velho, passe la na rádio pelo amor de Deus, porque eu já não agunento mais ouvir o Adelardo esculhambando um tal de Maicon que queria o set list de um disco la... e não ia pegar nunca, assim ele muda a piada". hehehehe E DE OUTRA VEZ QUE NO AR, O ADELARDO QUE FAZIA O PROGRAMA TOMANDO UNS APERITIVOS E TALS, SE ENGASGOU...KKKKKKKK FOI CÔMICO... KKKKKKKKKKKKKK e disse a Pedão, "...peraí fiu do canço que eu me engasguei aqui" hahahahha

Maicon “Stooge”, em depoimento no Orkut.

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Era figuraça mesmo! Se tornou um amigão da Maria Scombona e as entrevistas eram uma verdadeira zona, com provocações de ambos os lados... Mas ele sempre saia ganhando, claro! Em 1995 ou 96 tocou a primeira demo inteira da Snooze, lendo o release chapado e gaguejando, uma onda!

Rafael jr., em depoimento no Orkut

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a única coisa que ele sempre me dizia, era: toma juízo e pára de andar com esses malucos menina! ;p – e eu não tomei, pois eu era maluca também.

Samara, em depoimento no orkut

Abaixo, Karne Krua ao vivo no Sabotage Rock Festival